CAPÍTULO SETE

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LEONOR DADUR:

— Como a senhora conseguiu expulsar aquela mulher da mansão? – Perguntou Ruth enquanto escovava os meus cabelos. — Nunca pensei que depois daquela cerimonia terrível o signore fosse a mandar embora, não com todos cientes do seu caso.

— Martín não precisa que eu esquente a sua cama, mas ele precisa que eu continue sendo a sua bela esposa. – Ironizei sorrindo maliciosamente. — Então eu começarei a usar o que eu tenho a meu favor para manter o que me pertence. Uma mulher inteligente pode conseguir tudo que almeja Ruth, mesmo estando presa a um casamento de fachada. Prepare um jantar especial, teremos convidados essa noite e eu não quero Martín reclamando que eu estou me desfazendo dos seus companheiros de partido.

— O Capo da Camorra não viria ao seu encontro nessa noite? – Questionou-me ela e eu apenas suspirei negando. — Algo está acontecendo, signora?

— Papà está me dando um gelo por conta do burburinho sobre a amante de Martín. – Respondi colocando os meus brincos. — Algo que eu imaginei que aconteceria quando ele descobrisse, estamos sem proteção italiana até que a sua raiva passe ou ele precise dos meus serviços. Não comente sobre isso com ninguém, se Martín descobrir certamente irá usufruir do seu poder, vamos apenas manter a guarda abaixada e fazer todas as suas vontades.

— A signora é boa demais para aquele monstro. – Resmungou ela e eu apenas dei uma risada levantando-me e pegando o meu casaco. — Já vi mulheres livrarem-se dos seus maridos por muito menos.

— Me livrar de Martín é como assinar um novo contrato de casamento e com alguém ainda pior do que o meu marido. – Afirmei. — Lembre-se sem ele nós estaríamos novamente presas a Camorra e papà não perderia essa oportunidade, casar um filha viúva é mais muito mais difícil do que uma solteira e só me restariam àqueles velhos decrépitos e nojentos que já se casaram diversas vezes, principalmente se eles descobrirem sobre o meu problema com infertilidade.

— Minha boca é um tumulo mia signora. – Afirmou ela. — Xavier já está a sua espera, eu gosto daquele ragazzo, ele protege a mia bambina muito bem, não queremos que o signore reclame dos seus horários, ele afirmou que gostaria de tomar café com a sua esposa todos os dias.

Balancei a minha cabeça negativamente, meu marido odiava fazer as suas refeições sozinho, ele era um homem que costumava estar cercado por pessoas e sempre foi mimado pelos seus pais, com isso todas as suas vontades tinham que ser atendidas no horário certo ou ele acabava ficando nervoso.

— Você parece estar de bom humor, coelhinha. – Comentou ele quando eu sentei-me. — Você nem ao menos esconde o seu entusiasmo.

— O dia amanheceu maravilhoso, caro. – Debochei servindo-me se café e sorrindo. — Por que eu não estaria de bom humor? Pensei que você não criticaria o meu bom humor, afinal me convocou para tomar café da manhã com você. Se está tão incomodado com a minha presença, posso ir tomar café no jardim, certamente eu adorarei um pouco de ar fresco matinal, isso deixaria o meu dia ainda mais radiante.

— Nunca me canso da sua presença, cariño. – Afirmou ele. — Ver o seu belo rosto todas as manhãs faz com que os meus dias se tornem iluminados.

Eu apenas sorri forçadamente e continue a me servir, não costumava comer coisas pesadas pela manhã, fazia mal ao meu estomago, com todas as regras de magreza dentro da máfia as garotas eram proibidas de comerem por longas horas se tivessem acima do peso e eu não era algo alguém magra na minha infância e adolescência, a pressão de carregar um sobrenome poderoso fez com que eu descontasse toda a minha raiva na comida e eu tive que aprender a me alimentar para conseguir equilibrar o meu peso.

CRUEL CORAÇÃO - LIVRO 1 - SÉRIE INFIEL - ROMANCE DARKOnde histórias criam vida. Descubra agora