Estava na sala, olhando pra o teto da sala de estar.Tobi entra no cômodo todo sujo de sangue e minha atenção se volta á ele.
-Por que me olha a-assim? -me pergunta em meio aos tics.
-Por que cuidou de mim?-rebato.Ele fica com a cara meio sem graça,se deslocando para cozinha, onde arregaça as mangas do seu moletom de sempre e lava seus antebraços, depois as mãos. Dava pra ver nitidamente tudo o que acontecia na cozinha alí da sala.
Me aconchego no sofá todo quebrado, como se estivesse à espera dele, parecia que tinham tirado o sofá do lixão de tão sujo e empoeirado, mesmo tentando me aconchegar era desconfortável.
O garoto em meio ao sangue e o emaranhado de roupas sujas, volta aonde eu estava, retira seu moletom, deixando a mostra uma regata preta, seus braços pálidos, músculos e várias cicatrizes.
Encara-me e joga a peça de roupa no chão, os respingos de sangue ainda eram visíveis em seu rosto.Se senta ao meu lado, na ponta do móvel, em posição pensativa.
- O que vamos fazer em relação a isso?- ele questionou sobre o nosso relacionamento, se é que é um relacionamento.
- Eu não sei - respondo.
- Acho que o Operador vai nos matar e não vai demorar muito, ele já sabe.
- Eu sei, mas não chegamos nem a nos beijar ainda, não acho que seja um problema, não temos um relacionamento - fui clara.
- Tá - ele me encara e aproxima de mim, ele chega tão perto que nossos rostos ficam centímetros um do outro. Segura meu rosto com suas mãos calejadas pelo " trabalho ", sinto meu rosto ferve, com certeza estou vermelha de mais, o rapaz sorri e me rouba um selo, acaricia meu rosto macio com suas mãos ásperas.
Caralho menó ele me deu um selinho, caralhoo.
