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CHAPTER FOUR

No lugar errado, na hora errada.

LIZ COOPER

— Bom dia, Liz! — Lexie sorri para mim.

Como alguém pode estar de bom humor em plena segunda feira?

— Bom dia... — me sento ao lado de Rue e esfrego os olhos, sonolenta.

— Nossa... Você está com uma cara péssima! — a cacheada comenta.
— Talvez seja porque eu, de fato, estou péssima.

Passei o domingo em casa, pressionado gelo nos hematomas para que melhorassem mais rápido.
Meu rosto não ficou marcado. Ele é esperto, marca apenas onde é fácil de cobrir.

— O que houve?
— Pensei que o combinado era que eu dormisse na sua casa depois da festa de sábado. Mas você simplesmente sumiu.

— Desculpa, Liz. O Ash chegou e eu tive que vazar. Não podia arriscar trombar com ele.
— Então trate de pagar o que você deve. Assim, quem sabe, das próximas vezes você lembra que não está sozinha na festa.

— Credo, que mal humor, hein! Desculpa. E se isso te deixa feliz, eu vou pagar minha dívida hoje. Ao menos, metade.
— Bom, mesmo.

Massageio as têmporas, com um suspiro dramático.
— Estou exausta...
— Como foi seu domingo?
— É... Entediante.
— O meu também.

Ela bate as pontas dos dedos na mesa repetidas vezes, me observando.
Ela quer alguma coisa.
— Fala de uma vez!

— Você promete não ficar brava?
— Ah, lá vem... O que você quer?
— Você não vai gostar dessa ideia.
— Fala logo.

— Você quer ir comigo na casa do Fez depois da aula?
— Fez? Aquele traficante?
— É! O ruivinho gente fina!

— Aquele garoto vai estar lá?
— Vai... — ela coloca um sorrisinho amarelo no rosto.
— Negativo! — quase berro — Eu não vou.

— Liz, por favor!
— Nem pensar! Aquele garoto é insuportável!
— Por favor, Lizinha! — ela une as duas mãos, com um beicinho chorão — Por favor!

— Não, Rue. Me desculpa, mas eu me recuso. Imagina só, ter que dialogar com ele mais uma vez? Tô fora!

— Pelo amor de Deus, Liz! Eu preciso que você vá comigo! É questão de necessidade!
— Por quê?
— Como assim "por quê"? Você conhece o Ashtray! Esse garoto está me caçando há semanas! Se eu aparecer lá, ele vai me matar. Eu preciso de uma testemunha!

— Testemunha?
— É! Se você estiver lá comigo, ele vai te considerar uma possível testemunha.
— Não acho que a minha presença vá fazer diferença.
— Mas faz! Vou pagar metade da dívida e tenho uns assuntos pra tratar com o Fez.
— Rue...

— Por favor! Eu juro que te pago um sorvete.
— Com que grana? Você está devendo, sua tonta!
— Mas eu pago quando tiver!
— No caso, nunca.
— O que importa é a intenção, não é?

— Rue!
— Por favor, por favor, por favor! — Ela repete. Me irrito com a insistência e concordo.
— Uh, está bem! Mas é rápido. Você paga e a gente larga fora! Entendeu?
— Beleza. Entendi!

𝒀𝒐𝒖 // ᴀsʜᴛʀᴀʏOnde histórias criam vida. Descubra agora