Capítulo 3 - Rebelião Rubi

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“ATAQUE DE TERRORISTAS NA FAAM”, “NOVA REBELIÃO CONTRA O REI?!” e “‘DISPOSTOS A MATAR SE A CAÇA DE CRIATURAS CONTINUAR’: DESCUBRA SOBRE A REBELIÃO RUBI” lotaram as manchetes do resto do sábado. Rebelião Rubi, Vermelha, Escarlate, não importava como fosse chamada, o ato dos três adolescentes tinha dado assunto bombástico nos jornais do reino.
Na manhã do dia seguinte, Arden chamou as meninas e Elowen para um encontro na floresta. Ele estava sentado em cima de uma toalha no gramado verde vivo da Floresta da vida, com vários jornais espalhados de forma bagunçada transbordando da toalha.
“Finalmente chegaram!”Arden se levantou do chão.”Vocês tem que ver algo, principalmente você, Raya Dawnspell.”
Ele os convidou para se sentarem. Um dos jornais estava marcado e no centro. O príncipe leu em voz alta:

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Green Bride News

REBELIÃO ESCARLATE: TUDO O QUE PRECISA   SABER SOBRE A NOVA ORGANIZAÇÃO CONTRA O REI

Neste sábado, durante a Feira Anual de Artefatos Mágicos, o nosso Rei, Albert Emeraldfall II, presenciou um ataque inesperado durante seu discurso. Novos terroristas, que são chamados pelo rei de “Rebelião Rubi”, fizeram seu primeiro ataque; escreveram na parede, em vermelho, “Dispostos a matar se a caça de criaturas continuar”.
A origem do nome vem de um pequeno rubi deixado na área. Detetives suspeitam que o ataque tenha alguma relação com o reino Ruby Light, que, além de permitir a entrada de criaturas mágicas, é o maior inimigo de Emerald Veil.
O rei já mandou uma carta para o rei de Ruby Light solicitando uma reunião.

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“Um rubi.”Arden olhou bravo para Raya.”Quem é que anda com muitas coisas inúteis em uma bolsa? Ah, você.”
Isabella ria bastante.
“Sério que criaram toda uma conspiração por causa de um rubi?”Ela ficou séria novamente.”Cara, o povo do nosso reino é idiota.”
“Com isso eu concordo.”Elowen riu.
“Tinham que ser homens.”Isa brincou.
“VOCÊS TEM NOÇÃO QUE TEMOS MUITA CHANCE DE SERMOS DESCOBERTOS?!”Arden gritou, deixando todos em silêncio.
“Arden, a segunda pedra mais usada aqui no reino é rubi. Colares, bolsas, anéis, entre outros acessórios com essa pedra vermelha são quase tão comuns quanto a esmeralda. Vão suspeitar que pode ser qualquer um!” Disse Raya.
O príncipe ficou em silêncio.
“É mesmo um esquentadinho.” Isabella riu.
Arden socou o jornal.
A guarda parou de rir.
“Se vocês meninas pararem nas masmorras, Elowen for executado e eu for odiado pela população inteira de Emerald Veil e nunca mais poder sair do castelo.”Arden fez uma pausa. “Vou caminhar até as masmorras para falar: ‘Vão suspeitar que pode ser qualquer um!’.
“Olha lá, já criou uma trilogia de livros na cabeça por causa de um rubizinho.” Disse Isabella.
“Sem contar que, já estão suspeitando que o culpado é o reino Ruby Light.” Falou Elowen. “Você está com muita paranoia, Príncipe Esmeralda. Precisa de um psicólogo.”
“Elowen, a esse ponto todos nós precisamos de um psicólogo.” Isabella cruzou os braços. “Quem ainda tá bem em pleno 1452?”
“Eu não sou paranóico. Eu sou realista.” Ele murmurou.
“Enfim…Vai ter outro ataque? Raya falou, depois de ficar um tempo em silêncio.
“MAS É CLARO QUE NÃO! ESTE ATAQUE JÁ DEU TERRIVELMENTE ERRADO! SE CONTINUAR ASSIM NÓS VAMOS APODRECER AO LADO DE UM BANDO DE VELHOS QUE FIZERAM PORCARIA EM SUA ADOLESCÊNCIA COMO NÓS NAS MASMORRAS!” Ele gritou com o grupo.
“Não surta.” Isabella deu um tapinha em suas costas, enquanto o príncipe respirava ofegante.
“Quem vota em outro ataque?” Elowen levantou a mão, e logo as duas meninas levantaram a mão, enquanto Arden tinha um colapso mental sentado no chão.
“Eu vou usar os meus poderes precários de príncipe para impedir que vocês façam isso.” Arden se levantou.
“Isso só vai nos revelar, colega.” Disse Isabella. “Claramente vão se perguntar: ‘Como que o príncipe Arden sabe disso?’ Eu acho que eles não são idiotas a tal ponto.”
Ele ficou quieto de novo.
“Está bem.” Disse o príncipe, com um suspiro. “Mas não quero que descartem a possibilidade de masmorra.”
O grupo se sentou na toalha.
“Enfim, para próximos ataques, achei uns mapas - que gente, são completos - do reino e do castelo.” Raya deitou os mapas no chão e pegou uma caneta de sua bolsa.
Elowen pegou a caneta e um dos mapas, e tentou planejar algo em uma colocação específica. Enquanto os humanos conversavam, o elfo olhava para a caneta; Um tubo branco com pontas pretas - uma maior que a outra - que ia da ponta de seu dedo médio até o fim da palma da mão.
Ele não sabia abrir a caneta.
Não é como se Elowen não soubesse o que é uma caneta, - ele não vive em uma caverna. - já tinha utilizado objetos parecidos, que tinham a mesma função. Mas, aquela caneta…Era diferente.
Encostou a tampa, a outra ponta, a parte branca…Todas as partes da caneta. Não saiu uma gota de tinta.
Enquanto Elowen lutava para usar a caneta, seus três amigos olharam para ele com um olhar estranho.
Raya riu e pegou a caneta de sua mão, abrindo-a. O elfo rapidamente pegou a caneta de volta, envergonhado demais para agradecer.
Com o rosto ainda avermelhado por causa da caneta, Elowen analisou o mapa e circulou potenciais áreas que seriam apropriadas para um ataque que não iria ferir ninguém, seja humano ou criatura.
Uma das ideias bastante discutidas pelo grupo consistia em ir até uma venda de criaturas domésticas, - de alguma forma, espantando os donos - resgatando as criaturas e incendiando o lugar. Elowen queria casar-se com o plano.
Após muita discussão, já que o plano tinha muita chance de dar errado, arrumaram uma solução plausível.
Escolheram uma pequena venda localizada no interior do reino, onde não aconteciam patrulhas a noite. Iriam atacar por volta das 23:00.
“Desejo sorte para vocês.” Elowen se levantou e começou a sair. “Me atualizem após o ataque!”
O trio de humanos se levantou, e Arden recolheu os jornais e a toalha.
“Não sei dizer o horário pelo Sol, mas diria que é por volta das 17:00.” Disse Isabella. “Minha mãe vai me matar se eu chegar tarde. Vejo vocês à noite!”
Eles se despediram e caminharam juntos até o véu que cobria o reino, “protegendo” ele de criaturas malignas. Por mais que as criaturas malignas sejam os próprios humanos.

A luz da lua cheia banhava um campo, que por ali, havia uma espécie de estábulo.
“Venda de Criaturas” dizia uma placa próxima. Cartazes como “Fadas Floridas por 325 véus!” “Promoção: 2 criaturas no preço de uma!” lotavam as paredes externas do estábulo.
Três figuras encapuzadas entraram de forma sorrateira no estábulo. Viram algumas criaturas trancadas em cabines e outras menores em gaiolas. Pegaram todas as criaturas e as colocaram em um carrinho, onde uma das figuras utilizou um feitiço de ilusão para fazer com que o carrinho parecesse vazio, e o cobriu com um pano. Eles nunca esqueceriam as lágrimas e os sorrisos de felicidade.
Agora, a fuga. Uma figura derrubou propositalmente um pequeno rubi, os três empurraram o carrinho para fora, e incendiaram o estábulo. Eles correram para longe enquanto o local ardia em chamas.
O fogo avermelhado, como um rubi, emitia uma luz da cor de um pôr do sol.
A Rebelião Rubi começou.

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