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Harry Potter estava evitando Draco Malfoy há exatos dois dias.

Ele tentou seguir a vida normalmente, é claro que sim, havia jurado que conseguiria, até chegar no salão principal na manhã seguinte, olhar para o sonserino e sentir suas bochechas corando violentamente por nada. Desde então, não conseguia mais olhar para o rosto do loiro, porque sabia que isso iria o levar à vergonha, e então ao deboche do outro, e Harry não estava com cabeça o suficiente para tanto.

Tudo isso, é claro, corroborou para o seu humor no mínimo tenebroso nos últimos dias, gerando incontáveis broncas em sala e um número exorbitante de pontos tirados de qualquer que fosse o aluno que o estressasse no mínimo um pouco. Ele sabia que havia prometido consigo mesmo que não seria um professor detestável, mas percebeu tarde demais que era mais complicado do que parecia não misturar seus eventos pessoais com os profissionais quando tinha que lidar com tantas pessoas. Quando era um auror, era muito mais fácil e humanamente aceito descontar suas frustrações em pessoas que cometeram crimes horríveis, mas agora parecia assustar a todos o fato de que Harry Potter era muito mais bravo do que todos imaginaram.
Foi por tal motivo que quando um aluno da Corvinal perguntou para ele se era verdade o fato de que ele estava assim porque, como falava no Profeta Diário, ele havia descoberto que Ginny o traía antes de sua morte, ele o colocou de detenção: cinco dias limpando as molduras dos quadros do segundo andar com o filch durante as noites.

— Mas, professor, o teste para goleiro substituto da Corvinal será amanhã à noite. — o garoto retrucou, torcendo para que o mais velho mudasse a punição.

Potter sorriu artificialmente para aquilo.

— Acredito que o senhor terá que deixar para ano que vem, então. Se houver uma seleção, quero dizer.

O moreno pode ver o exato momento em que os olhos do garoto se encheram de lágrimas com a constatação que provavelmente não participaria mais dos jogos em Hogwarts, já que estava no sexto ano e muito provavelmente não teriam vagas novas para goleiros no próximo ano, mas o corvino não ousou se mover em falso pelo restante da aula, o que Harry considerou uma vitória.

Quando o grifano sentou na mesa dos professores naquela noite, burburinhos que ele não conseguia ou ao menos queria compreender estavam rolando. Claro que aquilo para ele era normal: Hogwarts sempre fora movida pela fofoca, e ele não esperava diferente agora. Ele permanceu comendo enquanto alimentava Ophiuchus, que estava em seu ombro lhe fazendo companhia desde que seu humor estava daquele jeito, como se a serpente entendesse que, agora mais do que nunca, Harry precisava de sua companhia.

Foi quando Malfoy o continuou encarando, mesmo que estivesse há dois dias sem lhe dirigir o olhar — na verdade, há um dia e meio, desde que o sonserino percebeu que Harry estava o ignorando, ele resolveu fazer o mesmo. Os dois pareciam estar novamente em Hogwarts como alunos com 14 anos, revezando seus movimentos entre insultos e a completa falta de palavras. Um retrocesso que o eleito não esperava ter aos 35 anos.

— O que foi? — ele soltou por fim para o loiro, percebendo que, de repente, todo o salão havia se calado, como se não pudessem perder aquela interação.

— Ah, nada, Potter, tirando o fato de que você dá uma detenção a um corvino tão horrível que nem mesmo Alastor faria, e olhe que eu sei muito sobre a capacidade vingativa de Moody, e então, horas depois, o garoto desaparece. E, como cereja do bolo, você parece não se importar com o fato de que um garoto que sim, muito provavelmente foi mais estupido que o Weasley quando tinha a idade dele ao fazer aquela pergunta, simplesmente sumiu.

Harry piscou um tempo antes de conseguir assimilar tudo que o sonserino havia dito.

— Ele sumiu?!

Draco o olhou espantado e depois com um pouco de pena.

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⏰ Última atualização: Jun 04 ⏰

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