Traumas

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Gostaria de dizer que: eu voltei! Esse capítulo é mais pra vocês entenderem um pouco o lado da Carol, ele é curtinho, mas eu espero que vocês gostem.

>_<

Em meio a raiva que estava sentindo, Natália não percebeu o vidro quebrado de uma garrafa sobre a mesa de centro, ela apoiou a mão no vidro e gritou de dor.

Ao olhar para a mão, agora ensanguentada, ela voltou ao passado. Para quando tentou acabar com sua própria existência usando um estilete enferrujado e comprimidos. Seu rosto perdeu a cor, sua respiração acelerou e seu corpo tremeu, ela estava de volta ao seu inferno pessoal.

As vozes preocupadas pareciam distantes naquele momento, seus pulmões queimavam e a sensação do sangue escorrendo por seus dedos a deixou ainda mais nervosa. Tudo começou a ficar escuro e a última coisa que ela sentiu foi a pancada de sua cabeça contra a mesinha de centro.

Bruno, que observava tudo aquilo de um canto afastado, sentiu seu mundo desmoronar ao ver Natália daquele jeito. Para ele foi como voltar naquele maldito dia, no dia em que encontrou Natália quase morta no quarto, um frasco de remédio pela metade jogado no chão e um estilete ensanguentado em uma das mãos.

Ele lembrava vividamente do desespero que sentiu quando a viu, pálida, cercada por uma poça de seu próprio sangue e com os pulsos praticamente abertos.

A voz de Sophia os lembrou de que tinham que fazer algo, Bruno correu até a irmã enquanto Lily pegava Sophia e tentava evitar que ela visse Natália daquele jeito.

- Lily, cadê maman? Eu quero minha maman! Me solta! - os gritos finos de Sophia fizeram com que Marcos se aproximasse da mãe e apoiasse dois dedos em seu pescoço.

- Tudo bem, vamos levar ela pra ver se não bateu a cabeça muito forte - ele disse apertando o corte na mão de Natália usando sua própria roupa, Bruno a pegou no colo, tomando todo cuidado que podia.

- Meu carro está mais perto - Bruno disse levando Natália até a porta - Helena, você fica com elas?

Helena apenas concordou, temendo chorar se abrisse a boca, e se aproximou das meninas.

- Vem, meu amor, vamos ver algo pra assistir. A dinda trouxe um presente bem legal pra você - ela não tirou a criança dos braços da mais velha, apenas as seguiu até o quarto de Sophia.

- Marraine, eu quero a minha maman - a voz manhosa de Sophia invadiu seus ouvidos.

- A mamãe vem daqui a pouco, meu bem.

-

O pouco tempo que Bruno passou no hospital com Natália foi aterrorizante para ele, chegou um momento em que Marcos praticamente o obrigou a ir embora, dizendo que ficaria ali até a mãe receber alta e não sairia do lado dela.

Ele se aproximou da cama, segurando a mão boa de Natália e afastando os cabelos de seu rosto.

- Me desculpe, eu achei que não iria dar nada errado, considerando que era uma festa infantil. Não achei que a maluca da Carol fosse dar aquele chilique por causa da Renata - ele falava baixinho, sentindo o galo que se formava logo abaixo do pequeno corte na testa de Natália.

- Lily disse que Mia tinha conversado com Carol para que ela não fizesse nada, eu juro que, se soubesse que isso iria acontecer, teria fechado o portão na cara dela - talvez ele estivesse chorando naquela hora, se Lily o visse assim iria rir tanto dele.

Ele se sentou na cadeira ao lado da cama, ainda segurando a mão de Natália, jamais se perdoaria por ter deixado as coisas chegarem a esse ponto. Uma batida na porta o faz secar o rosto rapidamente, ele não conseguia acreditar na ousadia de Carol de aparecer ali.

When I'm goneOnde histórias criam vida. Descubra agora