Capítulo 2

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Além da Floresta Boone e dentre as montanhas de Louisville erguia-se uma enorme estrutura de pedra calcária. Um terreno plano e arbóreo rodeado de montanhas era a base da Academia Aurora, lar de jovens excepcionais. A fachada da Academia combinava a imponência das construções antigas com a modernidade das grandes janelas envidraçadas, refletindo a natureza ao redor.

A Academia era dotada de diversos corredores que davam segmento a salas de aula iluminadas por grandes janelas, dormitórios acolhedores com vista para a floresta, laboratórios de pesquisa equipados com tecnologia de ponta e, ao fundo, um enorme campo de treinamento para os alunos. Os corredores eram adornados com plantas suspensas e obras de arte que inspiravam tanto a tranquilidade quanto a criatividade.

No laboratório médico de Aurora, um ambiente estéril e moderno, com paredes brancas e superfícies de aço inoxidável, Gaia, uma mulher de longas tranças que deslizavam sobre o ébano de sua pele, conectava sensores de batimentos no jovem deitado à sua frente, Ethan. As prateleiras ao redor estavam cheias de frascos de medicamentos, equipamentos de diagnóstico avançados e telas holográficas exibindo dados vitais em tempo real.

Gaia era uma das professoras e também pesquisadora de Aurora. Suas peculiaridades, como os sentidos aguçados que lhe permitiam detectar alterações sutis na saúde dos alunos, a deixavam à frente dos cuidados médicos de todos os residentes da Academia. Com mãos firmes e uma expressão de concentração, ela monitorava os sinais vitais de Ethan, certificando-se de que ele estivesse estável após o traumático acidente.

- Qual a situação, Gaia? - perguntou Júlia, com seus cabelos castanhos e ondulados caídos sobre os ombros.

Júlia era uma das figuras mais queridas de Aurora pelos estudantes excepcionais. Os alunos sempre encontravam conforto em seu olhar acolhedor e em sua presença tranquila. Com uma atitude descontraída e acessível, Júlia geralmente era um dos primeiros contatos que os novatos encontravam dentro de Aurora, guiando-os pelo novo ambiente e ajudando-os a se ajustar à vida na Academia.

- Ele está ótimo... Fisicamente. Cura ajudou nos ferimentos mais leves do garoto. Estou registrando os dados essenciais para o computador, mas já mapeei todo seu sistema. - Gaia respondeu, ajustando um dos sensores no braço de Ethan. - Ele vai acordar a qualquer momento, e seu sistema nervoso está bem acelerado, então acordará assustado.

As telas holográficas ao redor mostravam gráficos complexos e números que representavam as funções vitais de Ethan. Gaia, com sua expressão serena, monitorava cada flutuação nos dados.

Júlia aproximou-se da cama onde Ethan estava deitado, observando atentamente seu rosto jovem e marcado pela tensão. Ela sabia que os próximos momentos seriam cruciais para o novo aluno. Com uma mão delicada, ela ajeitou uma mecha de cabelo de Ethan que havia caído sobre sua testa, preparando-se para oferecer o apoio necessário quando ele despertasse.

- Júlia, Lucas está do lado de fora do laboratório. Peça para ele encontrar Kevin. - pediu Gaia.

De prontidão, Júlia abriu a porta do laboratório com seu polegar deixando o calor dos corredores entrar timidamente no ambiente gelado.

- Lucas, precisamos de Kevin. O novato já vai acordar. - solicitou Júlia.

Lucas é um jovem de 19 anos, com uma aparência comum à primeira vista, mas seu sorriso é sua característica mais marcante. Seus cabelos castanhos claros emolduram seu rosto. Seu sorriso é extraordinariamente bonito, cativante e sedutor, iluminando todo o seu rosto quando ele sorri.

Com um aceno de cabeça, Lucas se concentrou brevemente, quase que em transe, como se estivesse se conectando com seu eu interior - e de fato estava.

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