Capítulo 3

21 5 0
                                    

Era insuportável ouvir o barulho deles na cama da mamãe, eu e Patrick nos olhávamos constrangidos, e obvio que não poderíamos fazer qualquer barulho, tínhamos que aguardar eles saírem para sairmos também.

- Eu quero ir embora, eu me meti em uma roubada sem fim, primeiro perdi uma aposta, depois pego você e o Ramon transando, agora seu irmão... eu deveria ter ficado em casa e estudado. - Sussurrando.

- Você acha que gostei da ideia de ter você aqui, ainda mais por que perdeu uma aposta. E pior, você me viu com o Ramon...

Patrick colocou a mão em minha boca e com a outra colocou na sua insinuando silêncio.

- Oliver, eu ouvi alguém conversando, meu Deus, será que tem alguém aqui.

- Claro que não, deve ser alguém no corredor.

- Se for a B? Ela sumiu da festa, ela deve estar chorando aqui por conta do Costelo, ela não queria que ele viesse, ela odeia ele!

Patrick me olhou constrangido, como se fosse um intruso aqui. Eu não tenho reação, é verdade o que ela disse, eu só não queria que ele tivesse ouvido dessa maneira.

- Eu tenho certeza que a Brookie deve estar lá em baixo, com os convidados, ela não ia chorar por ele, ela não chora por nada, nunca. Vamos para o meu quarto, talvez você se sinta mais à vontade lá.

Eles saíram e bateram à porta com força.

- Eu vou para casa, não quero mais passar por algo constrangedor.

- Deveria ir mesmo. Promete que não vai falar nada?

- Eu não quero nem lembrar da cena de vocês dois e muito menos do Ramon correndo pelas escadas.

Revirei meu olhos, eu havia esquecido de como o Ramon foi um canalha, espero que ele compense da próxima vez que nos encontramos.

Saímos do quarto com muita cautela para não sermos vistos. Paramos no corredor e olhei para o Costelo e falei firme:

- Eu não te odeio, apenas acho você irritante.

- Pois eu te odeio, Brookie, você é louca!

Quando nada podia piorar mais, ouço a Donna e o Oliver gritando meu nome.

- Brookie, que merda é essa.

Eu tive um susto e deixei meu lençol cair, eu estava nua e com o Costelo do meu lado, ele corou imediatamente, Oliver correu para socar ele e ele veio para trás de mim.

- B o que você está fazendo com ele? Você me disse que odiava ele.

Eu apanhei o lençol do chão e me enrolei novamente, meus olhos grilaram, as palavras não saiam e toda a cena realmente dava para entender outra coisa.

- E-eu... n-não sei.

Olhei para o Costelo para ver se ele dizia algo, e ele disse, a maior atrocidade que já ouvi.

- Estamos namorando?

- O que? - Eu falei olhando.

- O que? - Falou Donna e Oliver em coro.

- Não queríamos contar, pois está muito recente.

- É claro que esta, só tem uma semana de aula, porque não me contou B?

Hughes está me julgando como se eu tivesse cometido um crime terrível, mas ela estava com meu irmão, e eu tenho certeza que ela não me contaria, nunca.

- Bom, todos temos segredos... não é?

- Não, não temos, eu não escondo nada de você. - Donna falou irritada.

- Eu vou matar esse moleque.

- Chega, eu vou para casa, falo com você amanhã BabyLove. - Patrick falou e saiu rindo.

Esse cretino me meteu em uma roubada gigantesca, como que eu vou dizer que eu não estou namorando com ele, eu estava nua com um lençol porque estava com o Ramon, fui pega pelo Patrick, que nos escondemos no banheiro porque vimos a Donna e o Oliver, eu estou ferrada.

- Pensei que odiasse ele. - Falou Donna incrédula.

- Acredite, eu odeio cada dia mais! Vou para o meu quarto, hoje teve muita confusão.

Bati a porta do quarto e comecei a refletir essa noite, eu nunca tinha entrado em uma confusão assim, como eu vou fazer para sair? Não faço ideia. E me chamar de Babylove, ele só pode estar tirando com a minha cara. Demorei para adormecer, o barulho era terrível.

Acordei no dia seguinte exausta, ao me levantar senti uma pontada de dor de cabeça, eu não devia ter bebido tanta tequila, sai do quarto e vi que todos haviam ido embora, exceto a Donna, ela estava na mesa do café tomando café.

- Conseguiu dormir? - Perguntou ela.

- Depois de rolar muito pela cama, eu consegui.

Fui colocar café para mim, eu precisava voltar a vida.

- B... Eu e seu irmão... nós...

- Não precisa concluir a frase.

- Eu só quero ser honesta com você, não há segredo entre nós.

Me sinto uma péssima amiga, ela realmente me conta tudo, até pensei que ela não fosse contar do meu irmão. Mas não consigo contar que fico com o Ramon casualmente, que o Patrick me viu com o Ramon, depois nos escondemos no quarto e ouvimos a Donna e o Oliver nas preliminares, e que é mentira esse namoro com o Patrick, tudo que consegui dizer foi:

- Cuidado com o Oliver, eu tenho medo de que ele possa ferir os seus sentimentos.

Isso é verdade, meu irmão é um bad boy nato, não quero que ele a magoe.

- Não está com raiva?

- Depois da noite de ontem, eu acho que você devia ter raiva de mim, e só mais uma coisa, não faz mais nenhuma aposta com o Costelo.

- Claroooo, não faço raiva a seu namorado, agora me conta, quando ele te pediu em namoro?

- Ontem, antes de vocês aparecerem, mas acho que vou terminar com ele segunda, isso é um erro enorme.

- B, ele é gato, gostoso, nerd, nossa você está com tudo.

Com tudo de cabeça para baixo, isso sim.

- Que tal irmos fazer compras? Eu precisa de um casaco novo que vi na Gucci.

Nós fomos, não tínhamos muito o que fazer, o sábado todo ficamos fazendo compras e no domingo fiquei estudando para a prova de álgebra, eu sou péssima em matemática, mas é péssima mesmo, e a maior problema seria encontrar o Patrick Costelo na segunda e acabar com esse namoro fajuto.

O dia amanheceu lindo, o sol brilhava, mas dentro de mim havia uma tempestade, mamãe havia chegado no domingo à noite e contou como foi sua viagem incrível com o papai.

Peguei o carro e fui para o colégio, nas primeiras aulas eu não tinha visto o Patrick, até que no segundo tempo fiquei sabendo que estava tendo treino no time de basquete e fui lá na quadra. Abri a porta da quadra e fui desfilando até onde todos estavam, sem camisa e suados.

- Patrick Costelo, preciso falar com você, agora!

Todos param o jogo e ficaram me olhando, Patrick corou de vergonha e me olhou, tenho certeza que ele preferiria estar morto.

- Brookie, você não pode atrapalhar nosso jogo. - Falou Ramon furioso.

- Eu não estou falando com você, Ramon. - Eu sinto o ódio da cara dele. - Estou falando com o Costelo. - Revirei os meus olhos e andei até o Patrick.

Ele estava morto de vergonha.

- Venha comigo agora ou eu faço um show aqui!

Não esqueçam de dar a estrelinha e comentar, isso ajuda na divulgação 🤩✨

Conexões Onde histórias criam vida. Descubra agora