Capítulo -19

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Com o passar dos dias, Way se viu em uma rotina um tanto estável na casa de Pete. O favor inicial de ficar por um curto período evoluiu para um período mais prolongado, com Pete generosamente oferecendo: “Você pode ficar o tempo que precisar”. Uma semana se passou e, em meio à solidão da casa de Pete, Way e Pete inadvertidamente se aproximaram.

Pete, equilibrando suas responsabilidades profissionais, deixava Way sozinho em casa durante o dia. Embora inicialmente apreensivo com a possibilidade de prolongar as boas-vindas, Way gradualmente sentiu uma sensação de pertencimento. Ele passava o tempo pensando em seus próximos movimentos, ocasionalmente apenas andando pela casa com cautela para evitar ser detectado.

À noite, quando Pete voltava do trabalho, eles se viam compartilhando histórias, trocando risadas e forjando uma amizade improvável em meio ao caos que os unira. A casa, que já foi um refúgio temporário, começou a parecer um refúgio onde Way podia navegar pelas complexidades de sua vida com um novo companheiro.

Fim do flashback

Quando Pete caiu ao lado de Way, com a exaustão evidente em seu comportamento, ele não pôde deixar de notar o silêncio incomum de Way. O olhar de Way fixou-se no telefone e no cartão SIM, uma contemplação silenciosa ecoando a turbulência dentro dele. Pete, perceptivo à luta tácita, aventurou-se no cerne da questão.

“Cansado?” Way perguntou, tentando desviar o foco de seu conflito interno. Pete, no entanto, não pôde ignorar o elefante na sala, respondendo com um suspiro pesado: "Pra caramba."

 Ao notar o telefone e o cartão SIM sobre a mesa, Pete percebeu a corrente emocional. Ciente da conexão de Way com Babe e da culpa que persiste por excluí-lo, Pete foi direto ao assunto “Saudades dele?” ele perguntou, já familiarizado com Babe pelas conversas frequentes de Way sobre a amizade deles. “Tente entrar em contato com ele então”, sugeriu Pete..

Inicialmente hesitante, Way, tranquilizado por Pete, inseriu o cartão SIM no telefone. À medida que o dispositivo era ligado, as notificações chegavam incontrolavelmente. Permitindo que o telefone tocasse, Way preparou-se para as consequências. Quando o dilúvio cessou, ele deslizou a barra de notificação para encontrar mais de 99 chamadas perdidas e mensagens de Babe e Alan.

Ao abrir as mensagens de Babe, ele encontrou uma série de apelos e desculpas desesperados.

— Way, onde você está

— Você está bem?

— Sinto muito.

— Por favor, responda.

— Way, eu não queria, me desculpe.

 Suas emoções ficaram mais pesadas quando ele se voltou para a mensagem de Alan, que ecoava a preocupação que Babe havia demonstrado quando tentou entrar em contato com ele. No entanto, uma mensagem se destacou das demais, congelando Way no lugar.

— Way, é melhor você voltar, Babe sofreu um acidente enquanto procurava por você.

Um profundo sentimento de culpa e pavor tomou conta dele. O ar ficou denso com um medo tácito. Os olhos de Pete se arregalaram de preocupação. “O que, o que há de errado?” Pete perguntou, sua voz tingida de urgência, tentando confortar Way.

Percebendo Way congelado no lugar, Pete gentilmente pegou seu telefone, seus olhos Examinando a última mensagem de Alan.

Sem pronunciar uma palavra, Pete compreendeu instintivamente a urgência da situação.

“Vamos”, declara Pete, pegando Way desprevenido.

“Ir aonde?” Way questiona.

“Ver seu amigo, Ora”, responde Pete.

“O que você quer dizer com ‘vamos’? Na verdade, eu deveria ser quem precisa ir. A culpa é minha, não sua” Way protesta, afundando em uma cadeira com a cabeça enterrada nas mãos.

“Agora não é hora de apontar o dedo. O mínimo que você pode fazer pelo seu amigo é visitá-lo e ter certeza de que ele está seguro. Eu sei que você também quer vê-lo”, argumenta Pete, incentivando Way a considerar o quadro geral. “Mas... é perigoso. Não posso sair de casa; você sabe disso”, Way expressa suas preocupações.

“E é por isso que estou dizendo que vamos juntos”, Pete o tranquiliza. Inicialmente  Way teima, mas logo  cede à insistência de Pete.

Ao saírem de casa, Way usa máscara e boné para esconder o rosto. Pete o direciona para seu carro, pronto para partir imediatamente.

No meio do caminho, Pete percebe que nem sabe para qual hospital eles estão indo. “Uhm, Way, por acaso você conhece o hospital onde eles foram?” ele pergunta. Após uma breve pausa, Way responde: “Há apenas um hospital para onde Babe vai, então espero que seja esse: Hospital L”.

“Tudo bem”, reconhece Pete, e eles continuam a viagem em total silêncio.

Way inclina a cabeça, olhando pela janela, com uma tempestade de pensamentos dentro dele: o que ele dirá quando o vir? Será que vão deixá-lo entrar? E quanto ao Alan? Ele parecia muito irritado no texto.  Não, a pior parte é: o bebê está bem? Porque se algo acontecer ao bebe, Way não se perdoará pelo resto de sua vida.

Obrigada por ler, até a próxima.  Não esqueça de curtir pessoal 🙏

Corações Acelerados (Omegaverse)Onde histórias criam vida. Descubra agora