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Henrique fala sem parar mil motivos para odiar Hannah enquanto estou com os pés apoiados em seu colo.

Connor bufa exasperado.

- Henrique, nós já sabemos que você não gosta da loira que vive se esfregando em você.

A gargalhada que solto é cortada rapidamente pela expressão séria que o moreno me lança.

Hannah e Henrique se "odeiam", no começo eu pensava que ela gostasse de Connor por ficar se esfregando igual uma puta nele, mas no decorrer dos dias e das semanas percebi que ela não gosta de Connor, ela se quer liga pra ele.

Henrique domina todos os seus pensamentos impuros, e de alguma forma ela tenta provocá-lo causando um ciúme bobo, que em uma pessoa normal não faria efeito, mas nele faz. Coitado.

- HENRIQUE, TÁ BOM - grito exasperada - NÓS ENTENDEMOS QUE VOCÊ ODEIA ELA!

Escuto o som da risada maravilhosa de Connor e sinto meu corpo arrepiar, a vontade de ser o motivo das suas gargalhadas me incomoda fazendo algo se revirar em meu peito.

Sinto um tapa em minha coxa exposta e gemo de dor.

- Porra Henrique.

- EU NÃO GOSTO DELA !

- EU ENTENDI PORRA!

- Você vai na festa sexta ? - me pergunta na maior cara de pau como se não tivesse me batido e gritado horrores comigo minutos atrás.

- Tô querendo não.

- Ahhhh, vamos vai - chacoalha meus braços - se você não for o Connor não vai, então não vai ter graça de ir sozinho.

Arqueio uma sobrancelha na direção de Connor que já me fitava com um brilho no olhar.

Merda.

Observar aqueles olhos cristalinos me encarando com devoção destroça meu coração.

Engulo seco.

- Ou - Henrique suspira - Lilith?

Desvio minha atenção de Connor e encaro o moreno que carrega uma carranca.

- Oi meu bem - o respondo.

Ele gargalha.

- Não me chama assim - diz em um tom convencido abanando as mãos.

- Porque ?

- Seu cachorro morde - antes de terminar sua frase, Henrique se desmancha em gargalhadas de sua própria piada, me junto a ele sem saber o porquê ao certo.

- Tá bom - seco uma lágrima que ameaçou escorrer de meus olhos - Eu vou, e meu cachorrinho vai comigo.

***

Andando pelos corredores infinitos me distraio em meus pensamentos, volto a realidade quando esbarro em alguém.

- Desculpa, eu não te vi - me desculpo o mais rápido possível, mas cesso minha educação quando vejo que a pessoa que esbarrei foi Hannah.

Sua pupilas dilatadas me tomam a atenção.

- Sai da frente sua vaca - esbarra com seu ombro em mim.

Seguro seus braços e a empurro para uma sala pequena, escura e estreita, escuto sua respiração se elevar, consigo sentir seus batimentos devido a força de meu aperto.

Tranco a porta.

- Mas que porra garota - ela diz em um suspiro trêmulo enquanto eu a encurralo contra a porta ficando centímetros de seu rosto.

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