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Finalmente chegou o grande dia em que irei me livrar desde sentimento assombroso de ser um peso desnecessário para minha família, ou melhor especificar, meus tios, não que eles tenham sido maldosos ou cruéis, apenas deixavam transparecer como minha presença era incomoda, depois que meus pais acabaram por falecer.
O dia fatídico acho que nunca poderei esquecer, estava tudo em chamas, a casa inteira estava sendo destruída diante meus olhos, e meus pai conseguiu me levar para fora antes que as chamas fecha-se todos os caminhos, mas ele voltou para buscar minha mãe, e eles não voltaram, e a casa desabou em meus pés.
E como ainda me restava família, eu fui mandado de tios em tios, mas todos já tinham suas famílias, e mesmo sendo um ato de gentileza, ouvir mais uma pessoa dizer que "será melhor com o outro" doía, não tive ao menos a chance de compartilhar o sentimento de perda com alguém, todos tem as vidas cheias de mais para ao menos chorarem.
E agora fui mandado para a última opção de família que me restava, a única tia que não havia se casado, muitos dos maridos de minhas tias diziam que, com a idade avançada dela, arrumar alguém para se casar seria um objetivo inalcançavel.
Desembarcando do trem segurando toda a minha bagagem, que se resumia a duas maletas de porte médio com peças de roupas em uma e livros e cadernos rabiscados com palavras que em minha mente formavam belas histórias que provavelmente nunca serão lidas.
Esperando encontrar algum conforto em minha única tia que me resta, procuro pelos cabelos ruivos de minhas tia, e não demora muito e eu os encontro, voando contra a minha direção, e ela que já estava em pé e procurando outro cabelo ruivo que com certeza seria o meu me encontra, caminha em passos apressados em minha direção, foi a primeira pessoa que me abraçou desde o que aconteceu.
Não dizendo uma única palavra sequer, apenas me preenchendo com seu calor humano, um abraço, talvez fosse isso que eu tanto precisava nos últimos dias, só um... talvez eu esteja chorando agora, mas só um pouco, e ainda mais quando ela sussurrava as palavras tão doces que eu tanto precisava.
— Meu Bom menino está tudo bem, não precisa ser forte sempre, sei o sentimento que nos corroe por dentro e horrendo, mas dívida ele comigo um pouco. — Ela me acalentou, ali mesmo, ao lado do trem que ainda estava quente de sua chegada.
— Vamos pra casa, farei biscoitos e uma torta deliciosa para nós, de que sabor gosta mais? — Ela me questiona enquanto andávamos até uma carroça que não tinha cocheiro para pilotar, o que me levou a conclusão que ela mesma quem comandava o veículo.
— Meu sabor mais apreciado e chocolate e morango Srta Valantine.
— Oh querido sem formalidades, enquanto estiver comigo, me chame apenas de tia, ou tia Marta, e se depender de mim ficará para sempre.— Ela coloca minhas malas no espaço vago no veículo, e nós dois subimos, nos sentando lado a lado, em um silêncio melancólico.
— O que gosta de fazer em seu tempo livre Antony?
— Gosto de tocar piano, e escrever alguns poemas e histórias, mas não acho que tenha algum valor.
— Querido não diga essas bobagens, todo livro houve um autor por de trás das palavras, a cada poema existiu uma mão que os compôs, se gosta de escrever presumo que gosta de ler também.
— Está correta, eu trouxe alguns livros comigo, eram da mamãe, são muito bons, e as anotações de minha mãe neles são muito cômicas, ja meu pai, bom ,ele não era de ler, ele sempre gostou mais do piano. — Essa foi uma das únicas vezes em que pude falar abertamente sobre meus pais, praticamente nunca havia oportunidades para ser ouvido.
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Because I love you! - Gilbert Blythe
FanfictionDesde a morte de seus pais, Antony Valantine tinha ficado mais tímido ainda, para ser sincero, sempre foi o garoto mais tímido de sua família, com seus irmãos todos já adultos e casados, não havia espaço para ele, então o primogênito dos Valantine o...