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Sierra

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Sierra

Eu odeio o clima da Inglaterra.

Não gosto do frio, muito menos de ter que sempre andar preparada para uma chuva. Além disso, ficar trancada em casa não é minha atividade preferida.

Eu deveria ter nascido em um país famoso por causa das praias, definitivamente seria mais feliz.

E agora olhando para a chuva através da janela do carro, não estou muito contente.

Já fazem dez anos que eu fui embora, voltei várias vezes e passei um bom tempo aqui, mas sinceramente não senti falta desse lugar. Porém, agora estou de volta e vou ser obrigada a aturar a minha nova/velha vida aqui.

Meu irmão, o Luca, jura que eu vou me adaptar rápido, ou pelo menos ele tenta acreditar nisso, pois no fundo eu sei que já sabe que isso vai ser um desastre.

Minha antiga psicóloga costumava dizer que eu tinha "Bloqueios emocionais" então fui lá e bloqueei ela do meu celular.

Alguém tinha que mostrar o que era um bloqueio de verdade.

Luca me deu um sermão quando soube disso, obviamente, mas não teve muito o que fazer, ele sabia que não conseguiria me fazer mudar de opinião.

A pior parte de voltar era ter que ver o meu pai com mais frequência. Inclusive agora, já que ele ficou responsável por me levar até a minha nova casa em Manchester.

ㅡ Não entendo porque preciso vir morar em Manchester. Eu não conheço nada aqui, não é mais fácil me deixar na empresa em Londres? ㅡ Perguntei, vendo o rosto do meu pai se irritar no mesmo instante.

ㅡ Pare de ser ingrata, já estou te dando um emprego depois de tudo que você fez. Precisa me agradecer muito.

ㅡ Você só me deixou voltar porque o Luca insistiu muito e porque quer que as pessoas pensem que somos uma família perfeita.

ㅡ Ainda bem que sabe disso, pelo menos é esperta.

Revirei os olhos e voltei a olhar para a janela.

Prometi ao Luca que não arranjaria problemas e que tentaria me controlar, preciso fazer isso.

A minha relação com o meu pai sempre foi ruim, mas isso só piorou com o tempo. Quando minha mãe morreu, eu tinha apenas oito anos, então era muito nova para entender o que estava acontecendo, principalmente a raiva que o meu pai resolveu descontar em mim.

Por ser um advogado de sucesso, meu pai não tinha tempo para ficar em casa, muito menos para olhar seus dois filhos após a morte de sua esposa. Como consequência disso, eu fiquei responsável por cuidar do Luca enquanto ele não estava, já que eu era três anos mais velha que o meu irmão.

Como qualquer outra coisa da minha vida, essa história não acabou bem. Não percebi que o Luca estava doente e quando descobrimos que ele tinha pneumonia, tivemos que levar ele para o hospital urgentemente. Seu estado ficou grave e por um momento jurei que iria perder ele também.

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