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Agnes Mancini Collins

Sábado. Noite do encontro.

No dia anterior, havia rodado o centro de Texas a procura de uma boa roupa, para usar no restaurante japonês. No fim das contas, acabei optando por um vestido bordô de ceda. Era realmente muito elegante, e suas deixas apertadas, marcavam muito bem as minhas curvas.

Ao acordar pela manhã, me observei no espelho e agradeci por não estar com olheiras, ou qualquer sequela de uma noite mal dormida.

Faziam pouco mais de duas semanas, que meus sonhos estavam atrapalhando meu sono de forma drástica. Era cansativo de mais, ter que lidar com a insônia e os pesadelos ao mesmo tempo. Mas, a única coisa que me animava naquele dia, era que tinha um encontro marcado com um homem que eu mal conhecia. Irônico!

O dia não foi tão movimentado, passei a sua maioria limpado a casa e assistindo séries na televisão.
Tentei fazer uma torta de morango, mas não ficou muito parecida com a receita que vi em meu celular. Apesar de tudo, o gosto ficou ótimo.

Quando as cinco da tarde forma marcadas no relógio, subi as escadas até meu quarto e comecei os preparativos.
Tomei um banho quente e relaxante, fiz uma maquiagem natural e que ao mesmo tempo me deixasse bonita, deixei meu cabelo ondulado natural, e por fim, vesti minha roupa.

Coloquei meu perfume e as jóias que contratassem com as cores do tecido bordô. Por cima do vestido que vestia, coloquei um casaco branco de pelinhos.

Me encarei no espelho uma última vez antes de descer as escadas, e constatei que estava bonita. E realmente, não podia negar que me senti agradável e confortável com minha aparência.

Já no carro, dirigia com calma e ansiedade ao mesmo tempo. Estava nervosa para o encontro, como seria conversar com o homem, e como iria fluir a noite.

Eram exatas sete e cinquenta e dois quando, o toque extravagante do meu celular se fez presente dentro do carro. Como estava dirigindo, coloquei no vivo a voz e deixei o som conectado com o bluetooth do carro.

— Onde você está? — foi a primeira coisa que ele falou assim que aceitei sua ligação.

— Estou a caminho. Chego em dez minutos — afirmo.

— Mudança de planos, querida — fala em um tom malicioso — apesar de estar muito linda nesse vestido, acho que vamos ter que pular o jantar! — sua voz ficou intimidadora de repente.

A única coisa que eu consegui me perguntar, era em como ele sabia que eu estava de vestido. E também, o que seria dessa noite se não iríamos mais no restaurante.

— Como assim? — pergunto confusa — não podemos mudar a ideia do encontro de última hora. Já estou perto do lugar que marcamos, não posso voltar agora.

Ele não respondeu. Ficou longos segundos em silêncio, enquanto na minha mente se passava vários questionamentos. Bom, estava confusa e aflita com sua mudança de ideia.
Mas a raiva também fazia parte dos meus sentimentos.

— Me encontre em frente ao restaurante que marcamos. Vou te levar para outro lugar! — falou autoritário.

Nessa altura do campeonato, eu já estava com muita raiva dele. Primeiro que ele invadiu minha casa no meio da madrugada, como um maluco. Segundo, desmarcou o lugar do encontro e achava que eu iria aceitar!.

— Por que?

— Porque sim, rosa.

Respirei fundo e me concentrei na estrada, que apesar do horário, se encontrava muito cheia.

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