ℭ𝔞𝔭𝔦𝔱𝔲𝔩𝔬 𝔮𝔲𝔞𝔱𝔯𝔬

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— Isso é uma puta babaquice

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— Isso é uma puta babaquice. — Resmunguei, ajeitando o sobretudo que Jayden insistiu em comprar, falando que os meus pareciam velhos – o que me deixou furioso.

— Eu sei, mas você não tem escolha.

— Jura? — Debocho, acenando e sorrindo levemente quando uma bruxa passou ao nosso lado, com um olhar irado, e pelo que eu acho seja por conta da presença de Jayden, em uma festa somente de bruxas. — Eu odeio isso. — Digo, entre um sorriso falso que abro para todos, enquanto adentramos o cemitério, que Jayden me explicou que somente é enterrado bruxas. — Quanto tempo tenho que me torturar?

— Acho que umas 2 horas, que é o tempo de fazer o sorteio, depois vamos embora. — Ele coloca a mão dentro do bolso, fazendo o rosto sério de sempre. Um gemido frustrado me escapa e começamos a caminhar, adentrando ainda mais a festa.

Todo o cemitério está decorado de rosas vermelhas e panos brancos, meus olhos imediatamente, a música instrumental, porém animada, se espalha por todo o cemitério, e eu tenho certeza de que todo o local esteja enfeitiçado para que nenhuma pessoa que não esteja dentro desse lugar possa escutar, até porque no caminho para cá, eu não escutei nada. Adentrando mais o local, para uma área sem nenhum túmulo ou lápide, consigo ver as pessoas dançando animadamente.

— Isso é entediante.

— Você gosta dessa palavra?

— Quê?

— "Tediante". Você fala muito isso. — Olho para ele, confuso, vendo que ele está sorrindo.

— Olha... é só uma palavra... realmente eu gosto dessa palavra. É elegante e divertida ao mesmo tempo. Não sei. As vezes eu só falo ela sem nem perceber. — Exponho, me sentando em uma mesa vazia, cruzando as pernas, Jayden se senta logo à minha frente, me estudando. — E você? Qual é a palavra que você gosta de falar? — Me inclino para frente, olhando fixamente para ele, colocando a minha cabeça nas costas das mãos.

— Eu não sei...

— Vai, deve ter alguma. Pensa um pouco. — Ele parece reviver as memórias, abaixando o olhar e cruzando os braços logo depois que acha.

— Não é uma palavra. É uma frase.

— Qual?

— "Eu te amo". — Nesse momento o tempo parece que para. Seus olhos estão fixos em mim, de uma forma tão intensa que faz todo o ar do meu pulmão se esvair, e toda vez que tento desviar o meu do dele algo me faz voltar. Simplesmente não consigo desviar. — Eu falei isso muitas vezes para você. — Ele começa, abrindo um sorriso nostálgico. — Em todas as suas vidas. Eu sempre dava um jeito de falar isso.

— Hum... é que...

— Deixa eu terminar.

— Nossa, eu só pedi uma palavra e isso está se tornando numa palestra. — Ironizo, dando um sorriso sem graça. — Vai, pode continuar.

Entre Espinhos e FogoOnde histórias criam vida. Descubra agora