"Dito as palavras com afinco, e logo depois o sangue de um soldado se espalhou pelas árvores e pela relva. O poder está se espalhando por todo o meu corpo, saindo por cada fio de cabelo, pelas pontas do meu dedo, pelos meus poros. E a raiva se mistu...
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É estranho a gente estar sempre esperando por alguma resposta o tempo todo. Querendo saber o que acontece depois. Querendo saber porquê estão passando por aquilo naquele momento. Sempre correndo atrás, estudando pelas respostas, lendo livros. E elas realmente podem receber inúmeras respostas, mas tem coisas que não podem ser respondidas, e talvez nem entendidas, Tem coisas que só acontecem para te destruir, deixando você abaixo do chão, coberto por lágrimas de dor. Essas coisas nunca serão respondidas nem compreendidas.
Coisas como: o garoto que apareceu em meus sonhos e na visão de Anissa, eu ter conseguido controlar fogo sem nem pensar, apesar de ter esse elemento correndo em minhas veias, mas como eu poderia ter puro fogo me controlando, isso seria impossível.
Antes eu mal conseguia controlar terra e água, que são os elementos mais fáceis. Era difícil demais controlar o movimento da água, e era difícil demais tentar controlar onde as pedras iriam parar com um único movimento de mãos. Fogo e ar são níveis elevados demais para que jovens menores de vinte anos possam começar a treinar. Mas agora parece que todos os elementos vivem dentro de mim forte demais, porém inúteis. Tem algo dentro de mim. Que cresce cada vez mais. Forte e poderoso.
Esses pensamentos me fazem passar a noite inteira dentro do meu quarto, sem nem piscar os olhos, imaginando coisas que podem acontecer a qualquer momento. Minha mente não parava de processar imensas coisas, a todo momento um novo cenário aparecia. Eu observava a lua cheia ao topo, também pensando nos lobos que poderiam estar correndo livres pelas florestas do mundo inteiro, também imaginando que eu poderia matá-los sem nem fazer o mínimo esforço.
Enquanto sonho de olhos abertos não percebo ninguém chegar perto de mim até que ela toca os meus ombros, tomou um leve susto, e com isso meus poderes se descontrolam, fazendo uma pequena jarra de água que mamãe deixou no meu quarto quebrar, deixando apenas seus estilhaços, um grito baixo escapou de mim e depois um suspiro, tentando me acalmar. Levanto os meus olhos e vejo Anissa e Sabrina, minhas duas irmãs, me encarando horrorizada.
— Ai meu Deus, gente. Não chega desse jeito. Batam na porta antes de entrar. — Me levanto do batente da janela, ajeitando as minhas roupas.
— Desculpa... a gente veio avisar que os anciões estão querendo falar com você. E provavelmente é algo urgente. — Sabrina diz, a mais nova de nós três. — Eu ouvi atrás da porta, e eles sabem que está com você. — Caminho até ela, interessado no que ela tem a dizer. — Mas eles não falaram o nome enquanto eu estava lá. — Passo por elas, saindo do quarto rapidamente. As meninas me acompanham a passos rápidos. — Eles são assustadores, então tem que tomar cuidado com o que vai falar, irmão. Qualquer coisa que você fale pode se tornar uma arma para eles. Principalmente se você falar que usou feitiço proibido. — Paro e me viro para ela, curioso.
— Feitiço proibido?
— É o que eles acham que você, e que, provavelmente, você foi possuída por um demônio... — meu olhos se arregalam imediatamente, tentando entender o que está acontecendo. — Não sou eu que estou dizendo.
