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Eu corria rápido, sentia os galhos e folhas da floresta chicotearem meu corpo, lágrimas quentes desciam sem parar, meu pulmão ardia implorando por ar, minhas pernas doíam como se estivessem prestes a se quebrar. Tudo estava escuro e eu tentava em vão enxergar aonde eu estava indo, até que tive um vislumbre de feixes de luz pelo canto do olho. Parei de correr e me virei na direção da luz.
-Venha pra mim, amor_uma voz masculina aveludada, atraente e em tom misterioso.
instintivamente corri em direção aos feixes de luz com esperança de encontrar o dono da voz.
-Eu estou aqui, amor_ele continuava a dizer.
A luz ficava cada vez mais forte, até que tudo ficou branco, não enxerguei mais nada, fechei os olhos com força quando parei de correr e senti braços frios e fortes me rodeando.
-Não tenha medo, eu vou proteger você.
Me senti completamente segura, uma sensação de conforto da qual nunca tinha sentido, meu coração se aqueceu com a presença do homem e rapidamente retribuí o abraço sentindo ele me apertar mais a si. Abri meus olhos e tive que erguer a cabeça para encontrar o rosto dele, era um homem alto e musculoso com olhos vermelhos brilhantes e cabelos loiros em um tom escuro, seu rosto era perfeitamente simétrico. Seus olhos deveriam me assustar, mas me trouxeram calma, me senti hipnotizada por ele. Uma de suas mãos deixou a minha cintura, me fazendo sentir falta do seu toque, ele ergue até minha bochecha secando uma lágrima que ainda estava ali.
-Você precisa vir pra mim, acorde e venha pra mim, amor_ele encosta sua testa na minha_Eu preciso de você.
Acorde, Aurora
Acorde...
Acorde...
*sonho off*
Abri meus olhos, sentando rapidamente na cama, minha respiração estava descompassada e meu coração acelerado. Eu senti uma imensa sensação de vazio, sentia falta dos braços dele ao meu redor, sentia falta do conforto e segurança que ele me passava, da sensação que ele me causava no peito e de ter suas orbes vermelhas fixas em mim. Quem é ele? Ele sequer existe?!
-Ei, meu amor, calma_ouvi a voz doce da minha mãe me fazendo olhar pra ela enquanto a mesma acaricia meus cabelos_me desculpe, Aury, não quis assustar você, você passou a noite arrumando as malas e acabou caindo no sono agora.
Sua feição era preocupada, mas mantinha um sorriso doce nos lábios. Antes que eu a respondesse a voz do meu padrasto se fez presente.
-Não demorem, irei apenas colocar as malas no carro_ ele diz passando pela porta do meu quarto.
-Vocês sabem que não precisam ir, não é?_Renée diz me puxando pra perto.
-Nós queremos ir, mãe, eu sinto tanta falta do papai_falo tentando a convencer.
