- Saiam daqui. - Ordena ele de forma dura e seca.- Jay, você não... - Hailey sabia que nada de bom poderia sair daquela situação e não queria ver seu ex parceiro em maus lençóis por isso.
- AGORA! - Jay berra ainda com os olhos em Carlos.
- Vocês ouviram! Fora daqui. - Voight diz levantando e olhando em direção aos demais membros de sua equipe de forma dura.
O olhar de Voight era muito parecido com o de Jay, todos ali conheciam aquele olhar e sabiam que não poderiam contratiar. Ruzek colocou a mão sobre o ombro de Upton e a guiou para fora da sala, sendo seguidos por Atwater que fechou a porta atrás dele, deixando os três homens sozinhos.
***
Não demorou muito até que Burguess, Torres e Tener encontrasse os três do lado de fora da sala.
- Não havia nada nas lateria ou nos fundos da propriedade. - Kim informa assim que chega mais perto deles. - Tivemos que voltar e entrar pela frente.
- O que esta acontecendo? - Tener pergunda observando a postura relaxada dos três que acabou de encontrar, enquanto ela e os dois detetives que a acompanhavam estavam prontos para qualquer eventual ataque. - Onde esta Halstead e Voight? - Perguntou tensa.
- Encontramos Carlos Mendes... - Hailey afirma, com preocupação na voz.
- E onde ele está? - Torres questiona.
Atwater aponta com a cabeça para a sala fechada em sua frente. Todos logo perceberam o que estava acontecendo, cada um alí já havia visto o modo arbítrario que Hank lidava com alguns acusados, principalmente se fosse algo pessoal. Tener, por mais que não tivesse vivenciado nada daquilo, sabia por meio de sua parceira, a forma como seu velho tutor costumava agir.
Os minutos se passavam arrastados. Todos esperavam algum sinal dos dois homens, que se encontravam na sala, para poder agir. Foi quando ouviram alguns barulhos vindo da porta em sua frente, prontamente cada um dos seis se colocaram em posição, com a arma apontada para as portas duplas, todos cheios de tensão nos ombros.
As portas se abrem lentamente. Halstead é o primeiro a sair. Ele não olha para ninguém diretamente e não parece se importar com as armas apontadas para ele. Suas mãos estavam caídas nas laterais de seu corpo, havia muito sangue nelas. Era difícil definir se o sangue era dos machucados pouco visíveis dos nós de seus dedos ou do rosto do acusado.
Voight sai da sala logo em seguida. Todos os outros estavam levemente paralisados observando a cena. As mãos de Jay cobertas de sangue, a camisa dos dois homem com vários outros espirros do mesmo líquido. Ao fundo, mas não tão claro na visão deles, Carlos Mendes permanecia deitado no chão, agora com o rosto ensanguentado.
- Atwater. - Hank começa a falar quebrando a tensão. - Chame uma viatura e uma ambulância. - O detetive acente e começa a caminhar em direção ao homem caído, mas Voight o para antes que siga seu caminho. - Verifique se ele esta repirando primeiro, se não deixe a ambulância e chame a central.
Todos ouviram as últimas palavras do Sargento. A ideia de que Jay poderia ter matado o suspeito com suas próprias mãos causou arrepio em todos os seus colegas.
Kevin paralisou por um segundo, mas seguiu adiante para cumprir as ordens de seu Sargento.
- Ela está lá em cima. - Informa Voight. - Vamos em silêncio. Há mais deles aqui.
Jay já havia puxado o rifle de suas costas e o colocado em posição. Ele foi o primeiro a abrir caminho em direção as escadas que já haviam passados. Tener seguiu em sua retarguarda. Adam, Hailey e Voight logo em seguida. Enquanto isso Kim permaneceu no início das escadas para dar cobertura aos que subiram e ao seu colega que 'cuidava' do suspeito caído no outro corredor.
Os passos de todos eram cautelosos a cada degrau que subiam. Alguns prediam a respiração como forma de manter a operação silenciosas. Ninguém ali queria correr o risco de por a vida de Erin mais em xeque.
Conforme chegava aos últimos degrais, Jay observou a sala pela mira de sua arma. Haviam varias caixas de madeira no local. Parecia mais uma recepção, mas sem móveis, apenas as caixas 'decoravam' o ambiente escuro. Não haviam janelas, apenas uma porta a direta.
Quando Halstead entrou totalmente no ambiente, seguido por Tener, indicou a porta para os companheiros que chegavam aos poucos no local.
Com passos cautelosos, um a um subia as escadas e se posicionavam frente a única porta no ambiente. Voight ficou ao lado do trinco da porta, com Jay em sua retarguarda. Tener permaneceu no lado oposto, com Hailey semi ajoelhada a seus pés, enquanto Ruzek e Torres aguardavam ordens para arrombar a porta em sua frente.
Hank esperou um pouco, na tentativa de ouvir qualquer coisa do ambiente, numa tentativa frustrada. Com um breve aceno, Torres chocou seu pé contra a madeira abrindo-a completamente.
A sala que eles entraram era tão grande quanto a sala de baixo, onde haviam encontrado Carlos Mendes, com a diferença da quase completa ausência de iluminação, móveis e janelas. As paredes era cobertas por material isolamento acústico, era como um grande estúdio destruído, não haviam mais equipamentos de música ou instrumentos, apenas um grande vão mal feito.
Ruzek foi o primeiro a entrar, seguido por Voight e Jay. Bem em sua frente estava Marcos Puentes, ele segurava um tease em uma das mãos com um grande sorriso no rosto que logo foi quebrado pela presença dos policiais.
Os cordões da arma de choque estavam para fora do equipamento, indicado que ele havia acabado de ser usado. Halstead seguiu a direção do equipamento com o olhar até o canto direito da sala, lá estava ela, visivelmente debilitada, seu corpo claramente só se mantinha equilibrado pelas cortas amarradas ao teto que segurava seus braços sobre a cabeça. Seu rosto tinham diversas marcas de agressão.
- Polícia de Chicago. - Hank anunciou. - Fiquem onde estão!
Apenas naquele segundo Jay percebeu que havia mais um homem na sala, ao lado de Erin, um senhor com seus 65 anos, ele tinha um bastão de basebol nas mãos e antes que qualquer um pudesse perceber ele desferiu mais um forte golpe no abdômen de Lindsey, fazendo-a gemer de dor.
Não demorou até que Ruzek e Torres conseguissem imobilizar o homem. Do outro lado da sala, Tener e Upton já estavam algemando Marcos.
Jay demorou alguns segundos até que seu corpo o permitisse agir. Desde que a viu tão debilitada, seus músculos haviam travado e sentia que não conseguia mais identificar qualquer outra coisa no ambiente além dela. Até que Erin foi golpeada.
Instintivamente ele correu até ela segurando-a em seus braços com todo o cuidado de pode. Hank estava logo atrás, sem que Jay tivesse se dado conta, tirou um canivete do bolso e soltou as mãos de sua filha postiça. Imediatamente todo o peso do corpo de Erin recaiu sobre Jay, que a segurou mais firme.
- Erin... - Ele suplicou, enquanto via seus olhos lutarem para se manterem abertos. - Por favor, fica comigo.
- Jay.. - Ela sussurou antes que se corpo desfalecesse completamente.
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EM CASA
FanfictionQuando Jay volta pra Chicago, ele já não consegue mais se sentir em casa. Será que um grande acontecimento poderá fazê-lo reencontrar seu lar?