CRUEL CORAÇÃO - LIVRO 1 - SÉRIE INFIEL - ROMANCE DARK

PRÓLOGO

LEONOR DADUR:

— Você é a vergonha dessa família. – Rosnou meu pai batendo com força contra a mesa e eu apenas rolei os meus olhos, eu tinha engolido muita coisa até aquele momento, porém nada mais me afetava, eu estava vazia e nada que viesse dele era poderia me afetar. — Não conseguiu nem fazer o seu dever direito e dar um herdeiro ao seu marido.

— É um defeito de família, papai. – Ironizei revirando os meus olhos e sorrindo maliciosamente. — Minha mãe não lhe deu um herdeiro homem e você colocou uma vadia qualquer para morar embaixo do seu teto e essa vadia a matou anos depois, acho que eu não sou a única vergonha dessa família.

O bofetão fez com que o meu rosto ardesse e eu cutuquei a minha bochecha com a língua sentindo o gosto de sangue no meu paladar, peguei um guardanapo que estava sobre a mesa e limpei o canto da minha boca.

— Se eu tive problemas por conta dessa agressão irá ter que explicar ao meu marido o motivo do meu rosto estar vermelho e inchado no dia da sua festa de união. – Avisei levantando-me e pegando a minha bolsa. — Não me culpe pelos meus erros papai, meu marido está seguindo o seu exemplo, afinal homens de negócios não são leais, principalmente aqueles que não agem dentro da lei.

Saí do seu escritório antes que nós tivéssemos outros problemas, a secretária me encarou com os seus olhos arregalados, então o estrago no meu rosto tinha sido maior do que o imaginado. Ignorei e apenas entrei no elevador e encarei-me no espelho, nem mesmo com maquiagem eu conseguiria esconder aquele hematoma e isso me traria sérios problemas e possivelmente um castigo terrível, já que Martín não era piedoso, principalmente quando ele assumiria a sua amante mais amada.

— Senhora. – Chamou Xavier abrindo a porta do carro para que eu entrasse. — O chefe entrou em contato, ele precisa que a senhora passe e busque algo na joalheria. É o presente de casamento da senhorita Eva.

— Você conhece o caminho para a joalheria, Xavier. – Avisei cruzando os meus braços e estalando o meu pescoço. — Não queremos que o seu patrão tenha problemas nessa noite, se ele acha que está me humilhando forçando-me a pegar as joias que ele comprou para sua amante está muito enganado. Mais nada que venha dele pode me humilhar.

Vi um brilho de piedade passar pelos seus olhos e apenas descansei a minha cabeça no encosto do carro e fechei os meus olhos enquanto o carro era colocado em movimento. A Capital do México não era mais tão bonita aos meus olhos, tudo parecia cinza e sem graça, quando eu cheguei àquela cidade como uma garotinha de 15 anos pronta para conhecer o meu príncipe encantado tudo ela colorido e bonito, uma cultura diferente, uma cidade quente e cheia de pessoas sorridentes, além de Martin ser um príncipe aos meus olhos. Lindo, inteligente, rico, um homem perfeito, que se tornaria um marido exemplar, o futuro pais dos meus filhos.

Uma bela ilusão de uma garota boba e apaixonada, Martin não era um príncipe, ele era um vilão com rosto bonito e sorriso encantador que conseguia enganar a todos que estavam a sua volta, sua personalidade dócil e gentil era apenas uma fachada para conseguir esconder o seu verdadeiro eu e cativar a todos a sua volta.

— Senhora Dadur. – Cumprimentou-me a gerente da joalheria com um sorriso adorável nos lábios. — Não fomos notificados da sua presença na nossa loja, teríamos separados as joias do seu agrado se tivéssemos sido informados.

— Vim buscar uma encomenda que o meu marido fez. – Avisei vendo os seus olhos se arregalarem. — Acho que você está ciente dessa encomenda, pela sua reação deve ser algo tão extravagante quanto à personalidade daquela mulher.

— Pelo contrario senhora. – Sussurrou ela e eu arqueei a minha sobrancelha. — O senhor Martin pediu para que fosse feito uma copia exata do conjunto que a senhora escolheu para o seu casamento, apenas que fossem usados rubis ao invés das águas marinhas que a senhora escolheu, pensei que fosse um presente para a senhora, já que foi um desenho exclusivo da nossa designer.