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Hinata, hoje infelizmente, pensei em você.

Ontem a noite, sai com alguns amigos da faculdade para relembrar "quando eramos jovens", mas se formamos esse ano.

Fiquei bêbado, muito bêbado. Quando digo muito, não estou exagerando.

Ao ponto de nem saber como parei em casa, apenas acordei com Satou gritando no meu ouvido, dizendo o quão imprudente eu fui. Nem dei ouvidos, afinal estava de ressaca.

Mas isso não me dá a oportunidade de não ir trabalhar, deixei a molecada correndo em volta da quadra quando peguei meu celular pela primeira vez na manhã, meu coração afundou no peito quando passei os olhos pela tela do aplicativo de mensagem.

Ignorei totalmente 7 mensagens de Tsukishima dizendo que estava louco de cambalear bêbado pela cidade durante a madrugada e ainda fazer seu marido que voltava de um plantão me carregar até em casa. Bem, Yamaguchi sempre foi um bom homem.

Eu havia mandado mensagem para você, Hinata.

Céus, me senti tão tonto que quase desmontei no chão.

Por que depois de todo esse tempo, ainda havia seu contato?

Depois de 40 minutos processando o que aconteceu, tive coragem de pegar o aparelho nas mãos novamente, tremendo.

Abri a mensagem, não falei nada com nada, não entendi quase coisa alguma , exceto por "Ain da näo mee esqqcueci de vose"

Foi o suficiente para bloquear a tela do celular.

Em imaginar que anos atrás, minhas mensagens ainda chegavam até você.

. . .

09 de fevereiro.

Sentado no chão ao lado de uma porta de hospital, me vi chorando.

Não sei em que momento comecei a chorar.

Simplesmente lágrimas escorreram pelas minhas bochechas, sem eu quere-las.

Não me lembro como eu e Shoyo estávamos voltando do treino e o mesmo começou a tossir, tossir muito.

Demorei para notar que cuspia sangue.

Foi o suficiente para meu mundo desmoronar, quando estava começando a construir novamente.

Você desmaiou quando o segurava nos braços, no meio da rua, durante a chuva.

E bem, o que consegui fazer foi lhe trazer para cá, seus pais foram avisados da sua situação.

Me pediram para ir em bora, mas neguei. Não sairia dali sem saber das suas condições.

Não é a primeira vez que isso acontece, foi só mais uma vez.

Lembrar da caluna que Shoyo me deu a algumas semanas fez meu coração se partir mais ainda.

Eu não quero ter que me lembrar de você algum dia, quero estar com você.

De vez em quando, me pergunto se vou conseguir passar tanto tempo ao seu lado.

Sempre afasto esses pensamentos, Hinata sempre me disse que energia negativa é atraída pelos pensamentos.

Se precisar esperar uma eternidade, espero não desistir cedo demais.

Os pais do ruivo estão dentro desse quarto junto dele, faz alguns vinte minutos.

Andei incansavelmente pelo corredor sem rumo, até que me vi parado diante da porta, chorando.

- Está tudo bem com você?
uma enfermeira disse parando ao meu lado.

Limpei as bochechas com o pulso.

- Uhn, sim. Eu acho.
disse, olhando para minhas mãos, ainda sentado.

- Por que não vai para casa? Shoyo está um pouco melhor.

- Não sairei daqui até poder vê-lo.

A mulher murmurou um "sim" e saiu.

Pensei o que estava fazendo da minha vida.

Mas, tive uma resposta quase na mesma hora.

- O amor é cego não é mesmo?
murmurei para mim mesmo. Rindo de leve.

Eu não me lembro em que momento me apaixonei por Shoyo, provavelmente a muito tempo.

Não o conheci da forma mais agradável possível. Se pudesse avisar para o Kageyama de 1 ano atrás que minha vida tomaria totalmente outro rumo pelo garoto que odiava, levaria um tapa bem forte no meio da cara - e uma onda de xingamentos instantâneos -

Quando comecei a o amar tanto? Tanto, ao ponto de sacrificar meus dias ao seu lado, no  seu leito de hospital, levando flores apaixonadas para você?

Inúmeras vezes, você me disse sobre sua morte, e coisas muito relacionadas. Sempre tive vontade de te xingar com isso, mas é preciso paciência para lidar com tudo isso, principalmente com você mesmo.

Quando você me levou em um lago durante um dia exaustivo no verão passado e ficarmos passando simplesmente o tempo, eu deixei escapar que não queria te ver com Kenma Kozume, foi bem derrepente.

Brigamos por um tempo, até você me perguntar: Então porquê não me explica o que está acontecendo? Não me diga que o ama!

Por acidente, acabei escapando.

"Não idiota, eu amo você!"

Como será que eu estaria vivendo se não ao seu lado? Já me perguntei inúmeras vezes.

Por mais que me sinta um inútil de não poder fazer nada em sua questão, amor é a única coisa que consigo lhe oferecer no momento. E é a única coisa que quero que receba de mim.

Entrei no quarto mais ou menos 15 minutos depois, Shoyo dormia gentilmente.

Estávamos mais uma vez sozinhos ali.

Me sentei ao seu lado na cama com cuidado.

Fiquei um minuto inteiro vendo-o simplesmente quieto, odiava o ver tão calado.

Delicadamente, deixei meus dedos sobre sua bochecha, lhe afagando de leve.

Coloquei uma mecha rebelde de seu cabelo ruivo atrás de sua orelha.

Dei um beijo demorado no topo de sua cabeça.

Suas mãos estavam frias, as segurei com força. Como se estivesse com saudades de o tocar.

- Eu queria dizer que amo você por todos os minutos da minha vida.
murmurei. - Quando sair dessa, case-se comigo, Shoyo.
sussurrei depois de um minuto em silêncio.

Desviei o olhar de seu rosto, envergonhado.

Pousei a palma da mão em seu rosto, sentindo sua temperatura, sua pele macia, poderia o tocar para sempre.

Derrepente, o mesmo pressiona minha mão sobre sua pele, para sentir melhor meu toque. Mas não abre os olhos.

Senti uma volta no estômago. Devagar, ele abre os olhos.

Encarei seus belos olhos castanhos iluminados.

Mas tão tristes.

- Como está?
sussurrei, tentando sorrir.

- Com uma vontade incrível de dizer que amo você, todos os minutos da minha vida.
ele sorriu de lado, leve.

Me encolhi de vergonha, nunca me senti tão constrangido na minha vida.

- Eu poderia te beijar agora.
ele disse, quase como um sussurro, mas com um riso na voz.

Não hesitei em mandar a vergonha para o ralo e selar meus lábios devagar nos seus belos e macios.

Uma peça do meu coração se junta toda vez que entro na sua presença.

Hoje eu pensei em você | KageHinaOnde histórias criam vida. Descubra agora