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Enquanto caminhamos Henrique faz um tour comigo.

- E a biblioteca? - balanço minhas sombracelhas enquanto o encaro.

- Por aqui - viramos pra esquerda em um corredor.

Ele abre a porta e a surpresa invade minhas feições.

- Uau - coloco a mão na boca - É de fuder - digo em português.

- Que língua Maia é essa Lilith? - olha em minha direção com o cenho franzindo.

- Eu sou brasileira - sorrio.

- Ahh, tá explicado.

- Pera, o que tá explicado?

- Nada, vamos - coloca seu braço entorno do meu ombro e me guia pra fora de lá - Só falta o refeitório, mas daqui a pouco a aula vai começar, então vou te levar pra sua sala.

- Tá bom, fazer o que ? Não tenho escolha.

- Você já tem sua grade de aulas né?

- Tenho.

- Ótimo, quando o sinal do intervalo soar me espera aqui na porta que eu te levo até o refeitório. Um concelho, nunca use o banheiro do primeiro andar.

- Porque ?

- Sem mais perguntas, não entre.

- Tudo bem. Ei ? - digo olhando e tirando seu braço em volta do meu ombro.

- O que ?

- Primeiro, porque caralhos todo mundo está me encarando como se eu estivesse pelada ? Você é tipo aqueles Zé droguinha? Ah, ce não vai entender, como fala mesmo ? - coço minha cabeça tentando lembrar a palavra - Ahh lembrei, você aqui é aqueles fuck boy popular que todo mundo tem medo? Isso explica o tamanho.

- Calma - gargalha - Você fala muito, Zé droguinha ? Que que é isso garota ? Quer saber esquece. E não, eu não sou um fuck boy.

- Porque eles tão te encarando então? Você cumpriu 2 anos de prisão?

- Não, Cala a boca e vai pra sua sala Lilith - me empurra em direção a uma porta.

Fico imóvel e tiro suas mãos de mim.

- Me fala cara, eu preciso saber em quem eu tô confiando, vai que você é um serial  killer né ? Ou o filho do dono da máfia - gargalho novamente - Cara, eu tenho que parar de ler dark romance.

- Não é nada disso, é só que ninguém nunca me vê andando com uma garota.

- Ahhhh, entendi. Bom vou indo nessa né  porque eu não quero ser assassinada pela suas fãs obcecadas, até nunca mais meu kirido - aceno e entro na sala.

Quando entro a sala ainda está vazia, sento em uma das últimas carteiras da fileira perto da janela.

Aos poucos as pessoas vão chegando, entretanto minha atenção fica somente na tela de meu celular.

Escuto passos de salto ecoarem perto de mim.

Finalmente olho para frente e vejo a mesma loira de mais cedo me encarando.

- Meu. lugar. Vaza - diz pausadamente.

Olho na mesa, de baixo dela e não encontro nada.

- Ué, não tem seu nome nela - coloco o indicador na boca fazendo sinal pensativo.

- Queridinha, você deve ser nova aqui, então vou te dizer só uma vez - faz o mesmo sinal pensativo que eu - Fica fora do meu caminho, você não vai querer se meter em encrenca.

O Meu Vizinho Onde histórias criam vida. Descubra agora