Ponto de vista de Celine.
Tudo que está acontecendo é culpa da minha ignorância, se não fosse tão ignorante eu teria que passar por isso agora. Várias pessoas me avisaram pra parar de mexer com esse tipo de ceita, parar de tentar invocar o Operador.
Minha cabeça dói, me sinto sufocada ao dividir espaço com três assassinos, sentada ao lado deles, fingindo que não tenho medo e que memórias não me assombram.
Estou suja, estou há horas sem me alimentar, utilizar o banheiro ou fazer qualquer coisa que um humano tem direito.
Aparentemente estamos indo pra um lugar sem rumo, os homens não trocam palavras. Percebi que um tem síndrome de tourette, seus tics nervosos variavam, parecia que ele não sentia dores, pois os tics eram fortes demais.
O motorista fumava, tirando a sua máscara e deixando à mostra o rosto, o cheiro de cigarro tomava conta do espaço, me sentia enjoada.
Então ele decide ligar a rádio, que tocava uma música aleatória de Black Sabbath, até o locutor a interromper, para anunciar a notícia de que vários desaparecimentos de crianças e jovens estavam acontecendo na região. O homem traga e espalha fumaça sorrindo.
Parando o automóvel, eles tiram as máscaras e adereços. Eu olho ao redor procurando explicação, lá estava um posto de gasolina.
- Precisa mudar sua aparência,comer algo,por isso paramos - o garoto dos tics diz tirando as dúvidas de meus pensamentos- Aliás, sou o " Ticci Toby ", aquele alí no volante é o Masky e outro estranho do lado dele é o Hoodie- apontando respectivamente para cada rapaz- Mas acho que você sabe quem somos, não é?- sim eu sei.
Querendo ou não eu deveria mudar a minha aparência, eu sou um dos jovens desaparecidos, estou com as pessoas que me raptaram.
É questão de lógica, se eu não fizer o que eles querem, provavelmente vou sair morta, prezo mais pela minha vida.
- Vai ficar calada?- Masky sai, Hoodie também.
Me mexo em desconforto e o garoto do meu lado abre a porta para sair.-Vamos - ele me puxa pelo braço- Finja que somos namorados, okay?- balanço minha cabeça positivamente- Você é muda, porra?- perguntou dando um tapa na minha cabeça.
-Desculpa- eu falo enquanto ele abraça meus ombros e sorri em um teatro patético- É que não costumo me entrosar com quem matou meus pais - digo sorrindo.
