Capítulo 4 - Linhagem Familiar

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O Sol invadiu sua janela novamente. Como toda manhã, Ysaline acordou sonolenta, observando o horário no celular que não parava de apitar.

Impaciente, bateu a mão no aparelho na esperança de parar aquele som insuportável. Quando viu que claramente não conseguiria fazer isso como um homem das cavernas, bufou o pegando na mão e desligando o barulho incansável.

Quando criança, sua mãe lhe acordava no susto, berrando pelo quarto para que ela chegasse em tempo à aula. E naquela manhã, Ysaline lembrou a sensação de acordar de surpresa. - O Anjo! - Exclamou, ficando sentada na cama de modo rápido. - Porcaria... Eu deixei ele no vácuo...

- Deixou o contatinho no vácuo ou o patrão novo? Os dois são bem ruins né? - A voz de Tasha chamou sua atenção no batente da porta.

- O patrão... - Choramingando, mentiu.

- Então é melhor levantar logo, já é a quinta vez que esse despertador toca. - Avisava.

- Quinta?! E você não me chamou por que?!

- Eu vou lá saber se você não queria dormir mais? - Ela riu, segundos antes de sair. - Corre que o ônibus sai em dez minutos!

Os olhos de Ysaline saltaram, assim como ela da cama. Correndo para tentar arrumar o cabelo, um rosto descente sem a cara de sono e uma roupa que a esquentasse no outono e no gélido Alasca que aquele escritório se tornava.

Assim que chegou ao ponto, subiu no ônibus quase saindo, pedindo desculpas pela interrupção.

Respirando fundo, deitou a cabeça na janela, enquanto sua irmã ria um pouco da sua maratona. Seus músculos relaxaram, sentindo pela primeira vez na manhã que tinha tempo de respirar.

Se seu dia começou assim, ela não queria saber o que vinha depois.

Na empresa, o ar já estava ligado. Em plena manhã de outono, com os computadores funcionando e o som da máquina de café.

- Eu avisei que essa porcaria não ia dar certo. - Amanda esbravejava contra a tela.

- Você sabe que esse cara é um babaca. - Roy concordou.

- E que a gente não pode ficar perdendo cliente, então só faz o que ele manda e pede desculpas. - Disse Ysaline, saindo do elevador com seu copo de café na mão. Olhando para a colega de trabalho que lhe lançou um olhar de morte.

- Acho incrível como às vezes não preciso falar nada. A Ysa fala por mim. - Comentou Thomas.

A garota colocou o café na mesa, parando para se sentar, até notar seu chefe saindo do escritório. - Que bom que chegou, Ysaline. Nem precisa se sentar, estávamos esperando você. Preciso de todos vocês na sala de reunião em no máximo um minuto. - Alertou o homem alto, indo direto para a sala correspondente.

Devon tinha a fama de ser um chefe tranquilo. Era calmo, compreensivo e uma ótima pessoa para se trabalhar com. Mas hoje, se Devon estava no mínimo estável, era muito.

O grupo se olhou, voando para suas cadeiras ao redor da mesa retangular. Normalmente não iriam com tanta rapidez, mas o clima da situação demostrava que ela era séria.

- Bom dia. - Disse o homem, recebendo de volta. - Eu gostaria de agradecer pela rapidez na entrega dos clientes de ontem. Nós batemos a meta desse mês e isso é algo a se comemorar. - Dito, todos na sala comemoraram, até perceberem o sorriso fraco do chefe que respirou fundo para continuar, como se procurasse como continuar.

- Porém, hoje não será um dia mais calmo. Tenho uma notícia que será crucial para a Devenementiel. Já faz alguns dias que venho observando para dar a notícia, porém apenas hoje fui notificado de modo positivo.

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