Capítulo 22

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Clarissa

Uma semana depois

Meu telefone começa a tocar na mesa de cabeceira, mas eu o ignoro e coloco um travesseiro sob minha cabeça. O toque para, apenas para recomeçar um minuto depois. Eu gemo, alcanço a maldita coisa e atendo sem olhar quem está ligando.

– Eu te acordei, criança?

Sento-me na cama, instantaneamente acordada.

– Varya?

– Eu preciso falar com você. Posso passar?

– Claro, vou te mandar o endereço por mensagem.

– Estarei aí em uma hora então.

– Varya, o que está acontecendo? É... Ele está bem?

– Sim. Por enquanto, pelo menos. Conversaremos quando eu chegar lá.

Um sentimento ruim se forma no meu peito enquanto olho para o meu telefone. Algo está errado, eu sei disso. Corro para o banheiro para tomar banho e me trocar. Estou recolhendo os pincéis e os esboços descartados que se espalham pelo chão da minha sala quando ouço a campainha.

– Que porra ele fez agora? – Eu pergunto no momento em que Varya entra.

– Eu gosto do cabelo, kukolka. Verde fica bem em você. – Ela me beija e sorri, mas não alcança seus olhos. – Vamos sentar.

Eu a levo para a cozinha, sirvo duas xícaras de café que fiz mais cedo e me sento na cadeira em frente a Varya. Ela desliza o copo em sua direção e o segura nas mãos, olhando para o líquido dentro.

– Você pode, por favor, voltar?

Sua pergunta me atordoa, e por um segundo, eu a encaro sem palavras.

– Eu não vou voltar. Nós nos divorciamos há três meses; Você sabe disso.

– Jimin começou uma guerra com os italianos. Ele fez isso de propósito. Eles estão brincando de gato e rato há meses, atacando os carregamentos uns dos outros, explodindo armazéns.

– Querido Deus. O que diabos ele estava pensando?

– Ele não estava. Acho que ele queria uma distração, e os italianos foram uma escolha conveniente.

– Um inferno de uma distração. Ele ficou louco?

– Pode ser. – Ela dá de ombros e toma um gole de seu café. – Eu estava lá quando ele assinou os papéis do divórcio, você sabe. Acho que até aquele momento ele acreditava que você voltaria eventualmente. Mas depois de assinar esses papéis... ele simplesmente surtou. Duas semanas depois, ele enviou os caras para interceptar um dos carregamentos dos italianos. E ele foi com eles.

– Ele fez o quê?

– Ele disse que era porque precisava ficar de olho em Jungkook, e eu assumi que era uma coisa única. Não foi.

– Eu pensei que um pakhan deveria lidar com a organização, gerenciar negócios ou qualquer outra coisa, não bancar o soldado de infantaria.

– Ele não parece se importar, criança. Você sabe quão grande é em nosso mundo se um soldado consegue matar um pakhan? Aquele que faz isso se torna um herói entre seus pares. Quando são apenas os soldados no campo, é normal, mas com um pakhan lá, ele se torna o alvo principal.

– Varya, eu... Eu não sei o que você espera que eu faça. Ligue para ele e peça para ele parar de agir como um idiota?

– Eu preciso que você volte. Com você lá, ele não será tão imprudente. Ele não gostaria que você se preocupasse.

Cicatrizes pintadas: enemies to lovers (romance da máfia) - Imagine Park JiminOnde histórias criam vida. Descubra agora