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CHAPTER FIVE

— Como é que você tem meu número?

LIZ COOPER


Ashtray me arrasta para fora quarto, me empurrando para a sala.
Posso jurar que seus olhos transmitem diversão.
Ele deve estar ansioso para me ver levar um sermão, principalmente de Fezco.

Quando chegamos aos sofás, me sento de frente para ele, que me encara descontente, roçando a ponta dos dedos na barba.

— O quê eu disse pra você e Rue? — ele pergunta.
— Que era para ficar em silêncio no quarto.
— E o que vocês fizeram?
— Você quis dizer o que ela fez.

— Nem vem com essa. Você também saiu do quarto! — Ashtray diz.

Fecho os olhos, suspirando.
Calma, Liz.
Não parta para agressão.

— Eu mandei vocês duas ficarem dentro do quarto, porra! E vocês fizeram o contrário!
— Eu só tentei ir atrás da Rue! Ela saiu correndo!
— Vocês acham que eu tô de brincadeira?
— Não! — protesto — Mas não fui eu! Foi a Rue!

— Ela passou correndo bem atrás daqueles dois imbecís! E você estava alí, no meio do corredor! Vocês duas tem merda na cabeça?
— Eu chamaria de burrice! — Ashtray fala.
— Foi a Rue! — reclamo — Ela sim, tem merda na cabeça.

Fezco apoia os cotovelos nos joelhos e se inclina, respirando fundo para se acalmar.
— Liz, quando eu mandar você ficar no quarto, você precisa obedecer. Não importa se Rue saiu ou o quê... Eu sei que ela é maluca da cabeça e só faz merda. Já estou acostumado. Mas os tipos de cara com os quais lidamos aqui... Não é brincadeira.

— Eu sei. Foi mal. Eu só não sabia o que fazer... Tentei segurar ela.
— Se tiver uma próxima vez, eu recomendo que você fique no quarto e me obedeça. Não interessa se Rue saiu, ela se põe em risco sempre.

Ashtray se joga no sofá ao meu lado.
— Se não fosse por mim, você podería ter se ferrado muito. — ele diz — E eu ainda não ouvi meu agradecimento.

Reviro os olhos.
— Obrigada.
— O quê? Não ouvi direito...
— Obrigada!
— Ah, não me parece agradecida o suficiente...

— E o que você espera que eu diga? Oh, obrigada, herói Ashtray, por ser tão corajoso e bondoso e salvar a minha vida?
— É... Tipo isso.
— Nem pensar.
— Chega, vocês dois. — Fezco se levanta, recolhendo as drogas da mesa de centro e levando até uma mochila preta no canto da sala.

Aahtray cruza os braços.
— Ué... E o sermão dela? Você falou muito pouco!
— Não vai ter sermão. Eu já disse o que precisava.
— Uh, que sem graça... Pensei que a coisa fosse ter um pouquinho mais de emoção!
— Fica quieto! — resmungo.

— Não estou falando essas coisas pra brigar com você, Liz. Mas o Rato é perigoso. Esse cara tem uma obsessão maluca com mulheres jovens. Se ele visse você...
— Desculpa — murmuro, envergonhada.

— Só... Se acontecesse alguma coisa, eu e Ash não teríamos como impedir. Entende?
— Entendo.
— Você é o padrão dele, Liz. Não pode ficar na reta.
— Sobre essa obsessão dele... Vocês já presenciaram?

Eles sabem ao que estou me referindo. Se já presenciaram algum tipo de abuso desse cara para com menores.
Os dois se encaram, agora a diversão de Ashtray se dissipa e ele se mexe inquieto.

— Esse cara é um pedófilo nojento. — Ashtray murmura. E não fala mais nada.

— Já tivemos que encontrar ele pessoalmente.
— Na propriedade dele — o mais novo acrescenta.
— Ele alicia menores. Garotas. Oferece algum tipo de recompensa, leva pra lá, entorpece e o restante da história você já deve imaginar.

𝒀𝒐𝒖 // ᴀsʜᴛʀᴀʏOnde histórias criam vida. Descubra agora