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Mais dois dias se passaram e eu ainda não sei quem colocou essa criança no meu quarto

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Mais dois dias se passaram e eu ainda não sei quem colocou essa criança no meu quarto.

Safira tá ficando maior, sem cao, a menina parece tá comendo fermento. Na verdade fermento eu sei que ela não tá comendo, mas o resto da casa ela ta, a mina tá comendo mais que eu.

Também tá virando o xodozinho desses puta. Morte e Piaba vieram aqui no morro essa semana e quando viram a menina só faltaram derreter. Yure eu nem vou comentar, esse aí é outro, e a pirralha ama essa paparicação toda.

-Que foi dinda?- Yure fala quando ver ela toda emburrada sentada no canto com os brinquedos- o que tu fez pra menina Baiano?

-Deixa de putaria Yure, porra- digo já puto, já basta os problemas do morro me estressando.

-Putaria não, quero saber o porque a minha afilhada está com essa carinha- ele pega ela no colo e ela deita no seu peito.

-Eu não sei Yure, ela ta assim des de cedo.- ele senta na poltrona e começa a ninar a menina- já descobriu alguma coisa?

-Não, normalmente ninguém ver o rosto dele, ele rouba pelas costas.- concordo e bufu batendo o notebook com força.

-Temos que descobrir logo quem é esse filho da puta que tá roubando morador, vou matar ele.

-O certo a se fazer.- Yure fala e se levanta.- Ela tá meio molinha, ver se não tá doente, depois passa no postinho- ele me entrega a pirralha que vem pro meu colo sem reclamar.

-Bele.

-Fé ai- ele sai e eu fico com a pequena que tá fazendo carinho na minha barba, sorrio involuntariamente e uma sensação de paz me invade, mas ela dura pouco- Ae- ele entra de novo- Tia Maria, Tia Carla e a neta delas tá aqui pra falar contigo

-Manda entrar- ele assente e não demora muito para as vozes femininas invadirem a sala.

-Boa tarde- Falo e dona Carla que está quase vermelha começa.

-Boa, Luana foi roubada aqui no morro, que isso em Baiano?- ela cruza os braços e eu quase ri com a senhora de meio metro brava.

-Tu viu a cara dele?- levo meus olhos pra a morena mais gata que eu já vi nesse morro.

-Vi, ele era alto, tinha cabelo raspado, era magro, muito magro, os olhos dele são pretos, ele tem um corte na sobrancelha, uma tatuagem debaixo do olho, acho que uma lágrima. Em cima da sobrancelha dele tá escrito, se eu não me engano, sexo e droga- fico surpreso pela descrição bem detalhada, as avós dela olham pra ela.- que foi, eu prestei atenção.

-Você fez perfeitamente bem- pego o rádio, Safira se meche no meu colo tentando descer, coloco ela no chão e chamo Yure pelo rádio.- vou mandar ir atrás desse cara agora.- Yure entra- repete pra ele a descrição e tu vai atrás do cara assim que ela terminar.

Enquanto ela fala anoto no celular também e mando no grupo, se esse desgraçado aparecer em qualquer esquina quero que os meninos me tragam ele.

-Onde tu tava quando foi roubada?- pergunto assim que Yure sai

-Tava indo pra casa, no beco na ladeira- concordo

-C vai ter que ficar aqui por um tempo, pra quando forem trazer o cara tu confirmar ele, bele?- ela concorda- senta aí.

-Podem ir se quiser, daqui a pouco eu vou indo pra casa.

-Tem certeza minha filha?- Dona Carla pergunta e ela concorda.- Cuidado na hora de ir, qualquer coisa arranja algum celular e liga pra gente.

-Tá bom vó, não se preocupa- elas se abraçam e as duas senhoras vão embora.

Volto a trabalhar e então escuto a risada de Safira, levanto o olhar e vejo Safira brincando com a nega das senhoras.

-Qual teu nome mina- pergunto, e ela tira o olhar da pequena e olha pra mim

-Luana- ela responde depois de um tempo. Observo ela novamente, ela é magra, pouco peito, acho que cabe certinho na minha mão e ainda sobra, pelo o que eu consegui observar a bunda dela também não é grande coisa, mas é perfeita para o seu corpo, seus olhos são em um tom claro, não consegui distingui se é verde ou azul. Sua boca é carnuda e os cabelos cacheados deixam a beleza dela melhor ainda de observar, ela parece um anjo, mas com certeza é uma demonia- Perdeu alguma coisa?- ela pergunta sem filtro nenhum e arqueia a sobrancelha.

-Apenas observando, proibido agora?

-Observar ou secar?

-Como você preferir denominar morena- ela solta um risinho debochado

-Morena, que viajem- ela resmunga brincando com a pequena.

-Não gostou do apelido?

-Não, que intimidade eu te dei?- Safira vai pro chão e ela cruza os braços.

-Não preciso de intimidade.- sorrio pequeno amando a forma como ela fica irritada.

-Pois deveria, não é qualquer um que gosta de apelidos

-Não me importo, qualquer coisa me processa.

-Acho que sua ficha já é grande o suficiente para mais um processo

-Não só a ficha é grande diabinha- ela arqueia a sobrancelha.

Antes mesmo dela poder falar a porta é aberta e Yure passa por ela.

-Acho o Zé, tão trazendo ele.

-Ótimo- ela fala- eu quero ir pra casa

-Não tá gostando da minha companhia diabinha?- ela revira os olhos, Yure divide o seu olhar entre nós dois, enquanto ficamos em uma troca de olhar, seus olhos mostram a irritação, e eu estou me divertindo mais do que o esperado com isso.

Meus Presentes Surpresa- Livro 2 da Série: MorrosOnde histórias criam vida. Descubra agora