𝕮𝖆𝖕𝖎𝖙𝖚𝖑𝖔 𝖘𝖊𝖎𝖘

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Eu sinto como se estivesse constantemente voando em direção ao inferno, mas as asas estão cansadas demais e acabam parando de bater, deixando com que eu caia

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Eu sinto como se estivesse constantemente voando em direção ao inferno, mas as asas estão cansadas demais e acabam parando de bater, deixando com que eu caia. O vento quente passando por cada fio de cabelo meu, as pequenas partes de meu corpo ficando incineradas, fracas. Eu fecho os meus olhos com a intenção de diminuir a dor do baque com o que quer que a esperança me cause. Mas no inferno não há esperanças. Tudo o que você tem no inferno é a dor do seu pecado.

E qual é o seu pecado?

Sentir que está sempre caindo, mas nunca realmente chegando ao chão. Recebendo o baque de uma vez por todas. Talvez essa seja a sentença do diabo para algumas pessoas, a ansiedade de receber o pior a qualquer momento. Ele deixa você sentir o corpo doer, a alma ficar dilacerada, o sangue escorrer, quando na verdade tudo está em seu mais perfeito lugar. Apenas mais uma ilusão em um mundo ilusório.

— Precisa sair da própria mente às vezes. — A voz de Jayden adentra os meus ouvidos, me tirando rapidamente de meus devaneios. Viro para ele, sorrindo fraco, cruzando os braços em frente ao peito, meio impaciente.

— O que você estava falando?

— Você foi chamado para ir ao cemitério. — Ele diz simplesmente, colocando as mãos dentro do bolso da calça, que atenua perfeitamente a sua cintura fina. — E como sabe, não tem a opção de recusar. — Reviro os olhos, me afastando um pouco dele e me encostando no batente da janela. Coloco alguns fios rebeldes do meu cabelo para trás, soltando um suspiro frustrado. — Eu vou com você, eu vou estar lá para quando você precisar. — Levo meus olhos aos seus, procurando algum sinal de fraquejo, mas a única coisa que encontro é... verdade. A mais pura e dolorosa verdade. Um sorriso de verdade aparece em meu rosto, enquanto eu me desencostar da janela e caminhei até ele.

— Eu não preciso de você lá, mas é legal saber. — Dou um sorriso irônico e passo por ele, saindo da biblioteca.

Caminhamos rapidamente por entre as lápides, o vento frio passando por cada fio de cabelo meu. Jayden caminha atrás de mim, observando cada bruxo que aparece no local, e eu logo começo a fazer o mesmo, percebendo que eles estão me encarando mais do que eu gostaria. Levanto o queixo, caminhando a passos firmes.

Quando chegamos a enorme igreja no fundo do cemitério respiro fundo, e logo o cheiro de morte adentra as minhas narinas, fazendo com que eu tenha vontade de vomitar. Sinto uma mão tocar a minha cintura, e o pequeno toque faz com que eu um arrepio se espalhe por todo o meu corpo, quando elevo o olhar eles colidem com as íris escuras de Jayden. Um sorriso gentil está em seu rosto, fazendo com que o meu coração fique menos acelerado.

— Vai ficar tudo bem.

— Elas querem me matar.

— Todos querem. — Ele sorri ainda mais, e aperta a minha cintura respectivamente. — Mas eu vou estar aqui fora. Não vou deixar nada acontecer com você. Não importa o que seja.

Entre Espinhos e FogoOnde histórias criam vida. Descubra agora