06: Mensagens estranhas.

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Caroline

Não podia ser mais vergonhoso, o climão que ficou entre a gente foi o pior. Pelo menos é segunda, posso trabalhar em paz. Me espreguiço entrelaçando os dedos, virando as palmas e esticando os braços. Giro na minha cadeira giratória, uma volta, paro, pegando meu café. Encaro a tela do notebook em branco, com o capitulo 30, as minhas anotações segundo o planejamento indicam que é um hot, não que eu não tenha feito cenas sensuais, mas agora é a hora do sexo de verdade.

Mesmo com toda a ideia do que escrever estou sem vontade de escrever, pela primeira vez, as cenas vem na minha cabeça, mas é só isso, nada mais. Uma sensação estranha que não sei como descrever. Só penso em uma coisa, uma maldita coisa.

— Argh… — Praguejo. — Uma tela branca não bota comida na mesa de um escritor que não escreve. — Penso comigo mesma falando sozinha.

Me viro junto com a cadeira, seu cartão está na minha cama, é vermelho. Pensei em mandar uma mensagem pelo menos pedindo desculpa por tudo. Meu celular está no carregador e antes que eu mande uma mensagem para ele, alguém me manda uma. Deixo meu café ao lado do copo com água que sempre trago para o quarto.

 Deixo meu café ao lado do copo com água que sempre trago para o quarto

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Desligo o celular olhando em volta pelo meu quarto, procurando uma câmera ou coisa parecida

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Desligo o celular olhando em volta pelo meu quarto, procurando uma câmera ou coisa parecida. Olho em todo quarto. Dentro do guarda roupa, embaixo da cama. Isso realmente não tem graça.

Vou para a cozinha e ignoro as mensagens. Penso em como lidar com o assunto, ameaçar chamar a polícia nos filmes não funciona. Faço qualquer coisa para comer e distribuir a mente por um tempo.

Faço uma pinha de sanduíches. Batidas na porta me deixam em alerta, meu coração dispara. Eu devia ter chamado a polícia. Vou sorrateiramente, olho pelo olho mágico. Franzi a testa com a pessoa na minha porta.

— Doyoon? — Sussurro. Abro a porta para ele. — O que você…

Ele tem um bolo bem bonito entre as mãos, a embalagem de plástico chique. Minha expressão é pura confusão.

— Só vim pedir desculpas pela outra vez. Acabei dormindo na sua casa. Não queria que ficasse um clima estranho entre a gente.

— Há. Entra! — Me afasto e ele entra. Fico até com menos medo por ter outra pessoa aqui.

— Eu sou seu novo vizinho. Não é engraçado? — Comenta. — Me mudei a algumas semanas.

Concordo, desconfiada. Ele coloca o bolo no balcão. Cruzo os braços, observando a uma certa distância.

— Ah, que coincidência! — Estreito os olhos. — E por que não foi para sua casa se era tão perto, naquele dia?

— A sua mãe…

Interrompo ele:
— Tá bom. Já entendi!

Minha mãe tem problema, ela acha que é um cupido.

( … )

Meu novo “vizinho” continuava sendo suspeito. Ele comia o bolo comigo de um jeito suspeito, e lavo os pratos de um jeito suspeito, e flertou comigo durante todo o tempo que estava aqui.

Levo ele até a porta:
— Você gosta mesmo de mim? Tem certeza?

— Tenho. — Franzi a testa me olhando nos olhos.

— Por que? — Cruzo os braços, duvidando.

— Você é bonita, o seu sorriso me faz querer sorrir também, e você fica muito fofa quando está com vergonha, como agora! — Aponta pra minha bochecha.

Cubro o rosto me sentindo ainda mais envergonhada, quando dizem que você está corado parece piorar.

— Para de dizer essas coisas! — Peço. Crio coragem e tiro as mãos da frente do rosto. — Eu sou bonita?

— Muito. É melhor nem falar o que eu estou pensando, na verdade. — Faz uma pausa colocando as mãos nos bolços. — Enfim, quem sabe de repente você quer conhecer o meu bar?

— Tipo um encontro?

Egoísmo.Onde histórias criam vida. Descubra agora