♤ CHAPTER EIGHT ♤

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Uma semana após meu retorno ao Canadá, marquei um jantar com minha irmã no nosso restaurante favorito

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Uma semana após meu retorno ao Canadá, marquei um jantar com minha irmã no nosso restaurante favorito. Recém-proprietária de um carro, após um verão inteiro dedicado ao trabalho na oficina do nosso querido tio adotivo, Fiorella estava radiante e pronta para mostrar seu novo "bebê".

— Não é linda? — Fiorella acariciava o capô do seu Volkswagen clássico, que parecia ter pelo menos três vezes a sua idade. — Assim que a vi, soube que tinha que ser minha.

— Você ajudou a consertá-la? — perguntei, admirando o trabalho.

— Claro que sim. Troquei a transmissão, os freios, tudo! Só deixei o nosso tio mexer no motor depois que ele praticamente explodiu comigo por tentar fazer isso sozinha. Ele acha que eu vou acabar me machucando — ela revirou os olhos, mas seu tom era de quem se divertia com a própria rebeldia.

Era inevitável não perceber o quanto Fiorella se parecia comigo em sua teimosia e impulsividade. Lembro-me de, quando criança, ter que comprar uma coleira para evitar que ela corresse em direção ao trânsito — Ela nunca realmente abandonou essa natureza obstinada. Ela sempre fazia o que queria e só pedia desculpas depois, como quando decidiu cortar todo o cabelo na sexta série, ou quando subiu em uma árvore aos sete anos e ficou presa lá. Mais recentemente, ela havia descolorido seu cabelo preto e o tingido de azul, o que levou a nossa avó a me ligar e passar uma hora gritando sobre o comportamento rebelde de minha irmã.

— Ela vai ser a minha morte! Ela nunca escuta nem a mim nem ao tio de vocês. Você não poderia conversar um pouco com ela? — suplicou minha avó naquela noite.

Não, eu definitivamente não seria o freio na vida de Fiorella. Ela era uma força da natureza, e eu jamais gostaria de vê-la menos do que ela era. A última coisa que desejava era que minha irmã se tornasse alguém comum.

E, secretamente, eu esperava que ela demorasse a descobrir o mundo dos rapazes. Ela ainda mantinha um espírito meio moleque, algo pelo qual eu agradecia silenciosamente. Mas eu sabia que o primeiro cara que tentasse algo com ela teria que enfrentar o meu punho.

Seu espírito teimoso me fazia pensar em outra mulher igualmente obstinada... Livia.

No entanto, esses pensamentos foram colocados de lado assim que Fiorella e eu adentramos no movimentado restaurante. Era uma quarta-feira, mas o lugar estava cheio de jovens descolados adornados com lenços coloridos. Ali, o cabelo azul de Fiorella não chamava a menor atenção.

— Como foi o casamento? — Fiorella perguntou, apoiando o queixo nas mãos enquanto seus cabelos azuis formavam um contraste vibrante com seus olhos da mesma cor, e enquanto observava, não pude deixar de pensar em como ela se parecia tanto com nossa mãe. Fiorella mal se lembrava dela, já que nossa mãe faleceu quando ela tinha apenas três anos, tendo passado uma pequena parte de nossas vidas em Moçambique desde que nos mudamos quando ela tinha três anos.

O casamento? Qual deles deveria ser o foco da minha resposta? O dos meus amigos ou aquele impensado próprio casamento que, em um momento de loucura, pareceu uma ideia brilhante?

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