5 » 𝙲𝚊𝚙𝚒́𝚝𝚞𝚕𝚘

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—Oque? Não! Como você sabe desse trabalho?— Pergunto e a olho confusa.

—Bom, você sabe, é o Serafim, ele é popular e rico então obviamente vão estar comentando sobre o trabalho de vocês, por mais que não seja nada demais.—Ela diz com simplicidade.

—Que palhaçada, desse jeito era mil vezes melhor ter ficado sem ponto nessa droga de trabalho.—Ponho as mãos na cabeça para tentar pensar em algum tipo de solução e volto a andar para lá e para cá.

—Ei, calma, não fique pensando nisso, você é muito jovem pra ter tantos problemas, você não tem nem quinze anos ainda, você tem que viver, Hécate. A sua vida não está nos livros, procure uma paixão, seja jovem, faça decisões erradas e concerte-as depois, saiba como lidar mas não foque em uma coisa só!—Ela fala com as mãos em meus ombros e parece tão...certa, ela está certa de que eu não posso ficar pensando nisso para sempre e muito menos viver presa aos livros, não é o fim do mundo e eu vou garantir que quando for para a minha vida acabar, eu mesma vou dar um fim nela.

—Obrigada.— Não tenho mais palavras para dizer a não ser obrigada. Ela se afasta pegando algumas coisas e logo sai do quarto.

Vou direto para o banheiro continuar com a minha rotina. 

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Ok, eu acho que vou vomitar, me sinto mal e não consigo focar direito para onde estou indo, diminuo a velocidade de meus passos, minha cabeça está rodando mas eu sei que não é por causa de comida. Eu pensei tanto sobre ter que apresentar um trabalho com o Serafim que acabei ficando muito ansiosa e agora não consigo controlar minha respiração, me apoio em uma parede para tentar regular a minha respiração falha, minha visão está embaçada, eu vou cair, merda. Sinto braços me segurarem no exato momento em que minhas pernas falham na tentativa de me manter em pé. São braços fortes, masculinos, minha vista ainda está embaçada e só consigo ver um borrão preto. Eu tô sonhando ainda? Acho que estou delirando.

—Batman? É você? Sem ofensa mas você não é o meu herói favorito, sabe o Homem-Aranha? Aquele adolescente gatinho faz muito o meu tipo, não me leve a mal mas eu não curto velhotes.— Eu falo meio zonza e apago.


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Sinto uma dor de cabeça muito ruim, é difícil de abrir os olhos mas eu preciso saber onde estou. Abro os olhos lentamente e tento me acostumar com a luz do ambiente, estou na enfermaria.

—O que diabos?—Falo tentando me lembrar do que aconteceu.

—Até que enfim você acordou, já não aguentava mais esperar, eu tive o azar de ser quem te encontrou desmaiando no corredor então facilita pra mim e me responda!— Ele sorri, merda.

—Idiota, por que me trouxe aqui? O que aconteceu? Vai embora!— Eu não sei o que houve mas de qualquer forma eu não quero ele perto de mim.

—Vamos lá, porquinha dorminhoca. Eu tô perdendo o meu tempo aqui com você então me ajude a te ajudar, responde as perguntas e eu vou embora, sim?— Ridículo, desgraçado!

—Faz quanto tempo que você não come?— Ele pergunta curioso e impaciente.

—Que pergunta de merda é essa? Você me viu comer ontem!— Ele tem amnésia?

—Não! Eu digo antes de ontem, quantas horas você ficou sem comer antes de ontem?— Ele diz já estressado, bipolar de merda.

—Horas? Qual é.—Eu rio de sua pergunta, ele realmente não sabe?—Tá bom, vamos acabar logo com isso, cinco dias.— Isso já está me irritando também.

—Cinco dias?—Ele repete o que eu disse para tentar compreender melhor, impressionante, ele não parece assustado, surpreso e muito menos parece que se importa.

—Beleza, você só sai daqui depois que se alimentar corretamente.— Ele diz simples e sai do quarto.

—Oque?!!— Eu grito sem saber o que fazer. Não acredito, mas eu não posso, não quero, não vou, ele não vai me obrigar, eu não me importo de ficar aqui, eu não preciso comer!

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Até que não é tão ruim, acho que vou sair do meu quarto e vir dormir na enfermaria, é realmente bom, não tenho problema nenhum em ficar aqui, ele não vai conseguir me fazer comer nem que eu desmaie várias vezes. Aqui é tranquilo, não tem ninguém para me incomodar. Mas, pelo visto eu sou azarada mesmo. Vejo Serafim se aproximando do quarto pela porta de vidro e viro meu rosto para evitar contato visual.

—E então? Você comeu né? Vamos sair logo daqui.—Ele para ao lado da cama e me espera levantar.

— O que te faz pensar que eu vou comer?—Viro o rosto pra ele com confiança.

— É sério? Você não comeu? Olha só, garota, pare de arrumar problemas para mim, eu já estou de saco cheio de ter que fingir ser seu amiguinho e você vai acabar piorando as coisas para mim se continuar com essa palhaçada. Eu vou trazer a bandeja de comida para você, você vai comer, nós vamos sair daqui e apresentar a merda daquele trabalho que eu fui obrigado a fazer com você!—Com muita raiva ele joga tudo no ar, percebo quando ele solta os punhos que estavam fechados, ele realmente está irritado, mas que direito ele pensa que tem pra me culpar? Ele está muito enganado em pensar que eu vou fazer a sua vontade.

—Olha só, Serafim. Eu acho bom você não contar com a ideia de que eu vou comer, porque eu não vou! Eu já tenho o costume de ficar bastante tempo sem comer e não é agora que isso vai me incomodar, pode me dizer o que quiser mas eu não vou fazer algo só porque você mandou!— Sou sincera, falo tudo olhando nos olhos dele e tenho a certeza de que ele deseja que eu morra de fome agora, mas sei de uma coisa, não estou me sentido bem para discutir com alguém, mesmo que discutir com ele seja realmente bom. Viro a cabeça e fecho os olhos para dormir, dando a ele a certeza de que a conversa está encerrada e de que eu definitivamente, não vou comer.

— Você é uma idiota! Sei que não quer ficar perto de mim e eu também não quero ficar perto de você, eu já tenho quase quinze anos, tenho coisas muito melhores pra fazer do que ficar esperando que alguém como você se alimente para que eu possa voltar com as minhas atividades— Ele fala já sem paciência e sai do quarto pisando fundo.

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Oiê, espero que tenham gostado desse capítulo, não se esqueçam de dar estrelinha para me manter motivada a continuar escrevendo e por favor não se esqueça de salvar a história! Bjss.

𝑂𝑙ℎ𝑜𝑠 𝑃𝑎𝑟𝑎 𝑀𝑖𝑚 - 𝐇𝐞𝐥𝐞𝐧𝐚𝐂Onde histórias criam vida. Descubra agora