Capítulo 6

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Park Jimin

A noite estava calma e fria, mas dentro de mim havia um calor que eu não sabia explicar. O carro rodava suavemente pelas ruas pouco movimentadas, e o silêncio entre mim e Taehyung parecia ao mesmo tempo confortável e sufocante, o único som era o da música que tocava baixo no rádio . Eu queria dizer algo, qualquer coisa, mas as palavras insistiam em me escapar. Ainda assim, a simples presença dele ao meu lado já era suficiente para aquecer meu peito.

— Então, você poderia me deixar no meu prédio, por favor? — murmurei, tentando soar casual, mesmo que minha voz denunciasse um leve nervosismo. — Está ficando tarde, e eu não quero te atrapalhar.

Ele lançou um breve sorriso, aquele que sempre me desarma.

— Você nunca me atrapalha, Jimin. Nunca.

Concordei com um aceno tímido, enquanto o silêncio voltava a reinar. Mas dessa vez, era um silêncio diferente, mais leve, quase como se disséssemos tudo sem precisar de palavras. Olhei pela janela, vendo as luzes da cidade passarem, mas minha mente estava completamente presa nele.

Quando o carro parou em frente ao meu prédio, meu coração acelerou. Descemos juntos e caminhamos lado a lado até a entrada, como se houvesse uma força invisível nos mantendo próximos. Quando finalmente nos encaramos, senti um misto de ansiedade e nervosismo. Não fazia ideia do que dizer ou como me despedir.

— Boa noite, enfermeiro Kim — disse baixinho, quase lamentando a despedida.

Taehyung não respondeu de imediato. Ele apenas me olhou, e naquele instante, parecia que o mundo havia parado. Meu coração disparou quando ele segurou minhas mãos, suas palmas quentes envolvendo as minhas, me fazendo sentir um arrepio que subiu por todo o corpo.

— Jimin, posso te pedir uma coisa? — Sua voz era suave, mas havia algo intenso em seu tom que me fez esquecer como se respirava.

— Claro. O que gostaria? — Minha resposta saiu quase num sussurro, e eu sabia que meu rosto estava corado.

— Um beijo. De boa noite.

As palavras dele ecoaram na minha mente enquanto eu tentava processar o que havia acabado de ouvir. Meu coração parecia prestes a explodir.

— T-Taehyung? N-não sei se isso é certo... — gaguejei, sentindo minha mente e corpo em conflito.

Ele se aproximou, e quando sua mão pousou na minha cintura e outra na minha nuca, senti meu corpo inteiro ceder. Seus olhos estavam fixos nos meus, tão intensos que pareciam enxergar tudo o que eu tentava esconder.

— E por que não seria certo? — ele murmurou, os lábios tão próximos dos meus que minha respiração falhou.

Antes que eu pudesse pensar em uma resposta, ele uniu nossos lábios. Nossos lábios se encontraram em um toque hesitante, quase tímido, mas em questão de segundos, tudo mudou. O beijo, inicialmente desajeitado, transformou-se em algo tão intenso que parecia carregar o peso de tudo o que nunca havíamos dito. Era como se nossos corpos, nossas almas, finalmente tivessem encontrado o que buscavam sem saber. 

A língua de Taehyung encontrou a minha, explorando com uma mistura de urgência e devoção que me deixou sem fôlego, mas ainda sim, gentis e delicados. Cada movimento seu era um convite, uma promessa silenciosa de que ele me queria, de que me precisava, tanto quanto eu o queria. 

Minha cabeça girava. Não era apenas um beijo. Era um turbilhão de emoções cruas, de desejo, de carinho, de necessidade. Não havia problemas, medos ou dúvidas. Havia apenas nós dois. Taehyung. Eu. E o fogo que consumia tudo entre nós. 

For You / VMinOnde histórias criam vida. Descubra agora