capítulo quatro: está me convidando para sair, Banes?
chapter song: fireside by arctic monkeys.Ao chegar em casa, naquela noite, Olive não conseguia encontrar seu celular quando abriu sua bolsa para pegá-lo. Ela não conseguia encontrar seu celular. Até mesmo voltou ao estacionamento do restaurante onde havia jantado com Amber, mas não obteve sucesso em sua busca. Então, Olive se contentou apenas em retornar para casa e desempacotar o restante das caixas de sua mudança. Poderia muito bem comprar um celular novo no dia seguinte, depois que saísse do trabalho.
Enquanto tirava seus livros de uma das caixas, a jovem médica encontrou um retrato em que estava com sua família — seu irmão mais novo, seu pai e seu melhor amigo, Max. Sorriu olhando para a foto, sentindo saudades de casa, mesmo sabendo que foi uma boa decisão aceitar a proposta de emprego em outra cidade, longe de casa. Saber que em alguns meses — nas férias do meio do ano — seu irmão, Kai, estaria indo passar algumas semanas com ela, a confortava bastante. Faria com que ela sentisse menos saudades de casa. Seu pai tinha ficado com ela na cidadezinha durante seus primeiros dias da mudança, e a ajudar com algumas coisas, já que era a primeira vez dela se mudando para outra cidade. Sua vida toda havia sido apenas seu pai, seu irmão e ela — e seu melhor amigo que havia se tornado um membro da família dos três após tantos anos frequentando a casa da família Grant. E estar longe deles era um pouco doloroso para Olive.
Mais tarde, naquela mesma noite, enquanto se deitava para dormir. Olive colocou seu despertador para o horário de costume. Ela sempre acordava cedo, pelo início da manhã, para ir à academia e depois fazer sua corrida matinal no parque que ficava em frente ao prédio em que ficava a academia. Por sorte, seu turno de trabalho começava apenas às nove da manhã.
Quando a manhã chegou em Fairfield, o som do despertador soou por todo o quarto de Grant, fazendo com que a morena fosse acordando lentamente até finalmente arrastar-se para fora da cama, andando até o banheiro, onde tomou seu banho matinal e preparou-se para comer a sua rotina da manhã. Preparou-se para malhar, descendo até a cozinha, onde comeu um prato de ovos mexidos com pão e uma xícara de café. Após comer todo seu café da manhã, Olive saiu de casa, andando até seu carro, entrando no veículo e seguindo para a academia.
𓆩𓆪
Olive entrou pela porta principal da clínica, ajeitando sua bolsa no ombro enquanto deslizava o dedo pela tela de seu tablet, olhando para o aparelho. Seu olhar foi para o balcão da recepção, encontrando Amber conversando com um homem alto de cabelos castanhos e um pouco compridos.
— Bom dia, doutora Grant. — Amber disse, abrindo um sorriso para a mais velha. — Eu já deixei sua agenda de pacientes na sua sala.
— Muito obrigado, Amber. — Agradeceu, abrindo um sorriso para a mesma. Virou-se, olhando para o homem com quem a mulher estava conversando anteriormente. — Oh! Agente Banes?
Seu olhar correu por todo o rosto do homem, notando o pequeno corte no lábio que começava a cicatrizar. Keith sorriu para a médica, movimentando a cabeça como um aceno enquanto, por alguns segundos, intercalou seu olhar entre os olhos e boca rosada da nova-iorquina.
— Bom dia, doutora. — A voz de Banes era calma. Olive gostava da maneira calma como ele falava. — Eu... — Deu uma pausa ao sentir o olhar da recepcionista encarando os dois. Pigarreou, olhando em direção à mulher que guardava seu tablet em sua bolsa, pendurada no ombro. — Podemos falar? Em particular.
— Bom dia, Banes. — Olive sorriu na direção dele, concordando com a cabeça. — Claro. Venha comigo, por favor.
Colocou as mãos dentro dos bolsos de seu sobretudo marrom, andando ao lado do agente pelo corredor principal da clínica, que era onde as salas dos médicos ficavam localizadas. Para a surpresa da médica, ao chegarem em frente a porta da sala de Grant, o mais alto levou a mão para a maçaneta, girando e abrindo a porta para que ela entrasse na frente dele.
Um cavalheiro? Isso é novo, pensou.
— Obrigado, Keith. — Sorriu para ele, entrando na sala, colocando sua bolsa no armário próximo a uma estante cheia de livros. — No que posso ajudar?
— Bom... Primeiro. — Ele tirou um aparelho celular de um bolso na parte interna de seu paletó, estendendo em direção a mais baixa. — Acho que isso é seu. — Sorriu a olhando, exibindo aquelas covinhas, que fazia Olive sorrir junto a ele.
Arregalou os olhos surpresa, pegando o celular, apertando o botão na lateral, acendendo o mesmo, vendo sua foto no visor. Era seu celular, o mesmo que estava procurando na noite anterior. Ergueu o rosto, encarando o homem alto, sorrindo agradecida por ele encontrar seu celular e ter levado para ela.
— Muito obrigado mesmo, agente. — Agradeceu mantendo o sorriso em seu rosto, colocando o celular em cima de sua mesa. — Você acabou de me salvar de gastar dinheiro com um celular novo.
Um riso baixo saiu dos lábios da morena, que se encostou na mesa, cruzando os braços em frente ao corpo com seu olhar em Keith, analisando o mesmo por curtos segundos enquanto o mesmo passava sua destra pelo cabelo, colocando eles para atrás da orelha. Olive o achou estranhamente charmoso ao vê-lo fazendo tal ato.
— Encontrei depois que você foi embora ontem. Estava no chão do estacionamento. — Comentou, sorrindo pequeno para ela, colocando as duas mãos dentro do bolso. — Ei. — A chamou, com seu olhar fixo ao dela. — Desculpa, eu sei que isso não vai ser muito profissional, mas, eu gostaria de saber se você vai fazer algo hoje à noite.
— Eu voltei ao estacionamento ontem, mas não consegui achar, porque estava com você. Agora sei disso. — Respondeu, cerrando um pouco os olhos, falando em um tom jocoso. Sua atenção voltou para o rosto dele, sendo pega de surpresa pelo convite feito pelo agente. — Hoje a noite? — Questionou, encarando o rapaz, fazendo uma cara pensativa, pensando se deveria aceitar à aquele convite. — Eu não tenho plano para hoje, mas acho que agora eu tenho. — Soltou um riso baixo, olhando para ele. — Está me convidando para sair, Banes?
— Eu acho que estou. — Inclinou a cabeça para o lado, rindo com ela, negando com a cabeça. — O que você gosta de fazer por aqui?
— Uh! — Uma careta se formou no rosto da médica, que parecia bastante perdida com aquela pergunta feita. — Eu não faço a menor ideia, para ser bem honesta. Cheguei aqui faz poucas semanas. E sinceramente, a cidade não tem muita coisa para fazer.
— Sério? Pensei que você fosse daqui. — Fingiu, já que ele sabia que ela não era dali.
— Sou de Nova Iorque. — Respondeu, balançando a cabeça, virando-se para pegar seu jaleco, tirando seu sobretudo marrom e trocando pelo jaleco branco. — E você?
— Sou de Lawrence, no Kansas. — Disse, observando ela trocar as peças de roupa. — Já estou tomando muito do seu tempo. — Sorriu, pegando seu celular no bolso da calça e estendeu para ela com a tela aberta na discagem de número. — Preciso do seu número.
Olive pegou o aparelho alheio em mãos, discando o seu número pessoal, salvando como: Olive Grant. Devolveu o celular para o rapaz, lhe dando um sorriso simpático e gentil.
— Muito obrigado, senhorita. — Usou um tom formal, mesmo que fosse brincalhão. — Agora, deixarei você trabalhar. Tenha um bom dia.
— Você também.
Após pegar seu celular de volta, Keith deixou a sala da médica, andando pelo corredor da clínica. Aquele corredor tinha uma visão perfeita do salão principal da clínica, assim como era possível ver o balcão daquele angulo. Encontrou Dean no balcão, encostado enquanto tinha uma mão no bolso de sua calça.
— E aí? Descobriu algo? — Perguntou, enquanto os dois começavam a andar para fora do prédio.
— O Scott viu quem assassinou o irmão dele. — Começou a contar as informações, saindo do prédio, indo em direção ao carro, que estava estacionado no estacionamento em frente a clínica. — Só que, ele também contou que após o assassino jogar o irmão dele escada abaixo. A pessoa sumiu, como um passe de mágica.
— Então... Pode ser que seja realmente um fantasma. — O maior disse, pensativo. — Ele disse mais alguma coisa?
— Ele disse que antes do assassino aparecer, ele sentiu o ambiente gelado e que até mesmo saiu fumacinha gelada da boca dele. — Falava, abrindo a porta do carro, entrando e sentando-se atrás do volante. — Isso te lembra algo?
— Fantasmas?
— Bingo, Sammy! — Ligou o carro, arrancando com o carro em direção ao motel em que estavam hospedados.
VOCÊ ESTÁ LENDO
PRETTY LIAR | Sam Winchester
FanfictionEle mentiu sobre a vida dele e acabou se apaixonando por ela. Ela se apaixonou por ele, mas não sabia que ele estava mentindo. 2024 | @maddrust ® all right reserved.