Confession

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Regulus acorda nos braços de James na próxima semana. Ele pensa, em sua névoa doentia, que talvez isso seja uma má ideia. Mas então James o envolve em um abraço tão dolorosamente doce que ele esquece todo o resto.

Até que a febre passe e ele consiga andar novamente. Tudo meio que o atinge de uma vez. Sua condução até aqui enquanto estava mortalmente doente, seu carinho patético e seu pedido de desculpas meia-boca, seu murmurado "te amo".

O estômago de Regulus embrulha. Ele falou demais. Ele admitiu que amava James.

Seu pânico faz suas mãos tremerem. James é legal demais. Ele é muito legal. Ele não tem a capacidade de dizer não a ninguém, e Regulus praticamente se jogou no outro garoto. Porra, porra.

"Reggie? Você está acordado?" James pergunta atrás de Regulus. "Você quer que eu pegue água para você? Como você está se sentindo?"

Regulus fica tenso e James pode sentir isso. Ele lentamente solta Regulus e os dois garotos sentam-se um de frente para o outro. O rosto de Regulus está queimando. Talvez por vergonha, talvez por constrangimento, mas provavelmente uma mistura de ambos. James percebe imediatamente.

"E-me desculpe, James. Eu deveria ir." Regulus murmura enquanto sai correndo da cama e pega suas coisas.

"O quê? Não, ei, você ainda está doente." James se levanta, as sobrancelhas franzidas de preocupação.

"Não, não, não, me sinto um milhão de vezes melhor. De volta ao novo, na verdade."

"Regulus, sente-se, você mal consegue andar direito."

Regulus estremece, sentindo suas mãos começarem a tremer. Ele pode ouvir a voz de sua mãe em sua cabeça.

Nunca mostre a eles suas fraquezas. O amor é uma fraqueza, Regulus. Você nunca pode se permitir cair nesses sentimentos incômodos.

Por que ela ainda tinha que aparecer em sua mente o tempo todo?

"Reggie, ei, sente-se." James diz, abaixando a cabeça para que eles fiquem na altura dos olhos.

Regulus morde o lábio inferior com tanta força que ele quebra. "James..."

James suspira. Ele estende as mãos para descansar nos ombros de Regulus. "Está tudo bem, seja o que for, está tudo bem."

"Não está." A voz de Regulus falha.

Eu te amo.

"Ei, não faça isso. Pare com isso." James estende a mão para enxugar uma lágrima que caiu no rosto de Regulus.

Eu te amo pra caralho.

"Eu não posso-" Regulus engasga com as palavras.

"Por favor, apenas fale comigo, querido." James implora, sua voz rouca de emoção.

Eu te amo muito. Você é bom demais. Estou sujo.

"Não é falso." Regulus sussurra, tão baixo que ele nem tem certeza se disse isso.

James ouve. Há uma pausa muito longa, tão longa que Regulus percebe seus próprios batimentos cardíacos. James enrijece. "O que?"

"Nada disso é falso para mim."

"Regulus, o que você está dizendo?"

"Estou dizendo que esse relacionamento não é falso para mim. Acho que nunca foi. Mas você... você é bom demais, James. Você é bom demais para mim."

"Isso é um monte de merda."

"Não é!" Regulus diz bruscamente. "Estou errado. Se você está em cima, então eu estou em baixo, você é água e eu sou óleo, você é o sol e eu sou... a porra de um buraco negro."

Blinding Lights - Starchaser Onde histórias criam vida. Descubra agora