Sentimentos?

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Era uma manhã ensolarada, e eu estava ansiosa para estudar física na biblioteca da escola. Afinal, eu ia estudar com Oliver. Assim que chegamos na biblioteca, começamos a revisar os conceitos complicados de física, mergulhando nos livros e cadernos. Oliver explicava cada detalhe com paciência, e eu me sentia cada vez mais admirada pela sua inteligência e dedicação aos estudos.

Em um dado momento, um lápis caiu no chão e rolou para debaixo da mesa. Sem pensar duas vezes, me abaixei para pegá-lo, mas acabei batendo a cabeça na quina da mesa. A dor pulsante me fez fechar os olhos por um instante, e quando os abri, vi Oliver ao meu lado, preocupado. Ele se aproximou, pegando minha mão delicadamente e examinando a região machucada. Com um sorriso gentil, Oliver me ajudou a me levantar e me levou até a cadeira, onde me fez um curativo improvisado com um lenço que tinha no bolso.Enquanto ele cuidava de mim com tanto carinho, eu me sentia envolvida por uma sensação de conforto e proteção. Suas mãos eram suaves e atenciosas, e seu olhar tinha um brilho especial, como se estivesse vendo algo além da simples amizade que tínhamos.

Naquele momento, entre curativos e olhares cúmplices, eu pude sentir meu coração bater mais forte e minhas bochechas corarem. E foi ali, naquele instante de cuidado e conexão, que percebi que talvez o sentimento que nutria por Oliver fosse muito mais do que uma simples amizade. Mas então eu balanço minha cabeça afastando os pensamentos irracionais. Ele só era gentil porque éramos amigos. Não posso ver coisas onde não existe nada. Não posso afastar meu único amigo por causa de um sentimento bobo…

Mais tarde estávamos na aula de educação física, o sol brilhando forte no céu enquanto nós nos movimentávamos pelo campo. O professor havia dividido a turma em equipes para uma partida de Queimado e eu me juntei a Oliver na esperança de pelo menos termos alguma chance de sobreviver à competição.

Enquanto tentávamos desviar das bolas em chamas lançadas pelos adversários, eu avistei uma garota solitária parada perto do canto do campo. Por um segundo me vi nela. Ela usava roupas pretas e maquiagem escura contrastando com o verde dos olhos. Meu coração bateu mais rápido quando percebi que ela estava do meu lado, sem fazer parte de nenhuma equipe.

Com um gesto rápido, chamei-a para se juntar a nós, esperando que pudéssemos formar uma aliança improvável e enfrentar juntos os desafios do jogo. Para minha surpresa, ela aceitou prontamente, um sorriso tímido surgindo em seus lábios pintados de preto. Senti uma faísca de esperança surgir dentro de mim, a sensação de que talvez, juntos, pudéssemos ganhar. Enquanto o jogo avançava, nossa equipe se mostrava fortalecida pela presença da garota gótica. Ela se chamava Agatha e era ágil e esperta, desviando das bolas com graça e habilidade, enquanto Oliver e eu nos esforçávamos para acompanhá-la. Nossa química era surpreendentemente boa, uma mistura de determinação e trabalho em equipe que nos impulsionava para a vitória.

Quando chegamos aos momentos finais do jogo, éramos os últimos em pé, enfrentando os últimos adversários com tenacidade e coragem. O sol estava forte, tingindo o céu de tons de laranja, enquanto nos preparamos para o último arremesso decisivo. Com um movimento rápido, a garota gótica lançou a bola com precisão, acertando em cheio o último adversário. Um grito de vitória ecoou pelo campo, misturado com nossas risadas e sorrisos de alívio. Nós tínhamos vencido o jogo, e talvez  aquilo nos tornasse amigos no futuro. Bom, eu esperava que sim. 

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