Capítulo 12

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Aviso: este capítulo contém cenas explícitas ( +18).

Os beijos carinhosos que antes viajavam pela pele de seu pescoço, agora tornavam-se em um beijo profundo e lento, cheio de sentimento e calma. Degustavam, de fato, não só o gosto de chocolate e conhaque, mas também a ternura, a confiança e a paixão borbulhando entre eles. 

Kelvin tinha a cabeça levemente inclinada para trás enquanto deixava-se ser beijado, sem controle, apenas ancorando-se na nuca de Ramiro e acariciando os cachos que se encontravam ali. Uma das mãos sentia os músculos da mandíbula contrair e relaxar enquanto se beijavam. O cacheado tinha uma mão em seu rosto enquanto a outra o segurava firmemente contra o corpo. 

Submersos em uma redoma intimista, que os escondia do mundo feio e inibidor da realidade. Naquela troca, o toque dos lábios, as mãos acariciando os rostos e inocentemente passeando pelo corpo falavam mais do que todos os vocábulos do dicionário. Desde o princípio, as palavras não foram suas principais formas de comunicação. Não quando existiam olhares, provocações, observação, arte e toque. Principalmente o toque. Especialmente a arte. 

Até porque, que arte poderia ser mais sublime que amar? Amar verdadeiramente, da maneira que conseguirmos e pudermos? É justamente pelo amor, puro e visceral, ser tão raro, que torna-se uma obra prima a cada vez que alguém o descobre. 

Amor pode transformar tantas coisas consideradas irremediáveis, embora não seja a solução de vários problemas. Paradoxal, dolorido, doce, quente, confuso, assustador, desejo, sonho, irreal, cego, inconstante, estável, seguro, perigoso…

Tantos outros adjetivos poderiam ser usados para definir o amor. Ramiro e Kelvin poderiam até adicionar alguns, se não estivessem tão ocupados amando. Talvez não fosse a palavra correta para ser usada, mas rotular sentimentos nunca seria a melhor das escolhas. 

Separaram os lábios, ainda os roçando. Narizes encostando, bocas entreabertas e dividindo o ar que saía delas. Mais próximos que podiam, agarravam-se um ao outro como se fossem a última pedra que os impedisse de cair do penhasco. Ancorados juntos, decidindo um destino único e selado pelo novo beijo que se iniciava. 

Uma lágrima solitária desceu pelo rosto de Ramiro, tomado pela sensação avassaladora que era estar apaixonado. Apaixonado, sem conhecer Kelvin muito bem, mas em coração não se manda. Era a primeira vez que era arrebatado desta forma, onde, mesmo sendo livre para ir embora e não enfrentar o mundo, escolhia ficar.

Ao sentir a lágrima em sua palma, Kelvin afastou-se lentamente, olhando bem para seus olhos antes de beijar a delicada lágrima que estava prestes a se perder na barba. Sorriram, completamente bêbados em seus sentimentos. 

— Eu sinceramente acho que este é o prelúdio do céu. — Kelvin sussurrou, não medindo suas palavras enquanto aproximava seus lábios aos de Ramiro — Quando eu ver os portões dourados, irei implorar de joelhos para quem quer que seja para que entres comigo. 

— E se eu estiver no inferno? — Também sussurrou, acariciando o rosto belo e corado. 

— Então que eu queime com você. 

Consumidos pela paixão, que aos poucos se expandia até tornar-se em faíscas, beijaram-se novamente,  sentindo o desejo crepitar no baixo ventre. Os dedos pálidos tracejam o pescoço de Ramiro antes de remover o terno xadrez que tanto o valorizava. Foram ainda mais esguios para desabotoar, um por um, cada botão da camisa branca, revelando o peito forte e a pele sedosa e quase dourada sob a luz baixa. 

Ramiro, por sua vez, enfiou as mãos por baixo da camisa de Kelvin antes de ir até o cós de sua calça e desabotoar, encerrando o beijo para beijar a mandíbula, descer pelo pescoço e mordiscar a pele. Com um suspiro, o ruivo tirou seu terno azul  e o jogou para algum lugar à sua frente. Não se importava se era um tecido caríssimo, apenas queria agarrar as costas de seu homem e arranhar a pele suavemente. 

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