Agnes Mancini Collins
15 dias depois
Foram dias difíceis, estranhos e confusos de mais para que eu pudesse compreender os acontecimentos que se fizeram presentes em cada um deles.
Sempre recebia ligações daquele desconhecido, passei a conversar com ele, ainda com medo, mas como me sentia sozinha, cheguei a um ponto onde eu até que gostava de poder conversar com alguém que não fosse da empresa ou família.
Minha vida estava corrida o bastante, para que eu não conseguisse ficar mais do que mínimas três horas em casa. Era sempre no trabalho me matando e entregando tudo de mim, resolvendo problemas financeiros, pagando as contas de casa, correndo para cima e para baixo afim de arranjar comida, já que não tinha tempo o suficiente para poder cozinhar. E ainda por cima, além de todo esse caos em minha vida, como se não bastasse, os pesadelos me deixavam sem sono durante horas na madrugada.
Depois que eu acordava ofegante e percebia que tudo não passava de um sonho, demorava tempo demais para voltar a dormir de novo. Resultado em um cansaço constante durante meu horário de trabalho.— Então...— minha mãe fala no celular, do outro lado da linha — quando são suas férias, querida?
Férias? Eu mal tenho feriados e ainda ela está pensando em quando vou poder ficar um mês praticamente, livre!
Meu chefe era do tipo mesquinho, arrogante e nariz impinado, o dono da razão e o ser mais ignorante que já pode conhecer em toda a minha vida, só perdia para o homen que me "criou". E sinceramente, minha raiva se tornava medo de me dirigir a ele quando era preciso.
Eu nunca trocava mais do que um "bom dia" e conversas sobre problemas ou ligações curtas. Evitava o máximo papo com ele.
Suas palavras eram irônicas e em tom áspero. Normalmente eu ficava nervosa perto dele, afinal, quem não ficaria assim, o cara era simplismente o comandante do prédio de quase dez andares, por inteiro.
— Não sei mama — respondo — talvez seja daqui alguns meses, mas nada concreto — ouço batidas em minha porta e me apresso poder encerrar a ligação — desculpe, mas preciso desligar.
— Tudo bem, entendo que está em horário de trabalho — sempre compreensiva, isso é uma das coisas que mais amo nela, é a principal de suas tantas qualidades — beijos minha filha, mama te ama!
— Eu também te amo! — encerro a ligação e bloqueio o meu aparelho telefônico, o colocando em cima da mesa da minha sala — pode entrar — aviso.
Esther aprece em meu campo de visão, assim que a porta é fechada atrás de seu corpo alto e magro, então caminha até minha frente.
— Peço desculpas em encomodar a senhorita mais uma vez — faço sinal com a mão, como se dissesse "que nada, não se preocupe" — é que mais uma vez tinha um envelope com seu nome na recepção.
Meus músculos se tesionaram por completo só por escutar a palavra "envelope", pois da última vez que recebi um desses, tinha quase certeza que foi o tal desconhecido que me enviou.
— E onde ele está? — ela retirou de dentro do bolso de seu casaco, entre os dedos o cartume, revelando o tom vermelho sangue do envelope, e com o mesmo lacre de rosa.
Era ele.
— Aqui — me entregou e olhei para minhas mãos que segurava o mesmo, com certa tremedeira.
— Obrigada! — ela sorriu.
— Por nada Senhorita Collins — suspirou — licença — caminhou até a porta e de lá, fiquei sozinha novamente na sala.
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Evil Dreams
Mystère / ThrillerSonhos era a sua fonte de medo, onde era atormentada todas as noites quando insistia em pregar os olhos. Mas em uma madrugada, ela viu os pares de olhos mais escuros que carvão.