Egoísmo.

07: Feliz aniversário!

Doyoon

Troco mensagens com ela, sua curiosidade sobre mim é a única coisa que lhe mantém falando comigo. Começo a me arrumar para o nosso encontro — passei uma semana tentando convencê-la, deixo o celular de lado. Tomo um banho. Escolho uma roupa enquanto meu cabelo pinga, lembro da minha irmã brigando comigo para secar o cabelo nas vezes que ia me ver.

Pego uma camisa preta com uma caveira vermelha e uma calça jeans rasgada. Calço o coturno, apertando o cadarço. Faz um tempo que meu pai me expulso da casa dele, então vir morar aqui. Soube que a vizinhança é agradável.

Antes que eu vá esquecer, eu menti, chamei ela para ir em um aniversário, disse que era da minha ex e não queria ir sozinho. Aquela conversa fiada sem sentido dos filmes americanos. Mas ela me acho sensível e quis me dar apoio, vai entender.

Batidas na minha porta me fazem levar a cabeça no autômato. Praticamente tomo outro banho borrifando perfume. Sigo o som. Abro a porta, aqueles olhos grandes e azuis piscam e sinto que posso me afogar se encarar demais.

— Oi. — Me comprimenta primeiro.

— Oi… — Sorri de canto. — Você está muito gostos… LINDA! — Me atrapalho, balanço a cabeça para afasta o pensando.

— Você também! — Morde o lábio de baixo. — Vamos? Eu comprei uma lembrancinha! — Levanta a sacola de papel me mostrando.

( … )

Alugaram o meu bar e me convidaram, não queria vir sozinho de qualquer forma. O aniversário de uma tal de Tereza. Nem conheço, acho que tem uma namorada. Sentamos em uma mesa no canto. Caroline olha ao redor, a decoração é bem elaborada, o tema é arco-íris.

Seus olhos curiosos e tímidos varem o lugar lentamente, até volta para mim e me pegar encarando ela.

— Não me olha assim… — Pega um guardanapo e evita contato visual.

— Assim como?

— Acho que você quer alguma coisa comigo, mas eu não quero um compromisso ou nada do tipo agora.

— Ou seja, você está me dando um fora! — Afundo na cadeira. A festa mal tinha começado e eu estava totalmente desanimado. — Não sei qual a surpresa, no fundo acho que já sabia…

— Bem, sim, mas eu sinto muito.

Interrompo a ruiva dos olhos bonitos:
— Não faço isso, é pior ainda!

Agora ela olha nos meus olhos e eu posso ver dúvidas neles. Caroline hesita, abre e fecha a boca, parece desistir. Se volta com mais certeza.

— O que você quer extremamente? Eu aceitei a sua mentira. Até finge acreditar, qualquer um pode ver que aquela garota nunca gostou de garotos. — Indica com a cabeça na direção da aniversariante tirando foto na mesa do bolo com a namorada.

— O que eu quero? Você realmente não sabe? Não tem nem uma pequena ideia? Por que acha que menti afinal? — Puxo sua cadeira para perto de mim lhe desafiando a continuar fingindo que não sabe.

— Você não gosta de mim! — Me olha desacreditada. — Não sou bonita, não tenho facilidade de me expressar, e sou tímida com qualquer coisa. É óbvio que você não gosta. Você acha que gosta, mas quando… — Levo a mão para sua nuca e afundo os dedos entre os fios puxando ela pra mim, beijo sua boca silenciado suas palavras.

Ela parece perdida, vou com calma ensinando-a como fazer, deslizo minha língua para sua boca, devorando seus lábios macios e viciantes. Tenho certeza absoluta do que sinto. Me inclino um pouco sobre ela, Caroline segura minha camisa retribuindo. Mas se afasta bruscamente e aceita a palma da mão na minha bochecha, o som alto e estalado chama a atenção.

Fico com os lábios entreabertos e o rosto virado. Abro um sorriso de canto. Ela levanta e sai apressada. Levanto também e vou atrás. Caroline esbarra em alguém, o cara se vira e acaba assustando ela. Tudo aconteceu muito rápido, a ruiva agarro o braço do estranho, me mete no meio afastando eles. Empurro ela pra cima do bolo sem me dar conta. Caroline puxa minha camisa me lavando junto. Derrubamos a mesa e ficamos os dois em cima do bolo, tinha docinho pra todo lado.

A aniversariante olho desacreditada, disse a primeira coisa que veio na minha cabeça:
— Feliz aniversário!

***

Gente, eu estou trabalhando essa duas semanas. Não abandonei o livro.