O caminho de volta para base estava tranquilo, da forma mais possível para uma missão de quase morte. Phoenix pousou seus braços cobertos pelo uniforme grosso de voou na grade enferrujada do enorme navio da marinha, ela sorriu minimamente para o oceano ao seu redor.
—Achei que fosse morrer. –Revelou Phoenix, os olhos ainda fixos na água. —Fiquei com medo de não te ver mais.
Rooster franziu o cenho, confuso. Mas ainda sim, não fez contato visual com Phoenix, e ela não insistiu que fizesse. A jovem o conhecia a muitos anos para saber minimamente o que passava na cabeça do amigo, e ela entendia a falta de necessidade do contato visual naquele momento.
—Eu também. –Depois de minutos em silêncio, Rooster conseguiu responder alguma coisa. Phoenix sentiu a voz dele dar uma pequena recuada antes de realmente sair.
—Você foi incrível lá. –Assegurou Phoenix, erguendo uma das mãos e pousando no ombro de Rooster, sendo quando como um comando para fazerem contato visual. —Fico muito feliz que, mesmo depois de anos trabalhando com isso, agora você conseguiu alcançar minimamente seu potencial, Rooster. Eu sempre vou fazer questão de te lembrar que, te digo isso desde do primeiro ano, mas você é incrível lá em cima. Como se tivesse nascido para isso. –Phoenix sorriu.
O vento batia em seus rostos, fazendo que Rooster tremesse minimamente. Mesmo que estivessem no final da primavera, ainda estavam no meio do mar e em outro continente, e não tinha como esquece que tinha sido jogado na neve pelo seu tio depois de fazer exatamente o que tinha lhe pedido.
—Está frio aqui, não acha? –Rooster mudou de assunto tão rápido que Phoenix arregalou os olhos.
—É, é, está um pouco frio mesmo. –Concordou Phoenix, ela olhou de cima a baixo para o amigo, observando o corpo alto dele estremecer. —Mas não é tanto assim. Você está bem?
Rooster abraçou seu próprio corpo, tentando esquentar-se pelo menos um pouco.
—Estou ótimo. –Garantiu Rooster. —Mas é você? Não está com frio? Parece bem aquecida para ser sincero.
Phoenix cruzou os braços, sua feição mostrava óbvia preocupação com o colega de trabalho.
—Porque não está muito frio, Rooster. –Disse Phoenix.
—Tem certeza? –Resmungou Rooster. —Me parece bem frio aqui.
—É melhor você sair daqui, está pegando um vento consideravelmente alto nessa área aqui. –Disse Phoenix, tentando passar um dos braços em volta das costas de Rooster, num movimento para frente, fazendo que o homem seguisse o movimento dela.
Os dois seguiram para onde tinha o maior número de pessoas, que, por ser um lugar coberto o vento que batia lá era pouco, mas ainda sim não era nulo. Hangman conversava animadamente com Coyote, os dois riam bastante, tornando aquilo minimamente interessante, até porque, Phoenix viu Bob juntando-se a eles na gargalhada.
—Vem cá, não tem uma caixinha de som nesse navio? –Perguntou Hangman desprensiosamente, um sorriso endiabrado formou em seus lábios.
—É melhor você ficar por aqui, certo? –Propôs Phoenix ao colocar Rooster sentado em um dos caixotes ali, sentando-se ao lado dele. —Está mais quente, melhor do que ficar em um lugar muito aberto, não acha?
—Onde está Mav? –Quis saber Rooster, ignorando completamente as ordens de Phoenix e levantando. —Não o vejo desde que chegamos aqui.
Phoenix o puxou para sentar nos caixotes novamente.
—Maverick está bem. –Disse Phoenix. —Já deve estar voltando, foi conversar com Cyclone.
Rooster assentiu, aceitando ficar sentado até a chegada de Maverick. Phoenix percebeu as pernas de Rooster batiam freneticamente contra o chão do navio. De repente, um som alto o suficiente para fazer a polícia aparecer numa casa cheia de adolescentes com bebida pela madrugada, fez-se presente. Tanto Phoenix, quanto Rooster, deram um pulo assustados com o som brusco. "Cake By The Ocean" tocava absurdamente alto em algum lugar daquele navio, de onde tinham tirado uma caixa de som?
—Deus, de onde tiraram isso? –Phoenix riu alto, assim que a cabeça de Cyclone apareceu, os braços abertos, como quem disse algo semelhante a um "Que diabos está acontecendo aqui?". Logo atrás havia Maverick, um sorriso de orelha a orelha marcava presença em seu rosto.
—Que música de 'boiola. –A voz surgiu baixa no meio das pessoas.
—Tirada diretamente de alguma playlist homossexual de Rooster! –Hangman piscou para ele.
Rooster só pode concordar, ele realmente tinha aquela música em uma de suas playlist. Phoenix começou a mexer os ombros minimamente em ritmo a música.
—Eu gosto da música. –Disse Bob rapidamente para Rooster, como se tivesse medo que o outro ficasse chateado com o comentário de Hangman. —Também tenho ela em uma playlist, Rooster.
Rooster sorriu amigavelmente, ainda levemente encolhido e com seus braço abraçando seu próprio corpo.
Maverick desceu para juntar-se a sua equipe, pareceu que Cyclone apenas tinha aceitado a existência de uma caixa de som dentro de um navio da marinha. As músicas que tocavam passavam pelo pop, hiphop e iam até rock dos anos 80.
—Você está bem? –Perguntou Maverick baixo, observando Rooster abraçando o próprio corpo.
Rooster assentiu, tentando segurar o tremor do seu corpo. Assim, Maverick sentou-se de seu outro lado. Phoenix a sua direita, Maverick a sua esquerda.
—Está com frio. –Revelou Phoenix, como se fossem crianças e ela estivesse dedurando um colega que estava mentindo para a professora.
Rooster a olhou com o mesmo sentimento, como se ela o estivesse dedurando para a figura de autoridade. E bom, de certa forma ela estava.
Maverick franziu o cenho.
—Não tenho nenhum casaco para te dar, criança. –Disse Maverick com um tom de dor, como se estivesse magoado que não podia ajudar o outro.
A noite foi caindo, e o frio também, e eles estavam cada vez mais perto de chegarem a terra e da base. A lua cheia brilhava fortemente no céu, chamando a atenção de qualquer um presente ali.
—Quando eu chegar, comeria com gosto um hambúrguer. –Revelou Hangman, sentando no chão, formavam uma pequena roda.
—Nem me fala. –Os olhos de Coyote brilharam num ar quase sonhador.
Payback riu, mas concordou rapidamente.
—Será que quando chegarmos teremos a honra de ir até a cidade e ir em busca de hambúrgueres deliciosos? –Fanboy Brincou olhando para Maverick, mas no fundo havia um pedido realmente.
Todos olharam para Maverick, todos sonhadores com a ideia de poderem comer um delicioso hambúrguer quando chegarem em terra novamente.
—Não vejo problema nenhum nisso. –Disse Maverick com simplicidade.
Houve uma pequena comemoração da roda de pilotos. Até mesmo de Rooster, que não via a hora de chegar na base e tomar um banho quente, ele aceitava um hambúrguer antes disso.
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Talk To Me Dad - Rooster & Maverick
Chick-LitUma história onde será explorado a relação familiar entre dois pilotos da Marinha, Maverick e Rooster.