chapter one: can we talk to Mr. Wilton?

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capítulo um: podemos falar como Sr. Wilton?
chapter song | low by the driver era.

Olive passou a ponta dos dedos pelo jaleco novo e bem perfumado. Seu olhar correu pela sala. Tudo estava devidamente arrumado como deveria estar. O nervosismo batia lentamente. Afinal, aquele era apenas sua segunda semana trabalhando naquela clínica — havia sido transferida há algumas semanas após ter trabalhado pelos últimos cinco anos em outra clínica.

A mudança para a cidade nova não havia sido de um todo ruim. Claramente o novo lugar estava lhe fazendo bem, e morar em uma cidade pequena tinha suas vantagens. Sua vida estava mais tranquila, sem a agitação que a grande Nova Iorque proporcionava para ela em seus finais de semana.


O horário de seu turno havia finalmente começado há alguns minutos, e Olive estava encostado no balcão da recepção da clínica, preenchendo algumas fichas inacabadas. A recepcionista lhe entregava mais dois papéis, pedindo que ela analisasse o perfil dos dois pacientes que haviam chegado há alguns dias.

— Tão jovem... — murmurou terminando de ler a ficha, assinando e entregando o papel para a mulher sentada atrás do balcão. — Entregue ao doutor Drew, por favor. Ele é encarregado por este paciente, é bom que ele consiga dar uma olhada nas atualizações da ficha.

Sorriu na direção da recepcionista, que devolveu o sorriso mas levantou o olhar para a porta da clínica, que era aberta, e por ela, dois homens bem vestidos com ternos passavam. Ambos altos, mas o de cabelos longos era o único que parecia ter mais de um e noventa de altura. Olive os analisou por alguns segundos, voltando sua atenção para os papéis que tinha em sua frente no balcão, terminando de assinar, entregando para a recepcionista enquanto os dois mostravam seus distintivos do FBI.

— Agente Smith. — O homem com cabelos mais curtos disse, segurando o distintivo. — E meu parceiro, agente Banes.

O rapaz mais alto deu um pequeno sorriso, que deu para perceber as covinhas que existiam nas bochechas dele, assim como os olhos verdes dele não passavam despercebidos aos olhos da jovem médica.

— Estamos procurando por Scott Wilton. — O agente Banes disse, apoiando suas mãos no balcão. — Soubemos que ele deu entrada na clínica há algumas semanas.

O olhar da recepcionista foi para a médica, que apenas sinalizou com a cabeça, virando-se em direção aos dois agentes, fazendo com que os dois homens a olhassem pela primeira vez desde que adentraram pela porta da clínica.

— Olive Grant, sou a nova médica da clínica. — Cumprimentou cada um, apertando as mãos deles. — Senhores, me sigam, por favor. — Olive pediu, colocando as mãos dentro dos bolsos do jaleco, guiando os dois homens até sua sala. — Imagino que estejam trabalhando em um caso, certo? — Questionou, virando o rosto por breves segundos na direção dos dois rapazes.

— Isso, doutora. — Banes respondeu. — Assumimos o caso faz poucos dias e soubemos que o Sr. Wilton foi internado aqui após o ocorrido com o irmão dele.

Ela abriu a porta de seu consultório, deixando que os dois passassem em sua frente, para que ela entrasse e fechasse a porta atrás de si, andando em direção a sua mesa, onde se sentou na poltrona e apontou para as duas cadeiras em frente à sua mesa, como se pedisse para que eles se sentassem ao invés de ficarem em pé.

— O Sr. Wilton não têm recebido visitas ultimamente. — Comentou, levando seu olhar para os agentes, que a encaravam com atenção, ambos com uma expressão séria preenchendo seu rosto.

— Doutora Grant, ele foi internado logo depois do ocorrido com o irmão dele, certo? — O agente Smith perguntou, ajeitando-se na cadeira, recebendo uma afirmação com a cabeça vindo da doutora. — Será que seria possível que falássemos com ele?

— Apenas queremos fazer algumas perguntas que podem ajudar mais no caso. — A atenção de Olive foi para o mais alto, concordando com a cabeça.

— Acredito que a situação atual dele não seja a mais adequada para ser interrogado. — Suas palavras eram calmas, assim como sua voz soava um tanto suave.

— Olha, doutora Grant... — Banes deu uma pausa quando o olhar de Olive caiu nele. — Nós realmente precisamos falar com ele. É importante para o caso. Talvez ele possa ter algo para dizer que ajude na investigação. — A forma como ele falava, como se estivesse implorando, e o olhar de cachorrinho pidão faria qualquer pessoa liberar a entrada dos dois, mas ela não podia fazer muito, e também não se deixava levar pelo olhar de cachorrinho que o agente de cabelos bonitos fazia.

Fofo, pensou Olive.

— Bom, agentes. Infelizmente, eu não posso fazer muito pela investigação de vocês. O máximo que posso fazer é encaminhá-los para conversarem com o doutor Drew, que é o médico responsável pelo Sr. Wilton. — Disse, esticando seu braço para tirar o telefone do gancho e ligar para a recepção, falando com a recepcionista. — Alô, Amber? Os agentes gostariam de falar com o doutor Drew. Ele está disponível? — O olhar da médica foi para os rapazes em sua frente, que estavam a encarando esperando por uma resposta. — Certo, obrigada.

A ligação finalizou, Olive devolveu o telefone para o gancho e levantou-se de sua poltrona, fazendo um movimento com a cabeça para que os dois homens a seguissem.

— O doutor Drew irá atendê-los.

— Obrigado, doutora Grant. — O maior agradeceu, dando um sorriso gentil para a mulher, que apenas balançou a cabeça.

— Irá precisar mais do que um olhar de cachorrinho pidão para convencer o doutor Drew, agente Banes. — Soltou um riso baixo, abrindo a porta do consultório e virou o rosto ao ouvir o riso do outro agente com o comentário feito pela mulher. — Está vendo? Até seu parceiro concorda. — Sorriu para os dois, e saiu da sala com os dois. — A sala do doutor Drew é a do final do corredor. Boa sorte no caso. Espero ter ajudado.

PRETTY LIAR | Sam WinchesterOnde histórias criam vida. Descubra agora