ANTES DO ACIDENTE.Doyoon
Toco a foto dela no meu mural. Está sorrindo, é a minha favorita. Meu quarto inteiro tem fotos dela, grandes e pequenas. Estão por todo lado. Me espreguiço. Vou em outra festa para tentar pelo menos vê-lá de longe. O que é bem raro já que só lhe vi 3 vezes pessoalmente.
Stalker suas redes sociais e tirar print de algumas fotos pode ser chamado de crime, mas eu chamo de amor.
Comprei vários exemplares dos seus 2 livros publicados. Sua imaginação é realmente fértil. Tanto que re-li umas 50 vezes. Fiz marcações e anotações das fodas que queria tentar com ela. Não sabia que uma escritora podia manter a cara de paisagem depois de escrever livros tão explícitos na hora do amor.
O primeiro se chama “Spoiler: Meu fetiche é você”. O segundo, “Spoiler: Meu fetiche é no escuro”.
A maioria das pessoas que compraram seus livros foram mulheres. Eu sou tipo o 1% que é exceção à regra. Tudo que ela faz me interessa.
Não gosta de sair de casa. Seu hobby é ler e dançar sozinha no quarto. Seu gênero favorito é dark romance para escrever e ler. Tem 25 anos. Mais velha que eu, 3 anos, o que significa que tenho que ter muito mais respeito. Gosta de chuva e de gatos. Sua mãe passa os finais de semana com ela e trabalha de segunda a sábado, e às vezes no domingo também. Sei quase tudo.
Não sei se tem apelidos.
Não sei sua cor favorita.
Não sei se gosta de caras com tatuagens.
Não sei.Pego a foto:
— Estou sendo paciente por você, mas posso esperar o tempo que for.( … )
Eu não tinha religião. Ela se tornou a minha. Minha deusa viva. Meus mandamentos. Meus olhos estavam vidrados nela, não conseguia desviar. Seu corpo era um templo, o meu lugar de adoração.
Tenho um husky siberiano que anda comigo para todo lado. Bem treinado, que faz muito mais do que só dar a patinha. O cachorro nos meus pés parece um lobo. Acaricio seu pelo para esquentar as mãos, a fogueira está alta, mas fiquei afastado.
Não vim intimidar ninguém. No momento que seus olhos encontraram os meus, ela puxo as orelhas do capuz. Sorri sem perceber. Tenta se esconder toda sem graça.
Pelo menos não teve medo.
Fico encarando ela pelo resto da noite. Caroline não aceita bebidas de estranhos e não fala com estranhos, a questão para mim é como não ser um estranho. Inicialmente é inevitável. Ficar enrolando só vai dar brecha para tentarem roubar o que é meu.
Alguém bate no meu ombro:
— Quer uma bebida?— Tô de boa.
Prefiro beber no meu bar. Deveria ter aberto hoje, mas quando vi já tinham dado folga para o pessoal. Fico alerta, ela está sozinha, os dois amigos saíram.
— Vai cuidar da mamãe, Rei. — Aponto para a ruiva. Ele levanta as orelhas e sai correndo.
Já acostumei ele com o cheiro da garota. Roubei uma fita de cabelo, ela tem um monte. Quando se aproxima senta nos pés dela e late para as pessoas que passam. Ela se encolhe. Depois de perceber que ele é mais fácil do que parece, fez carinho na cabeça do Rei.
Reviro os olhos. Não acredito que estou com inveja.
— Oi, eu sou a Nina a… — Interrompo a garota que está na minha frente.
— Você está na frente. Dá licença.
— Na frente? Ah, desculpa. — Vai pro lado. Mas continua falando. — Como eu dizia, sou a Nina, a amiga da Esther, a sua irmã. E queria saber se você não quer vir para minha festa depois de amanhã?
— Não. A menos que aquela garota esteja lá! — Aponto para a Pikachu, vou chamá-la assim pra sempre. Muita linda com moletom infantil.
— Ela? Ok, posso dar um jeito. Mas você vai né? A galera comenta que onde você está eles vão.
Entendi. Ela só não quer passar vergonha. Porque em primeiro lugar a minha irmã não tem amigas.
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Egoísmo.
RomanceSinopse: Desde que se entende por gente, Caroline não confia em ninguém. Nem na sua própria sombra. Não é por mal, ela apenas mantém o benefício da dúvida. Medrosa e insegura, ela sempre pensa duas vezes antes de fazer qualquer coisa. Ao ser arrasta...