CAPÍTULO 20 - Cicatrizes

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Para se curar
você há de
chegar à raiz
da mágoa
e abraçá-la até o talo
-KAUR, Rupi

POV SAM

Meu corpo estava ardente, meus movimentos eram soltos e eu me sentia livre.

Jogo meus cabelos para trás e deixo minha face, pescoço e peitoral completamente expostos para que ela se perdesse em mim, seu olhar me incendiava.

A cada batida da música, meu corpo correspondia com um movimento sincronizado e ligeiramente intencional, ela estava hipnotizada. Eu me movia como a cobra, mas quem estava encantada era ela, me seguindo com os olhos, como se tentasse me consumir pelo olhar.

Mordo meu lábio inferior e o solto delicadamente, deixando-o úmido. E apenas de lingerie eu me aproximo mais e finalmente me sento no colo dela.

I say fuck it when I feel it
Eu digo foda-se quando eu tenho vontade
'Cause no one's keeping tally
Porque ninguém está marcando o placar
I do what I want with who I like
Eu faço o que eu quero, com quem eu gosto
I ain't gon' conceal it
Não vou esconder isso
While you talking all that shit
Enquanto você fala toda essa merda
I'll be getting mine, getting mine
Eu vou pegar o que é meu, pegar o que é meu
Don't apologize for my behavior
Não peço desculpas pelo meu comportamento
If you're offended, I don't care
Se isto te ofende, eu não me importo
Staring at me 'stead of staring in the mirror
Olhando para mim ao invés de se olhar no espelho
(Tally - BlackPink)

Sem deixar que me toque, eu danço sobre ela olhando diretamente em seus olhos, vendo o quanto ela me desejava. Eu saboreava esse momento. Se me perguntarem, eu diria que não sou sensual, mas com ela... Bom, com ela eu sentia que podia ser o que eu quisesse ser, não havia vergonha, não havia medo, não havia pudor.

I do what I want with who I like
Eu faço o que eu quero, com quem eu gosto
I ain't gon' conceal it
Não vou esconder isso
(Tally - BlackPink)

Passo meus braços em volta da cabeça dela e capturo os lábios. O beijo era urgente. Ela agarra minha cintura e eu o pescoço dela, subindo minhas mãos para as mandíbulas a fim de conduzir o beijo, enquanto ela me puxava cada vez mais para ela. Mon me queria tanto quanto eu a ela. Nossas línguas não brigavam, elas se entrelaçavam e buscavam formas de se tocarem cada vez mais, nossos lábios deixavam apenas uma fresta para o oxigênio entrar quando o ar faltava. Trocamos de lado para não nos separarmos definitivamente. Ela me queria e eu a ela, nós nos queríamos e nesse beijo nos afogávamos.

Meu corpo fazia pressão sobre o dela e ela me puxava cada vez mais, já havíamos acabado com cada fresta entre nossos corpos, poucas coisas indicavam que de fato não éramos um só ser.

Eu não parava de rebolar sobre ela e a cada movimento meu ela gemia baixo sobre meus lábios, isso só me instigava a continuar mais e mais. Era um ciclo, eu rebolava, ela gemia, eu rebolava mais, ela me puxava, eu mordia o lábio dela, ela gemia, eu rebolava... E assim seguíamos nessa volúpia.

O cheiro dela me embriagava, ela estava em toda parte e eu queria morar nesse momento. Meus dedos estavam entranhados nos cabelos dela e me permitiram apertar ainda mais o beijo que ela não resistia. Eu queria ela, precisava dela.

-Mon... - Eu separo milimetricamente nossas bocas, apenas para me fazer ouvir, com as nossas testas unidas. A respiração ofegante pelo esforço e carga emocional - Eu... te amo - A resposta dela foi imediata. Ela me tomou em seus braços, soltando a minha cintura para me fixar a ela segurando-me pelas minhas costa, apenas nossas lingeries estavam entre nós, nossos abdomens estavam colados, assim como nossas bocas e os corações que há muito já eram um só, batendo tão velozes quanto as asas de um beija-flor.

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