CarolineNão podia ser mais vergonhoso, o climão que ficou entre a gente foi o pior. Pelo menos é segunda, posso trabalhar em paz. Me espreguiço entrelaçando os dedos, virando as palmas e esticando os braços. Giro na minha cadeira giratória, uma volta, paro, pegando meu café. Encaro a tela do notebook em branco, com o capitulo 30, as minhas anotações segundo o planejamento indicam que é um hot, não que eu não tenha feito cenas sensuais, mas agora é a hora do sexo de verdade.
Mesmo com toda a ideia do que escrever estou sem vontade de escrever, pela primeira vez, as cenas vem na minha cabeça, mas é só isso, nada mais. Uma sensação estranha que não sei como descrever. Só penso em uma coisa, uma maldita coisa.
— Argh… — Praguejo. — Uma tela branca não bota comida na mesa de um escritor que não escreve. — Penso comigo mesma falando sozinha.
Me viro junto com a cadeira, seu cartão está na minha cama, é vermelho. Pensei em mandar uma mensagem pelo menos pedindo desculpa por tudo. Meu celular está no carregador e antes que eu mande uma mensagem para ele, alguém me manda uma. Deixo meu café ao lado do copo com água que sempre trago para o quarto.
Desligo o celular olhando em volta pelo meu quarto, procurando uma câmera ou coisa parecida. Olho em todo quarto. Dentro do guarda roupa, embaixo da cama. Isso realmente não tem graça.Vou para a cozinha e ignoro as mensagens. Penso em como lidar com o assunto, ameaçar chamar a polícia nos filmes não funciona. Faço qualquer coisa para comer e distribuir a mente por um tempo.
Faço uma pinha de sanduíches. Batidas na porta me deixam em alerta, meu coração dispara. Eu devia ter chamado a polícia. Vou sorrateiramente, olho pelo olho mágico. Franzi a testa com a pessoa na minha porta.
— Doyoon? — Sussurro. Abro a porta para ele. — O que você…
Ele tem um bolo bem bonito entre as mãos, a embalagem de plástico chique. Minha expressão é pura confusão.
— Só vim pedir desculpas pela outra vez. Acabei dormindo na sua casa. Não queria que ficasse um clima estranho entre a gente.
— Há. Entra! — Me afasto e ele entra. Fico até com menos medo por ter outra pessoa aqui.
— Eu sou seu novo vizinho. Não é engraçado? — Comenta. — Me mudei a algumas semanas.
Concordo, desconfiada. Ele coloca o bolo no balcão. Cruzo os braços, observando a uma certa distância.
— Ah, que coincidência! — Estreito os olhos. — E por que não foi para sua casa se era tão perto, naquele dia?
— A sua mãe…
Interrompo ele:
— Tá bom. Já entendi!Minha mãe tem problema, ela acha que é um cupido.
( … )
Meu novo “vizinho” continuava sendo suspeito. Ele comia o bolo comigo de um jeito suspeito, e lavo os pratos de um jeito suspeito, e flertou comigo durante todo o tempo que estava aqui.
Levo ele até a porta:
— Você gosta mesmo de mim? Tem certeza?— Tenho. — Franzi a testa me olhando nos olhos.
— Por que? — Cruzo os braços, duvidando.
— Você é bonita, o seu sorriso me faz querer sorrir também, e você fica muito fofa quando está com vergonha, como agora! — Aponta pra minha bochecha.
Cubro o rosto me sentindo ainda mais envergonhada, quando dizem que você está corado parece piorar.
— Para de dizer essas coisas! — Peço. Crio coragem e tiro as mãos da frente do rosto. — Eu sou bonita?
— Muito. É melhor nem falar o que eu estou pensando, na verdade. — Faz uma pausa colocando as mãos nos bolços. — Enfim, quem sabe de repente você quer conhecer o meu bar?
— Tipo um encontro?
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Egoísmo.
RomansaSinopse: Desde que se entende por gente, Caroline não confia em ninguém. Nem na sua própria sombra. Não é por mal, ela apenas mantém o benefício da dúvida. Medrosa e insegura, ela sempre pensa duas vezes antes de fazer qualquer coisa. Ao ser arrasta...