004 - Meu Senhor Blythe.

126 23 47
                                    

Com o passar dos dias, a obra da casa dos Gillis está praticamente finalizada, apenas nos últimos retoques e acabamentos para garantir que ela ficará perfeita para a família voltar de novo, como eu sei, minha tia tem me pedido que eu vá até a obra observar como ela tem ido e contar para ela, por sorte ou azar, não estou ajudando na reconstrução da casa.

Estou servindo como entregador para os vestidos de minha tia, entreguei a Diana, sua irmã e sua mãe, dois para a garota Ruby que foi vítima do incêndio e perdeu seus vestidos para as chamas, e outro para mulheres que não decorei os nomes, mas os vestidos sempre belíssimos.

Fiz uma pausa das entregas em um tronco de árvore perto da obra, e os dois últimos vestidos antes de ter um tempo livre para escrever e descansar. Junto a pausa também tirei um tempo para comer alguns biscoitos que minha tia fez.

— Fugindo de seu novo trabalho Senhor Valantine? — Acabo por tomar um pequeno susto com Gilbert aparecendo atrás de mim e apoiando a cabeça em cima da minha, o que será que minha tia fez para que meu estômago se sentisse tão estranho quando fico com ele?

— Bom dia pra você também Gilbert.

— Bom dia. Veio ajudar no serviço? garanto que sempre há espaço pra mais um na sujeira da obra. — Ele diz rindo e se senta ao meu lado no tronco da velha árvore, um tanto afastado da intensa obra da casa no qual eu poderia ter sido uma das cinzas.

— Garanto que não, estou apenas fazendo uma pausa, não sou de ferro, é garanto que não sou bem vindo na obra Gilbert.

— Por que diz isso? E claro que você é.

— Bom, não sou surdo isso eu garanto, posso ouvir as mães quando entrego os vestidos, falando sobre o quanto seus filhos dizem sobre eu preferir entregar vestidos a ajudar em um trabalho braçal  e másculo como construir uma casa.

— São só boatos Antony.

— Boatos podem arruinar a vida de uma pessoa sabia, e isso não vai cair bem pra você, o garoto dos vestidos não pode ser visto com Gilbert Blythe, o tesouro no meio de um monte de cobre, não digo isso por que quero ficar longe de você, e por que é verdade.

— Antony não... — Eu pego um de meus biscoitos e coloco em sua boca, assim podendo continuar meu sermão.

— Só não quero que seja privado de alguns prazeres da vida, apenas por que você é meu amigo.

—  E exatamente por isso que não vou deixar que me dê um sermão, por que somos amigos! Não pode se afastar de mim. — Eu podia jurar que havia visto uma pitada de desespero em seus olhos, o que ele estava pensando afinal?

— Errado senhor Blythe! E justamente por sermos amigos que quero o melhor pra você, e garanto que todos os prazeres que você gosta, eu não sou nem um pouco fã.

— Antony!

— Gilbert!

— Continuo achando isso uma loucura é, obviamente vou continuar sendo seu amigo para toda a eternidade, tanto que você vai conhecer meu pai hoje!

— O que!? Hoje? você pirou de vez? Eu não estou em vestes decentes, e eu preciso entregar vestidos ainda!

— Garanto que terá entregado todos em poucas horas, e como estamos nos conhecendo e já sei coisas sobre você que ninguém mais sabe, sei que pediu a sua tia um tempo para passear quando terminasse as entregas.

— Ter você como amigo e uma maldição misturada com benção.

— Que elogio gentil, garanta de estar aqui quando entregar todos, é me esperar para te levar para conhecer o verdadeiro Senhor Blythe.

Because I love you! - Gilbert BlytheOnde histórias criam vida. Descubra agora