Capítulo 10 - Resultado

1 0 0
                                    

De longe, o último ataque da Rebelião Rubi foi o que mais causou impacto.
Jornais que explicavam o ocorrido eram vendidos em todo o tipo de lugar, todos falavam sobre o assunto pelas ruas, diversos cartazes estavam espalhados por todos os cantos do reino de Emerald Veil.
Todos os jornais de Emerald Veil mudaram seu cronograma para noticiar e informar todos os moradores do reino. Cada informação extraída ia para o papel em poucas horas.
As bancas que vendiam as notícias estavam completamente lotadas, as filas fazendo curvas e voltas por todas as ruas, pessoas desesperadas com moedas de véus esperavam ansiosamente para a sua vez de obter um jornal.
E é como no segundo ataque da rebelião; nada aconteceria se rubis não fossem espalhados. Pouquíssimas pessoas se importariam se 5 homens fossem assassinados durante a caça se não houvesse o sinal da rebelião. Ninguém se importa.
E daí que 5 pessoas com famílias que o amavam morreram?! Ninguém liga para isso! Só compram os jornais e lotam as bancas por causa de uma pedra preciosa vermelha! Lá no fundo, ninguém quer admitir, mas ninguém realmente ligou para os caçadores.

Nas homenagens e nos funerais de todos aqueles cinco caçadores, um menino de cabelos negros e olhos verdes como uma esmeralda observava pessoas derramarem lágrimas perante os corpos de seus entes queridos.
5 caixões, um pouco diferentes, devido à cultura de Emerald Veil. Tinha um formato diferente, com detalhes sutis com algumas esmeraldas e um local onde guardavam o arco que o caçador usava. Todos os caixões estavam fechados, devido aos ferimentos dos mortos.
Arden deixou em cima de cada um deles um lírio aranha verde. Não importava quantos anos se passariam, se os corpos dos caçadores apodrecessem, se as famílias superassem a morte, o príncipe nunca iria se perdoar. Pequenas e sutis lágrimas de pena brotaram em seus olhos, as quais ele limpou rapidamente, enquanto andava de volta para o castelo.
No caminho para seu quarto, notou que Isabella estava treinando de novo. Ela batia violentamente no boneco com sua espada de treino, como se derramasse todos os seus sentimentos em cada golpe. Arden ficou com medo de se aproximar, pois, já vivenciou algumas vezes a fúria da guarda Shieldblade.
Ele iria sair, até Raya o avistar, e o levar para o campo de treino, onde Isabella estava. Ela começou a falar:
“Então…” Seu tom estava hesitante “Não acham que…Nosso último ataque foi meio pesado…?”
Os três ficaram em silêncio. Estavam sem palavras. Foram totalmente contra o que sempre quiseram. Não queriam machucar.
Todos os caçadores eram inocentes. Eles não sabiam a verdade. Foram enganados pelos ensinamentos de seus antepassados. A própria Rebelião Vermelha já foi assim!
Mas não tinha mais volta.
Só poderiam lamentar a porcaria que haviam feito. Por mais que salvassem o reino, que quebrassem a barreira, que revelassem a verdade para o reino todo…Os caçadores ainda iriam estar enterrados, a apodrecer.
“Isso foi um erro” Isabella se levantou, indo guardar a espada de treino.
“Espera!” Raya foi atrás dela. “Nós podemos…”
“Podemos fazer o que?! Um truque de mágica para reviver os caçadores?!” Disse Isa, em um tom mais alto. “Nada vai fazer com que eles saiam do túmulo!”
Raya ficou em silêncio. A guarda tinha razão.
As duas seguiram caminhos diferentes ao sair dali, porém Arden ainda tinha uma ideia em mente.
O príncipe atravessou a barreira, levemente nervoso. Caminhava inquieto até Everbloom, onde conversaria com Elowen, Esquerda e Direita.
Uma caminhada bem longa, porém Arden estava tão aflito que a fez em pouco tempo, chegando na entrada do vilarejo em 10 minutos, com o tempo médio sendo 30.
Ele chegou no castelo onde os descendentes principais da árvore habitavam. Ele tentou abrir a gigante porta de ouro, mas os seus braços, finos como um galho de árvore, não tinham força nem para levantar uma cadeira sem problemas, e nunca conseguiriam empurrar uma porta daquele tamanho.
Como se notassem a sua presença, a porta se abriu com um rugido, e Esquerda e Direita olharam em choque para Arden. Ainda com a sua personalidade respeitosa, devido à sua infância na família real, reverenciou as duas criaturas.
Os três tiveram uma longa conversa, sobre o último ataque e o ponto de vista de Arden e dos outros sobre isso. Eles não queriam ferir ninguém, mas foram contra isso. Ele explicou que provavelmente ninguém da população sabia da verdadeira história, ou seja, não tinham muita culpa sobre o que estava acontecendo com as criaturas. Era tudo uma crença passada de geração por geração.
Direita ficou extremamente irritada; já começou a brigar com Arden, chamando-o de traidor, enquanto Esquerda a acalmava.
Por outro lado, devido à sua personalidade pacifista, Esquerda decidiu prestar atenção no ponto de Arden e refletir sobre isso. Era incrível como ela conseguia se prender em seus próprios pensamentos, sem parecer incomodada com o escândalo de sua irmã.
Após um tempo, Esquerda disse:
“Eu entendo, Emeraldfall. Mas nós não temos como revivê-los. O passado é passado” Ela começou a sorrir gentilmente. “Porém, podemos rever nossos atos e cuidar para que não se repita no futuro. Ah, e Direita, vamos parar de gritar com ele.”
Direita não queria discutir com a irmã, então ficou em silêncio.
“Não sei…Acho que vamos dar um tempo” Disse Arden, quebrando o silêncio. “Precisamos de mais tempo. Esse último plano, de alguma forma, nos abalou.”
“Está tudo bem, príncipe Arden” Disse Esquerda, em um tom gentil. “Se achar necessário, podemos tomar conta dos planos por vocês enquanto se recuperam”
“Iremos acabar com todos que vierem em nosso caminho” Disse Direita, em um tom malicioso.
Esquerda olhou para Direita. Ainda estava com uma expressão gentil, porém parecia um pouco mais irritada que o habitual. Direita olhou para os próprios pés, envergonhada.
“Eu agradeço. Irei notificar os outros” Arden se despediu com uma reverência, e saiu.

A Árvore EverbloomOnde histórias criam vida. Descubra agora