CAPÍTULO DEZ

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LEONOR DADUR

DIAS DEPOIS:

— A signora tem certeza de que irá a essa viagem com o signore? – Questionou-me Ruth e eu apenas rolei os meus olhos tirando mais um dos vestidos do cabide colocando sobre o puf para que ela o colocasse dentro da minha mala. — Estará sozinha com o senhor por dias, eu temo que ele faça algo contra você, bambina.

— Martín não me fara nada. – Afirmei encarando-a. — Essa viagem foi escolha dele, devemos apenas deixar com que ele aja como um marido pela primeira vez nos últimos meses e alguns dias de férias irão me fazer bem, terei dias bem puxados quando a campanha se iniciar.

— Sabemos que não devemos confiar nessa bondade do senhor, ele deve estar tramando algo de muito ruim para estar agindo de maneira tão bondosa ultimamente. – Resmungou ela e eu apenas dei uma risada. — Não caia nos encantos dele, minha senhora. O signore é cruel e não está disposto a mudar por você e nem por ninguém.

— Eu sei disso. – Afirmei fechando a minha caixa de joias, conhecendo o meu marido como eu conhecia ele certamente nos obrigaria a ir em eventos chiques no país vizinho e eu precisava estar preparada para qualquer situação. — Não tenho mais quaisquer intenção de salvar desse casamento, eu e Martín estamos apenas lidando com o nosso enlace como um negocio, dessa maneira nós dois conseguiremos lidar com nossos problemas da melhor forma.

— Não gosto de vê-la ressentida dessa maneira, mia bambina. – Sussurrou ela deslizando os seus dedos pelo meu rosto. — De todas você foi a única que teve o poder da escolha, sinto-me péssima por não ter estado ao seu lado naquele momento e ajudando-a a decidir quem seria o melhor marido para você.

— Você não teria como mudar minhas escolhas. – Afirmei estalando o meu pescoço e suspirando pesadamente. — Meu destino já estava escrito e Martín é o calvário do qual eu preciso subir e superar, não podemos mexer nos planos de Dio, Ruth. Vamos encerar esse papo sentimental, a muito a ser feito e eu não quero atrasos.

Ela suspirou pesadamente, porém acabou concordando com a minha exigência e eu apenas continue separando as roupas que eu iria levar comigo. Nunca pensei que Martín estaria tão ansioso para aquela viagem, acho que ele estava realmente entusiasmado com a ideia de ser pai e queria propagar o seu gene pelo mundo ou algum plano nefasto estava em andamento e ele precisava estar longe do México para não manchar a sua imagem.

— Senhora. – Chamou uma das empregadas e eu virei-me para encará-la.

— Qual o problema? – Questionei ao ver que ela estava apertando as mãos na frente do corpo. — Meu marido chegou irritado e colocou todos os empregados para correr.

— Todos já estão acostumados com o gênio do senhor. – Afirmou ela. — Os seguranças acabaram de informar que o senhor Henrique entrou na propriedade, ele está acompanhado da sua amante.

— Meu sogro veio fazer uma visita. – Ironizei revirando os meus olhos. — Avise que eu descerei em breve, sirva um café e sinta o clima e depois venha me falar o que você conseguiu capitar na sua pequena interação com eles.

Ela concordou e saiu rapidamente do quarto e eu apenas suspirei voltando-me para Ruth.

— Informe a Martín sobre a visita do seu pai. – Ordenei encarando a minha governanta. — Avise que ele veio sem avisar e que está acompanhado por Esperança, estou pressentindo que iremos ter sérios problemas com essa visita e eu não quero ser apontada como a rachadura no relacionamento da família Dadur.

— O signore Henrique sempre tratou a signora com muito respeito. – Comentou ela assustada com o meu pedido. — Aconteceu algo que está lhe afligindo, mia signora?

CRUEL CORAÇÃO - LIVRO 1 - SÉRIE INFIEL - ROMANCE DARKOnde histórias criam vida. Descubra agora