Capítulo 1 - A Revelação Mágica

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Três adolescentes caminhavam pela Floresta da Vida. Raya Dawnspell, uma feiticeira fascinada pela magia científica; Arden Emeraldfall, o príncipe de Emerald Veil, conhecido como “O primeiro reino” e Isabella Shieldblade, a guarda pessoal do príncipe que o acompanha frequentemente em missões fora do castelo.
“Por que estamos aqui mesmo?”Arden perguntou pela décima vez em 30 minutos de caminhada.
“Nós estamos procurando por Cristalinas para pegar as suas pedras!”-Isabella respondeu, com raiva. “Mas pra que precisamos dessa coisa mesmo?”
“As pedras Cristalinas, como são popularmente chamadas, apesar de seu nome ser ‘Cristal Mortífero’, são utilizadas para a produção de um tipo de munição muito usado para caçar criaturas ameaçadoras específicas. A pedra tem um elemento que é capaz de matar ou causar sérios danos a certas espécies, porém, como é uma fada ágil que porta essa jóia, o componente é muito caro. O reino planeja vender as munições feitas desse cristal, que são ainda mais caras, para reinos aliados.”Raya explicou. “Eles querem arrancar uma graninha dos outros reinos”
Raya tinha o espírito de uma total nerd. Ela escreve num livro sobre todas as criaturas que já teve a chance de conhecer, desde os seus 12 anos. Quando ela pega o livro para checar informações sobre a localização da fada, a capa do próprio quase salta para fora por causa da quantidade exorbitante de páginas.
“Santo Emeraldfall I! Ray, não acha que essa quantidade já ultrapassa a linha?” Isa olhou em choque.
“‘A magia ultrapassa a linha em alta velocidade.’”Ela replicou. “Uma fada me contou.”
“Raya! Criaturas mágicas são perigosas! Elas quiseram destruir nosso reino, e querem até hoje!”Disse Arden.
No reino de Emerald Veil (e seus aliados), a visão da história era bem diferente. Eles acreditavam que os humanos sempre existiram, e que as criaturas mágicas começaram a
tentar invadi-lo. No momento em que ele falou isso…
Uma flecha roçou levemente seu cabelo.
Isabella sacou sua espada rapidamente e olhou em volta, em estado de alerta.
Raya pegou a flecha e a examinou.
“Pelo jeito que foi feita…A ponta de trás com uma Amelie…A ponta da frente com veneno que, ao julgar pela cor…É feito de uma mistura de brilho de Borboleta Transparente e de saliva de Planta Carnívora…É um elfo Verdant. Eles usam plantas para fazer remédios caseiros…Mas parece que esse aqui usa veneno também. Geralmente tem a pele mais escura e cabelos verdes, como uma árvore.”
“Que informação! Agora nós vamos achar um elfo arqueiro que É IGUAL A UMA ÁRVORE!”Disse Isabella, enquanto apontava para as árvores.
Raya olhou em sua volta para procurar pelo tal elfo, de alguma forma. Ela notou entre a quantidade densa de árvores dois olhos azulados brilhando de forma leve.
O leve brilho revelava sua aparência:Pele negra, com um cabelo verde ligeiramente longo. Após o elfo ser visto, ele desapareceu como um raio.
  Raya pegou seu livro de novo.
“Hm. Que estranho.”Disse ela, olhando para uma página.“Eu vi poucos elfos dessa espécie, e os poucos que vi tinham olhos de diversos tons de verde, mas nunca azul claro. E brilhante ainda por cima. Espere! Eu tenho algumas perguntas!" Ela saiu correndo em direção ao elfo.
“Raya, volte aqui!”Arden correu atrás dela.
“As vezes duvido que esses dois tenham mais maturidade do que eu.”Reclamou Isabella, enquanto seguia os dois.
Os dois finalmente alcançaram Raya. Ela havia derrubado o pobre elfo, que se encontrava deitado no chão. Ela sacou sua caneta rapidamente.
“Número 1:Qual é o seu nome?”
“Por que eu deveria falar?!”Respondeu o elfo.
“Motivos de pesquisa.”
Ele suspira.
“Elowen Fairylight.”
“Legal!”Ela anotou algo em seu livro. “Pergunta 2:Por que seus olhos são azuis e brilhantes, diferente dos outros elfos que já vi, que tinham olhos em tons de verde?”
“Sei lá.”
Ela escreveu em seu livro de novo.
“Você seriamente escreveu isso?”
“Eu tenho que escrever tudo!”
“Hum…Posso ver seu livro?”
“Claro! Preciso de uma criatura real para confirmar meus conhecimentos!”
Ela entrega o livro ao elfo. Ele lê a primeira página e solta uma risada sincera.
“Desculpe, mas isso está extremamente errado.”Ele tentou controlar sua risada. “Acha que as fadas floristas tem asas feitas de flores? Isso é só uma mentirinha para as crianças!”
  O sorriso de Raya evaporou com essa informação.
“Mas, você não me matou ao me ver, e me surpreendo por ter um humano que se interessa pelo mundo mágico. Posso te ajudar.”Ele se levanta. “Primeiro que, as asas das fadas floristas só imitam flores, porém é uma questão de estética. Elas sabem manusear perfeitamente o pó de fada, que faz as asas, o que engana muitos.”
“Raya, você não vai fazer amizade com uma criatura mágica, né?”Isabella comentou.
“Vocês são iludidos a esse ponto?!”Elowen olhou para Isa. “É claro. Pensam que somos perigosos só porque nos acha uma ameaça para sua sociedade ‘superior’, se bem que, a verdadeira sociedade superior são ‘Os Descendentes da Árvore’.
“Descendentes da Árvore?!”Os três olharam para o elfo com dúvida.
“Me sigam. Vai ser mais fácil de explicar se os virem pessoalmente.”
Por mais que, desde crianças, fossem educados para não confiar nestas criaturas, os três seguiram Elowen até uma árvore colossal, protegida por uma quantidade massiva de criaturas diferentes.
Um sino tocou, e todas as criaturas da região, incluindo as criaturas que protegiam a árvore, andaram até mais próximo da árvore.
“Bem na hora!”Elowen correu até a árvore, animado. Isabella, Arden e Raya o seguiram.
Todos olhavam para cima. Um “fruto” da árvore estava brilhando de forma exagerada, e o seu brilho mostrava que havia algo ali dentro.
Algumas criaturas em colocações específicas começaram a tocar instrumentos como flautas, maracás, tambores e sinos. Também haviam algumas delas tocando um instrumento feito de madeira, que imitava uma flor, e fazia um som grave.
O fruto caiu lentamente e parou delicadamente no chão. Todo o barulho parou. Somente os sinos tocavam rapidamente.
O fruto se abriu como uma flor desabrochando. Uma criatura cor-de-rosa, com 4 olhos amarelos brilhantes saiu, e todas as criaturas aplaudiram. Raya aplaudia junto, enquanto Isabella e Arden olhavam com surpresa.
“Esses são os Descendentes da Árvore.”Disse Elowen, animado. “Eles têm o poder de criar uma vida nova, como a árvore acabou de fazer. Dizem que, a primeira criatura criada por Everbloom, a árvore, foi um brotinho, como chamamos. Uma pequena criaturinha com o tamanho de uma melancia e olhos de flor. Infelizmente, foram extintos.”
“Que pena…”Raya disse. “Pareciam ser criaturas interessantes.”
Arden olhou para uma árvore próxima. Uma fada, do tamanho de um humano normal, cuidava de seus bebês, enquanto seus ferimentos eram tratados.
“Nós…Fizemos isso?” Ele perguntou, com pena.
“Sim…Vocês foram enganados por seu rei. Ele acha as criaturas uma ameaça para o reino, mas ele é uma ameaça maior para o próprio mundo em si.”Elowen disse em um tom triste.
“Pedimos perdão pelo o que aconteceu…” Isabella lamentou.
“Se até a Isa tá pedindo desculpas, é porque é do coração mesmo.”Raya brincou.
Os quatro riram.
“Mas é uma idiotice! Fomos enganados nossa vida inteira! E nunca estivemos cientes de nossos danos…” Arden estava irritado.
Raya pensou por um momento.
“Nós não só queremos mudar isso. Nós devemos.” Ela disse, com determinação.
“Não dá pra fazer uma rebelião contra o reino com 3 pessoas.” Arden disse, realista.
“Quem disse?” Isabella perguntou.
“A lógica.” Ele respondeu. “Que, por sinal, pensei que era a melhor amiga de Raya.”
“Eu só não te dou um soco porque você é superior a mim.”
Arden riu de forma debochada.
“Mas, vocês são só a parte interior.”Elowen interferiu. “Tenho certeza que, se contarmos nossos planos para as criaturas mágicas, darão total apoio!”
“Eu adoraria, mas, tem certeza que apoiariam um grupinho de 3 humanos que até então caçavam eles?” Raya comentou. “Tipo, estávamos literalmente caçando fadas até minutos atrás!”
“Acho que, com muita discussão, consigo convencê-los.” Ele respondeu. “Não confiaria em vocês, mas seus olhares de arrependimento me convenceram.”
“Confio em você, parece simpático.” Raya disse.
Elowen sorriu.
“Inclusive, se não for incômodo, pode me ajudar a escrever um novo livro sobre criaturas mágicas?” Ela diz gentilmente.
“Posso.” Ele responde.
“Ótimo.” Raya jogou um feitiço no chão que espalhou fogo, e jogou o livro de forma agressiva no fogaréu.
Isabella e Arden olhavam para o livro em chamas com expressão de choque, conforme o livro que já tinha escritas feitas por longos anos era engolido pelo fogo ardente.
“Então, aqui começamos a rebelião.” Elowen declarou.

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