Hoje eu pensei em você | KageHina

Especial 1K | Alternativo.

Esse capítulo é uma comemoração, não incluído ao resto da história.

Kageyama abriu os olhos, em súbito. Ao despertar-se de seu sono, se deu conta que em momento nenhum havia saído do lugar.

Continuava sentado no banco enferrujado do hospital que abrigava tantas memórias.

Assustado, ele olhou para os lados, reconhecendo o local que estava, parecia que tinha estado ali a tanto tempo atrás, mas ao mesmo tempo, nunca passou por aquilo antes.

Logo ao seu lado, na outra ponta do banco, um garoto provavelmente da sua idade de cabelos castanhos claros quase que loiros e, apesar da melancolia que trazia aquele lugar, ele transmitia uma sensação diferente.

Tobio engoliu em seco. — Hm, desculpa, que dia é hoje?
o moreno perguntou.

Logo o garoto levantou os olhos da revista aleatória que os olhos vagavam pelas páginas para observar Kageyama. Ele ergueu uma sombrancelha ligeiramente, parecendo um pouco confuso.

— Três de julho.
Então esboçou um pequeno sorriso no canto dos lábios. Kageyama reconheceria aquela expressão em qualquer lugar.

Mas ele estava confuso. Não sabia o que estava acontecendo muito menos o que aconteceu. Em um dia está em sua casa, com seu emprego, sua pequena família, e no outro, vendo seu marido provavelmente quinze anos mais novo diante de seus olhos.

O de olhos azuis esfregou os dedos, seu toque era real, não estava delirando. — ... Ah, sim. Obrigado.
ele conseguiu murmurar como resposta.

— Agora é bem cedo. Desde que eu cheguei você está cochilando... está aguardando alguém, sugiro.
o novo menino passou a falar com Kageyama

Através da janela do hospital, o Sol brilhava fracamente, contrastando o azul do céu em tons de rosa. De longe, era possível ouvir o leve cantar de pássaros.

Tobio por sua vez, piscou devagar para o de cabelos claros na sua frente. — É, sim. E... e quanto a você?

Esse de olhos verdes desenhou um sorriso mínimo em sua expressão. — Também.

Agora, Kageyama percebeu que as lembranças de seus últimos anos estavam mais superficiais do que se lembrara, os detalhes estavam oscilando, deixando as coisas menos claras.

Mas a única pessoa que estava ali e tinha algo para explicar era Yoshiaki.

Ele hesitou antes de dizer. — Posso perguntar quem?

— Minha namorada, Chiaji. Na verdade, não gosta de ser chamada pelo nome, prefere Chiki. Ela é de família filipina.
Ele apenas fez uma pergunta com uma palavra de resposta.

— Entendi... — Tobio já não conseguia olhar mais direitamente nos olhos dele, então passou a observar seus próprios pés. Ele definitivamente estava delirando.

O moreno conseguia ver o mais baixo o observar pela sua visão periférica, até notar que parou.

— Desculpa, eu te conheço de algum lugar?
Yoshiaki perguntou.

Kageyama iria responder, até reparar que os detalhes que tanto sabia da vida desse garoto se tornaram embaçados como um espelho no banheiro durante o inverno.