Quando cheguei ao apartamento de Zoe com o resto dos meus homens, estava furioso. O capanga que deixei de vigia estava parado na porta, parecendo nervoso. Eu não estava com paciência para desculpas.
— Senhor, eu... — ele começou a falar, mas antes que pudesse terminar, agarrei-o pelo colarinho e dei um soco nele.
— Você só tinha uma porra de tarefa para fazer, caralho! — rugi, vendo a expressão de dor e medo no rosto dele.
— Senhor, eu só fui ao banheiro e quando voltei a porta estava... — ele tentou explicar, mas meu sangue fervia. Dei outro soco nele, mais forte desta vez.
— Por que não pediu reforço? Por que não fez na porra da calça, porra? — gritei, a raiva borbulhando dentro de mim.
A porta do apartamento de Zoe se abriu e, ao olhar para dentro, entendi imediatamente porque meu capanga estava esperando do lado de fora. Zoe estava só de lingerie, os hematomas e arranhões ainda visíveis em sua pele. Meu coração deu um salto, a preocupação misturada com a raiva que eu já sentia.
Entrei no apartamento, os olhos fixos em Zoe. Ela parecia frágil e forte ao mesmo tempo, uma combinação que sempre me surpreendia.
— Zoe, você está bem? — perguntei, a fúria em minha voz suavizando um pouco ao ver sua condição.
— Eu estou bem, Tyler. — ela respondeu, a firmeza em sua voz me impressionando, apesar da situação.
Me virei para o capanga novamente, mas antes que pudesse dizer qualquer coisa, Zoe interveio.
— Pode me ajuda? — Disse ela, sua voz calma, mas firme.
Eu estava furioso, mas sabia que Zoe estava certa, não era hora disso, ainda. Me virei para os meus homens, minha expressão dura.
— Reforcem a segurança. Quero um relatório completo sobre quem eram esses desgraçados que atacaram Zoe. E vocês — Apontei para dois dos meus capangas. — Fiquem aqui e certifiquem-se de que nada mais aconteça.
Voltei minha atenção para Zoe, minha raiva sendo substituída por preocupação genuína. Eu sabia que a vida que levávamos era perigosa, mas algo em mim sabia que precisava protegê-la, não importa o custo.
— Vamos cuidar desses machucados. — disse, tentando esconder a vulnerabilidade que sentia ao vê-la tão machucada.
Depois que ajudei Zoe a cuidar dos machucados, ela acabou adormecendo no meu colo. Fiquei ali, acariciando suavemente sua cabeça, enquanto uma mistura de sentimentos me invadia. A fúria pela tentativa de sequestro, a preocupação com sua segurança e algo mais profundo que eu ainda não conseguia nomear. Quando Zoe começou a se mexer e abriu os olhos, um leve sorriso cruzou meu rosto.
— O que faremos agora? — ela perguntou, a voz ainda um pouco sonolenta.
— Vamos achar quem fez isso, não se preocupe. — respondi com firmeza.
— Eu não posso continuar aqui, Tyler. Acha que é o único rico que eu roubei nessa cidade? — Ela deu uma risadinha forçada.
— É por isso que sabe lutar? — perguntei, tocando de leve em um de seus machucados já tratados. — Uma mulher tão linda e delicada, nunca imaginei que soubesse se proteger tão bem. — Sorri ligeiramente, admirado com sua coragem e audácia.
— Eu não sou uma amadora como pensa. Sei que vacilei quando não te investiguei a fundo antes de te roubar. Eu trabalho sozinha, Tyler. Não tenho vários homens para me defender quando preciso. Às vezes os homens acabam me subestimando, e é por isso que eu sei me defender bem. — Ela se levantou, a determinação em seus olhos.
— Pegue algumas coisas, você vai para minha casa. — Admirava ainda mais sua força e resiliência. Ela era uma guerreira, uma sobrevivente. Levantei-me também e a encarei com seriedade.
— Tyler, eu não preciso da sua proteção. Eu sei me virar sozinha. — Zoe hesitou por um momento, avaliando a seriedade das minhas palavras.
— Eu sei que você sabe, Zoe. — Respondi suavemente, mas com firmeza. — Mas enquanto houver uma ameaça, eu não vou arriscar. Não posso deixar que algo aconteça com você.
Ela olhou para mim, e por um momento, vi a vulnerabilidade por trás de sua fachada dura. Lentamente, ela assentiu e começou a juntar algumas de suas coisas.
Enquanto ela se preparava, aproveitei o momento para ligar para meus homens e coordenar a segurança. Eu não podia permitir mais deslizes. Quando voltei para a sala, Zoe estava pronta, uma pequena mochila nas costas.
— Vamos. — disse, segurando sua mão. Ela olhou para mim, um misto de relutância e gratidão em seus olhos.
Quando chegamos ao meu carro, abri a porta para ela e esperei que entrasse antes de me acomodar no banco do motorista. Enquanto dirigia pelas ruas da cidade, senti a tensão no ar diminuir um pouco. Zoe estava segura, pelo menos por enquanto.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Código de Redenção
Romance[+18]Na sombra dos arranha-céus urbanos, um mundo oculto de segredos digitais e alianças sombrias prospera. Zoe, uma hacker habilidosa, vive uma vida dupla, mergulhando nas profundezas da rede para realizar trabalhos obscuros enquanto esconde sua ve...