Agnes Mancini Collins
Dentro do carro com as mãos no volante, ainda hesitante, observava a grande faixada do prédio da empresa que eu trabalhava. Pálpebras pesadas, lábios secos, dores nos músculos, milhões de pensamentos, insônia, enxaqueca, e uma grande missão a se cumprir.
Eram preocupações de mais para apenas um dia simples como aquele, com só algumas horas para poder resolver tudo e dar conta.
Minha aparência talvez não estivesse nos seus melhores dias, nem mesmo como eu desejava, mas nada se comparava as dores de cabeça que eu sentia pelos tantos pensamentos inconvenientes que pesavam muito mais do que toneladas.
Mas, minha grande angústia, se centralizava em volta da responsabilidade que o Sr. Gutierrez havia despejado em meus braços, sem avisar tamanho peso, tampouco me consultar antes. Creio eu, que ele não sentia nada além de indiferença quando travou minha folga a metade, para dar o magnífico comunicado de que dali em diante, eu teria de que dividir minha sala particular com James, que seria meu novo e primeiro estagiário/ajudante, e também teria de ensinar quase todo o trabalho a ser feito, para ele.Isso era, de fato, uma grade proposta, certamente das mais grandiosas que eu já havia recebido durante minha experiência no cargo que direcionava na empresa de marketing, mas diferente de todas as outras, eu não tinha escolha a não ser aceitar. O que, consequentemente, me faria ter dores de cabeça e muito do que me atentar pela frente, pois além de não trabalhar mais sozinha, agora eu teria outra pessoa a me ajudar, mas antes, precisaria encina-la a fazer tal coisa. Bom, de maior parte eu não imaginava nem um pouco se James já tinha alguma experiência na área, até porque fazer o marketing de produtos dentre outras coisas, não era uma tarefa fácil quando se tinha uma outra empresa concorrente que fazia de tudo para arruinar nosso lugar nesse mundo, e ganhar posse de nossas ideias.
Em suma, nenhum ser humano consciente das ações, estaria preparado para enfrentar tudo isso sem ter qualquer preparo mental e físico. Embora, nem se tivessem me informado disto antes, eu estaria menos nervosa. Talvez, ainda sim eu consegui ficar mais calma do que se já soubesse, porque concerteza teria planejado tudo e perdido várias horas do meu dia com tal coisa grudada igual a um chiclete na minha mente.
Mesmo assim, isso não impedia-me de pressionar as minhas unhas longas e afiadas na pele exposta do meu braço, que já se encontrava em estado de vermelhidão.Estalei a língua, convencida a descer do carro e enfrentar o grande causador da minha aflição. Ainda caminhando em passos cautelosos e muito longos, me sentia próxima de mais do precipício, prestes a cair de lá. Mas, sem muita escolha, eu teria de aguentar a queda.
— Bom dia, Senhorita Collins — a recepcionista do local falou de trás do balcão, com um sorriso largo, assim que cruzei a porta de entrada da empresa.
— Bom dia — desejei tentando ser gentil e escondendo minha ansiedade por trás de um belo sorriso simpático.
Continuei meu caminho até o elevador, assim, me escondendo de todos os olhares sonolentos de funcionários, aquela hora da manhã. Apertei o botão do meu andar, e então me mantive escorada no espelho, que refletia a grande aparência de uma mulher elegante, mas ao mesmo tempo tensa e agitada, com milhares de pensamentos se passando por sua cabeça. Apesar de tudo, essa mulher considerava a aparência intacta. Com os seus cabelos ondulados e bem hidratados, a regata bege cobrindo sua cintura fina, a calça jeans branca e larga constratando com as cores do resto da roupa, e a bolsa preta pendurada em seu ombro.
Ah, essa mulher era eu!
Definitivamente uma das minhas melhores qualidades, era esconder minhas preocupações por de baixo da maquiagem e das roupas. Eu não me importava de aparentar uma bela empresária sem preocupações, apenas com muito dinheiro na conta para gastar em grifes. Mas, infelizmente eu era apenas a Agnes do Texas, cujo uma mulher normal de vinte e três anos, que trabalhava em uma empresa de marketing, e tinha muitos problemas a serem resolvidos.
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Evil Dreams
Mystère / ThrillerSonhos era a sua fonte de medo, onde era atormentada todas as noites quando insistia em pregar os olhos. Mas em uma madrugada, ela viu os pares de olhos mais escuros que carvão.