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Jean assentiu, e pela primeira vez, vi além do cara babaca que me deu meu maior presente. Instintivamente, coloquei a mão na barriga, sentindo um misto de emoções. Eu não fazia a mínima ideia do porquê Jean resolveu nos ajudar, mas havia muita coisa envolvida.

— Ele me ligou antes de ontem — comecei a dizer, sentindo o peso das palavras. Jean me olhou, confuso e cético.

— Vai me dizer que esse filho que você tanto diz que é meu não é na verdade dele? — Jean soltou, a voz carregada de desconfiança. Eu o olhei incrédula, e percebi que Iza tinha a mesma expressão de choque no rosto. Não podia acreditar que ele realmente estava insinuando isso.

— Como você pode dizer uma coisa dessas? — rebati, sentindo a raiva e a frustração borbulharem. — Eu não vim até aqui para discutir a paternidade do meu filho. Vim porque precisamos da sua ajuda para descobrir o que ele quer e como podemos nos proteger.

Jean me olhou, seus olhos escuros avaliando cada palavra. Respirei fundo, tentando manter a calma.

— Você acha que eu procuraria você, de todas as pessoas, por causa de um filho que você claramente não quis assumir? — continuei, a voz firme. — Vim aqui porque você também está envolvido com essas pessoas. Você sabe o que está acontecendo, conhece os riscos. E, apesar de tudo, você é nossa melhor chance de entender o que está por trás disso.

Iza interveio, tentando amenizar a tensão.

— Jean, nós sabemos que você também está correndo perigo. — disse ela, em um tom mais suave. — Se ele conseguir o que quer, não será bom para ninguém, inclusive para você. Precisamos trabalhar juntos, encontrar uma maneira de pará-lo.

Jean esfregou a nuca novamente, parecendo pesar suas opções. Finalmente, ele suspirou e olhou para mim, a expressão mais séria do que nunca.

— Tudo bem. — disse ele, com um tom mais calmo. — Desculpe pela insinuação. Sei que estamos todos sob muita pressão. Vamos nos concentrar no que realmente importa.

Ele se aproximou, diminuindo a distância entre nós.

— Precisamos reunir informações. Saber exatamente o que ele está planejando e quem mais está envolvido. — ele disse. — Tenho alguns contatos que podem nos ajudar, mas vamos precisar ser muito cuidadosos.

Eu assenti, sentindo um alívio misturado com a ansiedade.

— E quanto a... você sabe, nosso passado? — perguntei, tentando não parecer vulnerável.

Jean balançou a cabeça.

— Não importa agora. O que importa é proteger todos nós e acabar com essa ameaça. — ele respondeu, com uma determinação que não havia visto antes.

Iza assentiu, olhando para mim.

— Vamos começar então. — ela disse, firme. — Estamos todos nisso juntos.

E assim, nos unimos em uma frágil aliança, cientes de que o caminho à frente seria perigoso e incerto, mas determinados a lutar por nossa segurança e pelo futuro de todos que amávamos.

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