006 - Estarei aqui.

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Os dias se passaram normalmente, Eu dei a Gilbert o devido espaço, mas sempre vinha visitá-lo, levando algo que cozinhei com minha tia para oferecê-lo, e claro que nenhuma sobremesa aliviaria a dor, mas eu esperava que minha companhia servisse para algum consolo silencioso, o que me fazia crer que funcionava, isso era tudo o que eu queria quando a tragédia aconteceu.

E hoje era o dia de visitá-lo, cada ação minha parece brutal de mais, até mesmo brincar com ele, o sorriso que era bonito e alegre no rosto dele, era quase sempre melancólico. E eu sempre tentava ignorar as palavras de sarcasmo ou de grosseria que ele lançava para mim, por me importar excessamente com ele eu nunca dei as devidas atenções a essas grosserias.

Por mais que as vezes as palavras magoassem bastante, amarro a cesta com uma fita roxa em um laço e me preparo para seguir o caminho, mas minha tia chega correndo na porta, enrolada em tecidos e quase escorregando na fita métrica que estava presa em seus sapatos.

— Antony! Ainda bem que consegui me lembrar, tenho manias péssimas de me esquecer das coisas.

— Se as suas tortas pudessem falar elas concordaram com a senhora tia.

— Deixe de zombar de minhas habilidades culinárias e me escute, eu terminei o que você pediu para levar a Gilbert. — Ela me entrega uma pequena caixa amarrada com uma fita roxa muito semelhante a da cesta que estava levando, o que será que tem dentro, estou realmente curioso.

— Obrigado tia, deve ter ficado lindo, a senhota — Começo a tentar levantar a tampa da caixa, mas minha tia bate em minha mão não me deixando continuar, e seu rosto estava franzido, então deixei de lado a ideia de olhar o que era, por enquanto.

— Tia!

— Deixe de ser curioso, é só um cachecol, e tem outra coisinha a mais dentro, mas abra apenas quando chegar lá. Leve logo, tenho que tirar essa fita do meu pé!

Coloco a cesta em cima da caixa para facilitar o caminho pelo percurso, o tempo está evidentemente congelante, a neve cada vez mais densa, e eu posso sentir o meu nariz gelado e minhas orelhas também, mesmo eu usando um gorro que minha tia costurou, as árvores já sem nenhuma folha, ou algumas com folhas laranjas.

Quando eu já estava chegando perto da casa de Gilbert eu vi Anne correndo na minha direção, ela acena com a cabeça e faz uma pausa na sua corrida, o que me faz estranhar o que ela faz aqui em um clima como esse, talvez também esteja indo visitar Gilbert, ele me conta que alguns colegas tem feito isso.

— Bom dia Anne, você está voltando da casa de Gilbert, ou está planejando voltar?

— Definitivamente eu não planejo voltar para lá! Existem razoes, eu seria uma péssima esposa e uma delas. — Me pareceu uma justificativa estranha para estar correndo para longe de uma casa.

— Se você diz eu acredito, está correndo para longe por alguma descoberta interior que envolva não se casar?

— Algo parecido, você tem sorte de ser menino, esses problemas de casamento não perceguem você desde o nascimento.

— Nós meninos somos sortudos sim eu admito, mas as mulheres obviamente tem uma inteligência aprimorada, poxa vocês podem ter filhos! Tá aí uma coisa que nós homens não somos capazes. Eu acredito que você Anne, tem um futuro brilhante, você provou na frente de todos na competição de soletrar. Não precisar se casar.

Because I love you! - Gilbert BlytheOnde histórias criam vida. Descubra agora