♤ PROLOGUE ♤

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Naquela manhã ensolarada em Las Vegas, ao despertar dos resquícios de uma despedida de solteira memoravelmente selvagem da minha prima Camille, encontrei-me numa situação tão inusitada quanto cômica

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Naquela manhã ensolarada em Las Vegas, ao despertar dos resquícios de uma despedida de solteira memoravelmente selvagem da minha prima Camille, encontrei-me numa situação tão inusitada quanto cômica. Aos poucos, conforme a névoa do sono se dissipava, duas realidades me atingiram com a sutileza de um elefante numa loja de porcelana:

1. Eu, Lívia Hidalgo Leblanc, estava aconchegada nos braços de um Adônis contemporâneo, cuja beleza rivalizava com a dos deuses gregos.
2. A identidade desse modelo de perfeição humana era um mistério completo para mim.

Ao sentir o peso do seu braço sobre minha cintura, numa tentativa de prender-me ao leito como se fosse uma princesa em seu castelo, uma parte de mim considerou seriamente a possibilidade de ignorar completamente a situação e me render ao calor confortante que emanava dele. No entanto, dois obstáculos se interpunha nesse idílio matinal:

1. O nome do cavalheiro adormecido permanecia um enigma, um pedaço faltante nesse quebra-cabeça pós-festa.
2. Minha bexiga, em um estado de alerta máximo, clamava por atenção imediata, cortando qualquer devaneio romântico.

Com movimentos dignos de uma comédia pastelão, tentei, de maneira um tanto desastrada, libertar-me do abraço de meu desconhecido companheiro de cama, que, por sua vez, virou-se permitindo minha fuga precipitada em direção ao banheiro. O choque veio ao notar um anel em minha mão esquerda, um símbolo de compromisso que não via desde os tempos turbulentos com meu ex e sua traição escandalosa com Megan, a "amiga".

O que se seguiu foi uma tentativa frenética de reconstruir os eventos da noite anterior, enquanto eu lutava contra os efeitos colaterais de uma ressaca monumental. A aparição de um espelho revelou o desastre de minha aparência pós-rumba: cabelos em desalinho, maquiagem borrada e um semblante que beirava o circense.

Nesse ínterim, a voz grave do Adônis desconhecido ecoou do outro lado da porta, trazendo com ela uma oferta de conversa. A promessa de esclarecimentos pendia no ar como uma cenoura diante de um asno, impelindo-me a enfrentar a realidade.

Após uma transformação rápida e necessária, confrontei meu misterioso companheiro de quarto, que me aguardava com um sorriso capaz de fazer corar até a mais cínica das almas. A estatura dele, embora ligeiramente menor que a minha, não diminuía sua presença; ao contrário, seus olhos azuis e a barba dourada adicionam um toque de charme irresistível.

A conversa que se seguiu oscilou entre a tensão e o absurdo, enquanto tentamos desvendar o mistério da noite anterior. A revelação de nossos nomes assinados em uma licença de casamento foi o ápice de um roteiro digno de um filme de comédia romântica, levando-nos a questionar cada escolha feita sob o véu da embriaguez.

Entre risadas e suspiros, a realidade de que tínhamos, de fato, nos casado (ainda que a memória da consumação desta união estivesse nebulosa) instalou-se entre nós como um elefante na sala, desafiando qualquer noção de decoro e sensatez.

O desfecho dessa saga matinal nos encontrou apressados e incrédulos, às vésperas de participarmos de um casamento verdadeiramente planejado – o de Camille –, em papéis que agora pareciam irônicos: o de madrinha e padrinho, unidos não apenas pela amizade, mas por um laço nupcial inesperado.

Assim, enquanto corria para cumprir minhas obrigações, não pude deixar de ponderar sobre as ironias do amor, do destino e da sorte, especialmente em uma cidade conhecida por suas surpresas: Las Vegas. E enquanto Josh, meu esposo acidental, me seguia, uma única certeza me acompanhava: essa história seria uma para os livros, repleta de risos, lágrimas e, quem sabe, um vislumbre de amor verdadeiro.

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